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Agricultura de precisão ganha espaço no campo e pode aumentar produtividade

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Tecnologia a serviço da lavoura. Com ferramentas cada vez mais acessíveis, a agricultura de precisão tem transformado o jeito de produzir no campo. Segundo levantamento do Departamento Técnico da Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul), produtores que adotam esse tipo de manejo alcançam, em média, um aumento de até 29% na produtividade e uma economia de cerca de 23% no uso de insumos, como fertilizantes e defensivos agrícolas.

Esses dados mostram que, mais do que uma tendência, a agricultura de precisão já é realidade em muitas propriedades do país, inclusive em Mato Grosso do Sul. O estudo revela que quanto menor o nível tecnológico anterior da fazenda, maiores os ganhos após a implementação das novas ferramentas.

Mas afinal, o que é agricultura de precisão?

De forma simples, trata-se de um conjunto de técnicas e tecnologias que permitem ao produtor tomar decisões mais certeiras, baseadas em dados reais coletados dentro da própria propriedade. A grande diferença em relação ao modelo tradicional está no tratamento específico de cada parte da lavoura — ou seja, ao invés de aplicar o mesmo adubo ou defensivo em toda a área, o produtor passa a aplicar exatamente o que cada metro de terra realmente precisa.

Para isso, são usados equipamentos como drones, sensores de solo, tratores com GPS e softwares agrícolas que ajudam a mapear as variações dentro da propriedade. Esses dados são processados por programas que indicam onde e quanto aplicar de fertilizante, onde há maior risco de pragas, onde está a maior produtividade e onde estão os pontos de atenção.

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Com esse tipo de controle, o uso de insumos é racionalizado. A consequência direta é uma economia significativa nos custos de produção, menor impacto ambiental e, claro, melhores colheitas. No bolso, a redução média de 23% nas despesas com insumos pode significar dezenas de milhares de reais poupados por safra — especialmente em culturas de larga escala.

Além da economia, a sustentabilidade também é um dos pilares da agricultura de precisão. O uso controlado de produtos químicos evita a contaminação do solo e da água, preserva a biodiversidade e reduz as emissões de carbono ao otimizar o uso de máquinas.

Em Mato Grosso do Sul, o avanço da tecnologia no campo tem sido acompanhado de perto por instituições ligadas ao setor produtivo. Um dos exemplos é o SIGA/MS (Sistema de Informação Geográfica do Agronegócio), projeto desenvolvido pela Famasul em parceria com a Aprosoja/MS e o Governo do Estado. O sistema reúne dados estratégicos sobre a produção agrícola no estado e ajuda a orientar políticas públicas e ações de apoio aos produtores.

Durante visitas técnicas realizadas pelo programa, 1.200 produtores foram entrevistados sobre o uso de softwares e ferramentas de agricultura de precisão. O resultado foi expressivo: 65,6% dos entrevistados afirmaram que já utilizam esse tipo de tecnologia em suas propriedades — principalmente em operações relacionadas à fertilidade do solo, ao plantio e à aplicação de insumos.

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A agricultura de precisão exige mudança de mentalidade. O produtor passa a ser também um gestor de dados, interpretando informações e tomando decisões baseadas em análises técnicas. Mas isso não significa que apenas grandes fazendas tenham acesso à tecnologia.

Atualmente, o custo de entrada na agricultura de precisão caiu bastante. Existem opções desde os sensores e mapeamentos mais simples, até pacotes tecnológicos mais completos. Com a cotação atual do dólar a R$ 5,70, muitos dos equipamentos importados ainda representam um investimento relevante, mas os ganhos de produtividade e economia tendem a compensar a aplicação no médio prazo.

Além disso, a crescente oferta de cursos e treinamentos, muitos deles promovidos por entidades como a própria Famasul, tem permitido que produtores de todos os portes se capacitem e explorem os benefícios da inovação no campo.

O que antes parecia algo distante ou exclusivo de grandes empresas agrícolas, hoje está ao alcance do pequeno e médio produtor. A chave está no conhecimento e na gestão eficiente da propriedade.

Com a agricultura de precisão, o produtor rural consegue extrair o máximo do seu solo, preservar o meio ambiente, reduzir custos e aumentar a rentabilidade da safra. Mais do que uma modernização da produção, é um caminho realista e necessário para manter a competitividade do agro brasileiro em um cenário global cada vez mais exigente.

Fonte: Pensar Agro

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Elaboração do Plano Safra 2025/26 entra no radar do agronegócio após o feriadão

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Passado o feriado prolongado do Dia do Trabalho, o principal tema que deve dominar as conversas no setor agropecuário é a elaboração do Plano Safra 2025/2026. Durante o encerramento da Agrishow, nesta sexta-feira (02.05), em Ribeirão Preto (SP), o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, defendeu urgência no diálogo entre o governo federal e os representantes do setor produtivo para definir as diretrizes do próximo plano.

Segundo o ministro, a intenção é antecipar as negociações para maio, evitando que o debate fique para junho, como tradicionalmente ocorre. “Conversei com a direção da Abimaq e também com a direção da Agrishow para que possamos ir a Brasília falar com os ministros, a fim de não deixar essa conversa para junho, mas iniciá-la já em maio, discutindo como viabilizar os recursos de financiamento para o agricultor”, afirmou Teixeira, que esteve acompanhado de lideranças da indústria de máquinas e dos organizadores da feira.

Na avaliação do ministro, o novo Plano Safra precisa ser robusto, com foco em garantir acesso dos produtores a tecnologias e crédito para modernizar a produção agrícola nacional.

Do lado do Congresso, a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) já apresentou suas propostas na última terça-feira (29.04), durante reunião da bancada. A entidade defende um modelo mais eficiente, seguro e sustentável de financiamento ao agro, com ampliação dos recursos públicos, reforço ao seguro rural e a criação de uma política agrícola plurianual, semelhante à Farm Bill americana.

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Entre os principais pontos defendidos pela FPA está o aporte de R$ 25 bilhões para a equalização de juros — custo que recai sobre o Tesouro Nacional — e a destinação de pelo menos 1% do valor total do Plano Safra (cerca de R$ 5,99 bilhões) para a subvenção ao seguro rural. A medida busca dar previsibilidade ao produtor e evitar paralisias no crédito, como a que ocorreu em fevereiro deste ano.

“Essa equalização, que é o que de fato custa para os cofres públicos, teria que ter necessidade de pelo menos R$ 25 bilhões”, afirmou o presidente da FPA, deputado Pedro Lupion (PP-PR). A expectativa da bancada é de que a Selic esteja próxima de 15% em julho, o que pressiona ainda mais os custos do crédito rural.

Diante das recentes perdas causadas por eventos climáticos extremos, como os prejuízos no Rio Grande do Sul e no Centro-Oeste, a FPA também propõe o fortalecimento do seguro rural e a criação de um Fundo de Catástrofe. Além disso, busca incluir no Plano Safra 2025/26 uma política agrícola de longo prazo, com horizonte de cinco anos, para dar maior estabilidade ao setor.

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A entidade elencou ainda seis prioridades estratégicas: continuidade do crédito, fontes sustentáveis de financiamento, ambiente regulatório favorável, garantias de preço, equalização de juros e fortalecimento do seguro rural.

As propostas foram construídas com base nas contribuições das 59 entidades que integram o Instituto Pensar Agro (IPA) e serão formalmente protocoladas nos próximos dias, dando início às negociações com os Ministérios da Agricultura, do Desenvolvimento Agrário, da Fazenda e com o Tesouro Nacional.

Para a próxima safra, estima-se que o crédito necessário à agropecuária brasileira alcance R$ 1,3 trilhão, sendo R$ 599 bilhões via Plano Safra. Os parlamentares defendem que o governo adote uma postura de Estado, independente de disputas políticas ou ideológicas.

“O governo não pode se dar ao luxo de ignorar um setor tão estratégico como o agro. Essa é uma questão que vai além de qualquer desempenho político”, reforçou Lupion.

Fonte: Pensar Agro

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