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Cientistas criam grãos resistentes ao calor para driblar mudanças climáticas

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Cientistas da Universidade de Western, na Austrália, em colaboração com o Instituto Internacional de Pesquisa de Culturas, na Índia, identificaram genes no grão-de-bico que o tornam mais resiliente em ambientes quentes e secos, contribuindo para o seu crescimento com qualidade.

Após o feijão e a soja, o grão-de-bico é a leguminosa mais consumida globalmente. A Ásia é o principal produtor dessa cultura, de acordo com informações da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). No Brasil, o cultivo se destaca em estados como Goiás, Bahia, Mato Grosso, Minas Gerais e no Distrito Federal.

Segundo a pesquisa, iniciada em 2019, o calor excessivo pode prejudicar em mais de 70% as colheitas. No entanto, experimentos revelaram que essa leguminosa consegue suportar temperaturas de até 38°C durante seu processo de desenvolvimento.

O professor Kadambot Siddique, da Universidade de Western, destaca a importância dos resultados: “Alcançar a segurança alimentar e a sustentabilidade para o futuro é de extrema importância. Esses resultados contribuirão para o desenvolvimento de variedades de grão-de-bico adaptadas a diferentes condições climáticas”.

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Um dos principais beneficiados por essa descoberta será a Índia, país que, de acordo com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), é responsável por 75% da produção mundial de grão-de-bico.

Entretanto, a Índia enfrenta frequentes ondas de calor. Em junho, por exemplo, temperaturas de até 44°C resultaram na morte de 98 pessoas.

De acordo com dados do governo indiano, o país registrou 203 dias de temperaturas extremas em 2022, um aumento de cinco vezes em relação ao ano anterior.

Normalmente, o grão-de-bico é cozido, de maneira semelhante ao feijão. No entanto, pode também ser transformado em pasta, adicionado a saladas e até usado em hambúrgueres.

Apesar disso, o consumo dessa leguminosa é relativamente baixo entre os brasileiros, cerca de 40g por pessoa ao ano, segundo a Embrapa. A expectativa é que o consumo aumente com o crescimento da oferta, tornando os preços mais acessíveis, e à medida que seja reconhecido como uma excelente fonte de proteína alternativa à carne.

Fonte: Pensar Agro

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Algodão volta a crescer no Paraná e reforça liderança do Brasil no mercado mundial

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Depois de anos praticamente fora do mapa da cotonicultura, o Paraná está voltando a produzir algodão em pluma e reacendendo um ciclo que já foi símbolo de força agrícola no Estado. Quem se lembra das décadas de 1980 e 1990 sabe: o Paraná já foi o líder nacional na produção da fibra. Mas com o passar do tempo, a infestação do bicudo-do-algodoeiro, o avanço da soja e dificuldades econômicas acabaram derrubando a cultura.

Agora, o cenário é de esperança e retomada. A Associação dos Cotonicultores Paranaenses (Acopar) lançou um projeto para incentivar o plantio de algodão e recuperar a importância da pluma na região. Para a safra 2024/25, a área plantada no Estado deve chegar a 1,8 mil hectares, segundo estimativas da Conab. Pode parecer pouco, mas o plano é ambicioso: a meta da Acopar é atingir 60 mil hectares nos próximos anos.

Entre os fatores que tornam essa retomada promissora está o menor custo de produção no Paraná, quando comparado a outras regiões produtoras. O clima mais ameno em certas áreas, o uso mais eficiente de insumos e a proximidade com portos e centros industriais ajudam a melhorar a competitividade da pluma paranaense.

Outro ponto a favor é o avanço tecnológico. Com sementes mais resistentes, maquinário moderno e práticas de manejo mais sustentáveis, os produtores têm hoje condições muito melhores do que nas décadas passadas para lidar com pragas como o bicudo e obter bons rendimentos.

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Brasil na liderança mundial – O momento não poderia ser mais favorável. O Brasil é, desde 2024, o maior exportador de algodão do mundo, ultrapassando os Estados Unidos. O setor cresceu nos últimos anos com base em três pilares: tecnologia, qualidade e rentabilidade. A produção brasileira de pluma aumentou pelo terceiro ano seguido em 2023 e segue firme em 2024.

Na safra 2023/24, o Brasil cultivou 1,9 milhão de hectares de algodão, com uma produção estimada em 3,7 milhões de toneladas de pluma. A produtividade média ficou em 1,8 tonelada por hectare, e o principal destino da exportação foi a China, um mercado exigente que reconhece a qualidade da fibra brasileira.

Os principais estados produtores continuam sendo Mato Grosso, Bahia e Mato Grosso do Sul, mas o avanço do Paraná mostra que o mapa do algodão pode voltar a se expandir.

Um pouco da história – O ciclo do algodão no Brasil começou no século 18, especialmente no Nordeste. Durante os séculos XVIII e XIX, o país chegou a ser um dos maiores fornecedores do mundo. Mas nas décadas de 1980 e 1990, a cultura foi gravemente afetada pelo bicudo-do-algodoeiro, uma praga devastadora que levou muitos produtores a abandonarem o cultivo.

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Com o tempo, o setor se reorganizou, investiu pesado em pesquisa, controle biológico e práticas sustentáveis, e reconquistou espaço no mercado internacional.

A iniciativa da Acopar é vista com entusiasmo por técnicos, agrônomos e produtores. A retomada do algodão no Paraná representa não só diversificação da produção agrícola, mas também mais opções de renda para o campo, geração de empregos e incremento para a indústria têxtil regional.

Além disso, a cotonicultura permite o uso racional da área agrícola, com sistemas de rotação de culturas que ajudam a preservar o solo e controlar pragas de forma natural.

Para o produtor rural, o momento é de olhar com atenção para o algodão. Com planejamento, tecnologia e apoio técnico, a pluma pode voltar a brilhar nas lavouras do Paraná — e com ela, toda uma cadeia produtiva pode se fortalecer.

Fonte: Pensar Agro

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