O mercado do boi gordo na América Latina fechou a última semana em alta, especialmente nos países do Mercosul, onde o preço médio da carne para exportação bateu um recorde que não se via há três anos. O quilo da carcaça chegou a R$ 23,14, refletindo a forte demanda internacional.
Na Argentina, o cenário foi ainda mais expressivo: o preço do boi foi cotado a R$ 28,39 por quilo de carcaça, com um aumento de 8,3% em relação à semana anterior. A firmeza dos preços argentinos foi impulsionada não só pela boa procura no mercado externo, mas também pela maior estabilidade do câmbio local, favorecendo os exportadores.
No Brasil, a situação também foi positiva para os pecuaristas, embora o ritmo de negócios tenha sido mais lento nos últimos dias. Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), a demanda supera a oferta, o que tem sustentado os preços no mercado interno. No entanto, o fluxo de negociações no mercado físico foi considerado inexpressivo, com várias indústrias fora das compras.
Mesmo com a firmeza dos preços, analistas alertam que as cotações podem sofrer pressão de baixa nas próximas semanas. Isso porque as escalas de abate estão um pouco mais confortáveis, e a expectativa é que a oferta de animais prontos para o abate aumente de forma mais significativa a partir da segunda quinzena de maio, com a chegada da safra do boi gordo.
Veja como fecharam as médias da arroba do boi nas principais praças do país:
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São Paulo: R$ 325,83 (anterior: R$ 327,58)
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Goiás: R$ 309,46 (anterior: R$ 310,18)
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Minas Gerais: R$ 319,41 (anterior: R$ 320,29)
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Mato Grosso do Sul: R$ 323,18 (anterior: R$ 323,64)
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Mato Grosso: R$ 326,16 (anterior: R$ 326,35)
O Indicador do boi gordo Cepea/Esalq avançou cerca de 2,5% em abril, saindo da casa dos R$ 320 no final de março para R$ 327 a arroba nesta semana.
No mercado atacadista da Grande São Paulo, a carcaça casada bovina valorizou 5,5% na parcial de abril, operando por volta de R$ 23 o quilo à vista. Em dólar, com a cotação de R$ 5,70, esse valor seria equivalente a cerca de US$ 4,04, aproximando-se da média internacional.
Apesar da firmeza, o atacado trabalha com a perspectiva de preços mais estáveis para o restante do mês. A tendência é de um escoamento mais lento da carne bovina, o que reduz a probabilidade de novos reajustes.
Assim, o produtor rural deve acompanhar com atenção o comportamento da demanda nas próximas semanas e se preparar para uma possível mudança de cenário a partir da segunda quinzena de maio, com maior oferta de animais no mercado.
Fonte: Pensar Agro