ATUALIZADO às 13horas – aberto na manhã desta sexta-feira (29.09) na fazenda Aymoré, em Jaciara (145 km de Cuiabá) o Plantio nacional da Safra de Soja, safra 2023/2024. Este evento marca o início da 12ª temporada do projeto Soja Brasil.
Além de simbolizar o início oficial do plantio da soja, este evento também serve como um espaço de discussões e intercâmbio de informações entre agricultores e especialistas do setor agrícola durante uma série de painéis temáticos.
Durante a abertura, o presidente da Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso (Aprosoja-MT), Fernando Cadore, destacou que o Brasil alcançou uma produção impressionante de 315 milhões de toneladas de grãos na safra 22/23, com 155 milhões dessas toneladas referentes à soja. No entanto, um desafio persiste: a carência de armazéns.
O que, teoricamente, poderia ser uma solução para o país, torna-se um problema significativo devido ao déficit de armazenagem, que ultrapassa 60%. Cadore enfatiza que essa é uma das principais limitações enfrentadas pelo estado de Mato Grosso e pelo Brasil como um todo. No maior estado produtor do país, a capacidade de armazenamento mal chega a 50%.
Ele argumentou que o acesso ao crédito no Brasil não foi estruturado para permitir que os produtores construam armazéns em suas propriedades. “Se uma correia de colheitadeira quebra, o agricultor pode sair da loja com uma máquina nova, mas não há a mesma facilidade para construir um armazém”, observou Cadore.
Para ilustrar a gravidade do problema, ele faz uma analogia: “Produzir sem ter armazém é o mesmo que ter uma sorveteria com espaço de freezer para apenas 50% dos sorvetes que produz”.
O presidente do Instituto do Agronegócio (IA), Isan Rezende, lembrou que déficit de armazenagem afeta todo o País. “Esse déficit, que ultrapassa 60%, é um gargalo significativo, afetando não apenas Mato Grosso, mas todo o país. Na maior nação produtora de grãos, nossa capacidade de armazenagem está aquém do necessário, prejudicando nossa eficiência e competitividade”, comentou.
Outra questão levantada pelo presidente do IA foi a questão do crédito. “Além disso, é fundamental abordar a questão do acesso ao crédito. Atualmente, a estrutura de financiamento não favorece o investimento em armazéns, o que é essencial para garantir a segurança e a qualidade de nossa produção”.
“Precisamos repensar nossa abordagem e encontrar soluções conjuntas para superar esse desafio e continuar impulsionando o agronegócio brasileiro para novos patamares de sucesso. Acredito que, com colaboração e esforço, podemos enfrentar essa questão e fortalecer ainda mais nosso setor”, concluiu Isan Rezende
O projeto Soja Brasil é uma iniciativa realizada pelo Canal Rural em parceria com a Aprosoja Brasil, com coordenação técnica da Embrapa e consultoria da Safras & Mercado. A Aprosoja-MT e a Giacomelli Agro também participam da organização local do evento.
Com cenário global favorável, Estado quer ampliar exportações em 10%
Published
2 meses ago
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5 de maio de 2025
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Goiás exportou 13,2 milhões de toneladas de soja em 2024, com receita superior a US$ 7,3 bilhões, consolidando-se como o terceiro maior exportador do grão no Brasil. Com a crescente disputa comercial entre China e Estados Unidos e a reconfiguração dos fluxos globais de grãos, o estado projeta um aumento de até 10% nas exportações em 2025, impulsionado pela demanda asiática e pela capacidade de resposta da produção goiana.
O aumento da procura por fornecedores alternativos por parte da China, que em abril recebeu 40 navios de soja brasileira com cerca de 700 mil toneladas, fortalece o posicionamento de Goiás como polo estratégico na oferta global de alimentos. O estado, com uma área plantada superior a 4 milhões de hectares e rendimento médio acima de 60 sacas por hectare, já se beneficia da maior competitividade brasileira no mercado internacional.
Além da soja, que responde por mais de 60% do total exportado pelo agronegócio goiano, produtos como milho, carnes e algodão também têm registrado crescimento. No primeiro trimestre de 2025, o estado já apresenta um incremento de 7% nas exportações para a China em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove).
Goiás reúne condições favoráveis para aproveitar o novo ciclo: clima propício, produtividade crescente, empresários rurais tecnificados e uma logística em processo de modernização. Ainda há gargalos, especialmente em transporte e armazenagem, mas a infraestrutura vem sendo adaptada para atender a esse salto de demanda.
O momento geopolítico não é apenas uma conjuntura passageira — ele representa uma mudança estrutural na forma como as grandes potências lidam com segurança alimentar. A preferência da China por parceiros estáveis, previsíveis e com grande capacidade produtiva coloca estados como Goiás no radar estratégico dos importadores.
Com planejamento técnico, inteligência de mercado e políticas voltadas à sustentabilidade e à competitividade, Goiás transforma a tensão global em oportunidade concreta. A meta agora é clara: consolidar o protagonismo do estado como um dos principais celeiros do agronegócio mundial.
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