NOVA AURORA

AGRONEGÓCIO

Conselho Monetário muda mercado de títulos do Agronegócio e deve afetar Fiagros

Publicado em

O Conselho Monetário Nacional (CMN) divulgou alterações nas emissões de Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI), assim como nos ativos do agronegócio, como Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) e Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA).

O intuito do governo é aprimorar as políticas de suporte ao agronegócio e imobiliário, garantindo a adequada utilização desses instrumentos. Essa medida tem como objetivo garantir que os Fiagros estejam diretamente ligados às atividades e cadeias produtivas agrícolas, reforçando o alinhamento com o propósito original desses fundos.

A medida deve impactar significativamente os Fiagros (Fundos de Investimentos nas Cadeias Produtivas Agroindustriais), que investem principalmente em CRAs (Certificados de Recebíveis do Agronegócio):

  • Aumento do período de carência das LCAs: O período de carência para as LCAs (Letras de Crédito do Agronegócio) foi elevado de 90 dias para 1 ano, ajustando as condições desses instrumentos.
  • Aumento da demanda por CRAs no mercado secundário: A mudança no lastro dos CRAs (Certificados de Recebíveis do Agronegócio) influenciou as operações e transações no mercado secundário, resultando em um aumento da demanda por esses títulos.
  • Maior ligação dos Fiagros com o agronegócio: A principal modificação visa estabelecer uma conexão mais forte entre os Fiagros e as atividades e cadeias produtivas do agronegócio. Essa medida visa garantir que os Fiagros estejam diretamente alinhados com o propósito original de sua criação.
Leia Também:  Clima continua afetando o plantio da safra de soja

Os Fiagros apresentaram um crescimento considerável nos últimos anos, com o número de CPFs vinculados a esses fundos aumentando de 188 mil para 494 mil no último ano. A custódia total dos Fiagros se aproxima de R$ 12 bilhões, demonstrando a relevância desses instrumentos para o mercado financeiro.

Com as mudanças regulatórias implementadas pelo CMN o funcionamento dos mercados de títulos do agronegócio e imobiliário, devem buscar um direcionamento mais eficiente dos recursos e um maior alinhamento com os objetivos de cada segmento. No caso dos Fiagros, as modificações visam fortalecer a ligação desses fundos com o setor do agronegócio, garantindo que estejam diretamente atrelados às atividades e cadeias produtivas agrícolas.

Fonte: Pensar Agro

COMENTE ABAIXO:
Advertisement

AGRONEGÓCIO

Alta no preço global de alimentos acende alerta e cria oportunidades para o agro brasileiro

Published

on

By

O Índice de Preços de Alimentos da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) subiu em abril e atingiu a média de 128,3 pontos, uma alta de 1% em relação a março. A elevação foi puxada principalmente pelos preços dos cereais, carnes e lácteos, o que acende um sinal de atenção — e também de oportunidade — para o agronegócio brasileiro, especialmente para os produtores de soja, milho, arroz, carnes e leite.

Mesmo com a alta, o índice segue 19,9% abaixo do pico histórico registrado em março de 2022, mas ficou 7,6% acima do nível de abril do ano passado. O movimento indica uma retomada gradual da demanda global por alimentos, em um cenário de estoques apertados, conflitos geopolíticos e variações cambiais. Para o Brasil, que é um dos maiores exportadores mundiais de grãos e carnes, esse movimento pode significar mais competitividade e maior rentabilidade para o setor.

O subíndice de preços dos cereais avançou 1,2% em abril. O trigo subiu com a menor oferta da Rússia e o câmbio mais favorável para exportadores. Já o milho foi impulsionado pela redução de estoques nos Estados Unidos e pela suspensão temporária de tarifas por parte daquele país. O arroz também subiu 0,8% no mês.

Esse cenário pode beneficiar diretamente os produtores brasileiros, que vêm enfrentando custos altos de produção, mas agora podem encontrar margens melhores nas exportações, principalmente se o dólar continuar em patamar elevado. Goiás, Mato Grosso e Paraná, grandes produtores de milho e soja, podem se aproveitar do momento para ampliar vendas externas, principalmente para a Ásia.

Leia Também:  Conab pesquisa custos de produção de produtos típicos em Minas e na Bahia

O preço médio dos óleos vegetais caiu 2,3% em abril, puxado pela queda do óleo de palma. Mas o óleo de soja, importante para o Brasil, continuou subindo, sustentado pela demanda aquecida no mercado internacional. Isso mantém a soja brasileira em posição estratégica, principalmente considerando a boa produção esperada em estados como Mato Grosso, Goiás e Paraná.

O subíndice de preços da carne subiu 3,2% em abril. A carne suína liderou o avanço, com a Europa ampliando compras após liberação sanitária da Alemanha. A bovina também ganhou fôlego com demanda estável e oferta global apertada. No Brasil, destaque para a carne de frango, cujos preços subiram por causa da forte demanda interna e menor ritmo de abates durante os feriados de Páscoa.

Para os pecuaristas e integrados da avicultura, os números são positivos: mostram uma retomada no mercado global, com espaço para ampliação das exportações brasileiras, especialmente para mercados como China, União Europeia e países árabes.

Os preços dos lácteos subiram 2,4% em abril e estão quase 23% acima do patamar de um ano atrás. A manteiga alcançou seu maior valor histórico, puxada pela alta demanda por gordura láctea e estoques reduzidos na Europa. Queijos e leite em pó também subiram, com destaque para o mercado da Oceania.

Esse movimento pode representar boas oportunidades para os produtores de leite brasileiros, desde que consigam superar os desafios internos de custo de produção e logística. A alta internacional pode ajudar a pressionar os preços pagos ao produtor no mercado interno.

Leia Também:  Guerra EUA x China: Brasil vira peça-chave e faz planos para um corredor transoceânico

Na contramão dos outros alimentos, o açúcar caiu 3,5% em abril e está quase 11% abaixo do valor de um ano atrás. A razão é, em parte, o próprio Brasil: a produção acima do esperado na segunda quinzena de março e a desvalorização do real ajudaram a derrubar os preços internacionais.

Ainda assim, o setor sucroalcooleiro segue competitivo e os bons níveis de produção nas regiões Centro-Sul e Nordeste devem manter o Brasil como o maior exportador global. A menor cotação do petróleo também contribui para a queda do açúcar, já que reduz o incentivo para destinar mais cana para o etanol.

O que o produtor precisa saber:

  • O cenário internacional sinaliza uma recuperação da demanda por alimentos, com reflexos diretos nos preços.

  • Soja, milho, carnes e lácteos estão em alta e oferecem boas oportunidades de exportação.

  • A volatilidade do câmbio, os estoques globais e a política comercial de países importadores ainda podem trazer incertezas.

  • A queda no açúcar mostra que o Brasil tem peso no mercado global — tanto para subir quanto para derrubar preços.

A mensagem para o produtor rural é clara: o mundo está voltando a comprar mais alimentos, e o Brasil — especialmente seu agro — está no centro desse movimento. Quem estiver bem preparado, com planejamento, gestão eficiente e acesso a mercados, poderá aproveitar o bom momento para crescer.

Fonte: Pensar Agro

COMENTE ABAIXO:
Continuar lendo

PARANÁ

POLÍCIA

ENTRETENIMENTO

ESPORTES

MAIS LIDAS DA SEMANA