16 de Abril de 2025
    NOVA AURORA

    AGRONEGÓCIO

    Banco do Brasil capta R$ 4,37 bilhões para financiar agricultura sustentável

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    O Banco do Brasil anunciou, nesta terça-feira (24.09), a captação de R$ 4,37 bilhões junto a instituições financeiras internacionais para apoiar pequenos e médios agricultores que adotam práticas de agricultura sustentável e de baixo carbono, como o plantio direto.

    A operação, com prazo de 10 anos, foi realizada durante o Investor Day do banco em Nova York, contando com a participação dos bancos JP Morgan, Standard Chartered, HSBC e Crédit Agricole, e recebeu garantia da Agência Multilateral de Garantia de Investimentos (MIGA), vinculada ao Banco Mundial.

    Segundo o Banco do Brasil, essa iniciativa ajudará a evitar a emissão de até 11,8 milhões de toneladas de gases de efeito estufa (GEE) e permitirá a conservação de cerca de 1 milhão de hectares de terra ao longo do período. A presidente do BB, Tarciana Medeiros, destacou a importância da operação, afirmando que a iniciativa demonstra o compromisso da instituição com a transição para uma economia de baixo carbono e com o desenvolvimento socioeconômico no campo. “Com soluções inovadoras, estamos mostrando ao mundo que o agro e a sustentabilidade podem andar juntos”, disse Tarciana.

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    A estrutura do financiamento é rotativa, o que significa que os produtores rurais que quitarem seus empréstimos poderão solicitar novos financiamentos nos anos seguintes, garantindo apoio contínuo para suas operações agrícolas. Essa estratégia visa sustentar as atividades dos agricultores e atender às necessidades financeiras de longo prazo. O vice-presidente de Negócios e Atacado do Banco do Brasil, Francisco Lassalvia, destacou que a captação foi classificada com rating AAA, tornando os custos mais competitivos no mercado.

    Parceria com a MIGA e Apoio Social – Além do financiamento agrícola, a operação inclui uma doação de US$ 300 mil pela MIGA para projetos sociais voltados a mulheres empreendedoras rurais, comunidades quilombolas e povos originários. Esses recursos serão destinados a ações de desenvolvimento social no campo, reforçando o compromisso do Banco do Brasil com a inclusão e o apoio a populações vulneráveis.

    Essa é a primeira vez que a MIGA apoia um projeto de agricultura sustentável no Brasil, sendo também a maior transação realizada pela agência na América Latina até o momento. John Meakin, chefe global de exportação e financiamento de agências do JP Morgan Payments, destacou que essa operação marca um avanço significativo para o setor agrícola brasileiro, especialmente no que diz respeito ao financiamento sustentável.

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    O montante captado será utilizado para acelerar a adoção de práticas agrícolas de baixo carbono, promovendo a sustentabilidade e fortalecendo a posição do Brasil na transição para uma economia mais verde e sustentável.

    Fonte: Pensar Agro

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    Na semana da Páscoa, indústria de chocolate enfrenta crise histórica

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    A Páscoa de 2025 chega em meio à maior crise já registrada no mercado global de cacau. Com a cotação da amêndoa batendo recordes históricos, a indústria do chocolate enfrenta um cenário crítico: falta de matéria-prima, custo em alta e risco de desabastecimento. O preço do cacau acumula uma disparada de 189% só neste início de ano, somado a picos que chegaram a 282% no mercado internacional ano passado, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria da Alimentação (Abia).

    O impacto dessa escalada já se reflete diretamente no setor produtivo brasileiro. No primeiro trimestre de 2025, a indústria processadora nacional recebeu apenas 17.758 toneladas de cacau, volume 67,4% menor em relação ao trimestre anterior, de acordo com a Associação Nacional das Indústrias Processadoras de Cacau (AIPC). É um dos piores desempenhos dos últimos anos.

    Sem matéria-prima suficiente no mercado interno, o Brasil aumentou as importações para tentar garantir o abastecimento, trazendo 19.491 toneladas de cacau de fora — alta de quase 30% em relação ao mesmo período de 2024. Mesmo assim, a conta não fecha. A indústria terminou o trimestre com um déficit de 14.886 toneladas, o que acende o sinal de alerta sobre a sustentabilidade do setor.

    Embora os chocolates da Páscoa já estejam nas lojas desde fevereiro — resultado de compras antecipadas feitas pela indústria — os reflexos da crise serão sentidos ao longo do ano. A defasagem entre a produção nacional e o volume processado mostra que o Brasil voltou a depender fortemente do mercado externo, num momento em que a oferta mundial também está em colapso.

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    Gana e Costa do Marfim, que concentram mais de 60% da produção global, enfrentam quebras de safra causadas por pragas, mudanças climáticas e envelhecimento das lavouras. A menor oferta mundial reduziu os estoques ao menor nível em décadas, pressionando ainda mais os preços e criando um efeito cascata sobre todos os elos da cadeia.

    No Brasil, a situação também é crítica. A Bahia, que responde por dois terços do cacau nacional, entregou apenas 11.671 toneladas às indústrias no primeiro trimestre — retração de 73% frente aos últimos três meses de 2024. Técnicos apontam que o clima instável prejudicou o florescimento e agravou a incidência de doenças como a vassoura-de-bruxa, exigindo mais investimento em manejo e controle.

    Apesar da queda drástica na produção, o produtor baiano tem sido parcialmente compensado pelo preço elevado da amêndoa, que supera R$ 23 mil a tonelada. O custo dos insumos, por outro lado, já não sobe no mesmo ritmo, o que ajuda a preservar a renda do campo. Ainda assim, a insegurança climática e o risco sanitário mantêm o setor em alerta.

    Na tentativa de segurar os preços ao consumidor, a indústria brasileira está buscando alternativas, como mudanças nas formulações, cortes de gramatura e reformulação de produtos. Chocolates com maior teor de cacau — que dependem mais diretamente da amêndoa — devem ser os mais afetados. Já produtos de linha popular podem manter preços mais estáveis, ainda que com porções menores.

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    Mesmo assim, o consumidor já percebe reajustes nas gôndolas. O ovo de Páscoa, símbolo do período, está até 20% mais caro em relação ao ano passado, e a tendência é de novos aumentos caso a crise se prolongue.

    O atual desequilíbrio entre oferta e demanda reforça a urgência de investimentos em produtividade no Brasil. O país, que já foi o segundo maior produtor de cacau do mundo, hoje precisa importar amêndoa para manter sua indústria funcionando. Com lavouras envelhecidas, baixa produtividade média e forte dependência de condições climáticas, a cadeia brasileira está vulnerável.

    Segundo a AIPC, é necessário acelerar a renovação de pomares, incentivar o uso de clones mais produtivos e resistentes, e ampliar o acesso a crédito para pequenos e médios produtores. Também cresce a demanda por políticas públicas que favoreçam a expansão da cacauicultura na Amazônia, no Espírito Santo e em novas fronteiras agrícolas.

    Enquanto isso, o chocolate — produto culturalmente associado à celebração e ao prazer — pode se tornar um item mais raro e caro na mesa dos brasileiros. A crise do cacau já não é um problema futuro. Ela está acontecendo agora, e a Páscoa de 2025 é a prova mais amarga disso.

    Fonte: Pensar Agro

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