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Ações sobem e mercado lucra com os incêndios em São Paulo

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Enquanto uns choram, outros vendem lenços. Esse ditado popular resume bem o cenário enfrentado pelo estado de São Paulo nos últimos dias. Entre quinta-feira (22.08) e sábado (24), o estado registrou queimadas em 200 dos 645 municípios, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).

Foram 2.621 focos de incêndio nesses três dias, um número superior ao registrado em todo o ano de 2023, que somou 1.666 focos. O governo estadual estima os prejuízos em cerca de 1 bilhão de reais.

Os incêndios causaram devastação em áreas produtivas, com cerca de 59 mil hectares de canaviais e áreas de rebrota queimadas, gerando perdas estimadas em R$ 350 milhões, conforme a Organização de Associações de Produtores de Cana do Brasil (Orplana). Para muitos produtores, o cenário é desolador, com lavouras destruídas e impactos significativos na produção.

Por outro lado, enquanto alguns enfrentam prejuízos, outros se beneficiam das consequências econômicas. O receio de perdas na produção de cana-de-açúcar fez com que os preços do açúcar disparassem na Bolsa de Nova York nesta segunda-feira (26.08). O contrato para outubro fechou a sessão em alta de 3,53%, sendo negociado a 19,04 centavos de dólar por libra-peso. Essa valorização também refletiu nas ações das usinas de cana, que registraram ganhos na Bolsa.

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Segundo estrategistas do setor de investimentos, o aumento no preço do açúcar aconteceu devido aos incêndios, e podem ter estimulado a busca por ações das usinas. Além disso, a alta do petróleo, impulsionou o mercado de etanol, também contribuiu para essa valorização.

O contraste entre as perdas devastadoras para muitos produtores e os ganhos financeiros para alguns investidores e usinas ilustra bem a dinâmica do mercado, que lucra mesmo em meio à tragédia.

EM TEMPO: A frase é atribuída ao publicitário Nizan Guanaes, que em 1998 escreveu para um jornal: “em tempos de crise, enquanto uns choram, outros vendem lenço”.

Fonte: Pensar Agro

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Produtores cobram ações contra invasões e pedem mais segurança

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Produtores rurais de todo o Brasil acompanharam com atenção a audiência pública realizada no Senado Federal nesta semana, que colocou em pauta um tema sensível e urgente para o setor: as invasões de propriedades rurais e a falta de segurança jurídica no campo.

O encontro, promovido pela Comissão de Agricultura e Reforma Agrária, contou com a presença do ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, e teve como foco o impacto das ocupações recentes, especialmente as mobilizações do chamado “Abril Vermelho”.

Durante a audiência, senadores da Frente Parlamentar da Agropecuária destacaram que o direito à propriedade precisa ser respeitado e garantido pelo Estado, como determina a Constituição. Segundo os parlamentares, o cenário atual preocupa produtores rurais que, mesmo com título da terra e anos de trabalho, vivem sob constante ameaça de invasões.

Além disso, foi questionada a criação de novos assentamentos sem a devida revisão e regularização dos já existentes. De acordo com dados apresentados no debate, hoje há mais de 200 mil lotes vagos em assentamentos pelo país e cerca de 17 milhões de hectares que estão ociosos.

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Outro dado citado aponta mais de meio milhão de beneficiários do programa de reforma agrária com indícios de irregularidades. A cobrança dos parlamentares foi clara: antes de ampliar o número de assentamentos, é preciso organizar e dar transparência ao que já existe.

Por outro lado, o governo apresentou ações voltadas para a agricultura familiar, como o aumento de recursos no Plano Safra 2023/2024 e a criação do programa Desenrola Rural, que visa renegociar dívidas de pequenos agricultores. Também foi anunciada a meta de inclusão de mais de 300 mil famílias no programa de reforma agrária, com foco na redução de conflitos no campo.

Mesmo assim, os senadores reforçaram que nenhuma política pública pode avançar se a segurança jurídica for deixada de lado. A preocupação com os impactos das invasões vai além da posse da terra. Há prejuízos diretos à produção, ao abastecimento e ao acesso ao crédito rural, além do desestímulo ao investimento no setor agropecuário.

Outro ponto sensível abordado foi a situação da região amazônica, que concentra milhares de assentamentos e enfrenta desafios logísticos e fundiários ainda maiores. Lá, produtores relatam dificuldades com a documentação da terra, acesso a crédito, infraestrutura e assistência técnica.

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A audiência pública trouxe à tona um sentimento comum entre os produtores: é preciso garantir o direito de produzir com segurança e respeito à lei. O campo quer apoio, quer regularização fundiária e políticas eficientes, mas exige, acima de tudo, que o Estado atue com firmeza para coibir ações ilegais que colocam em risco o trabalho de quem alimenta o país.

Fonte: Pensar Agro

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