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Agrishow 2025 fecha com recorde de “intenções de negócios”

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Terminou nesta sexta-feira (02.05) em Ribeirão Preto (320 km da capital, São Paulo), a 30ª edição do Agrishow. Durante os 5 dias da feira foram conseguidos, segundo os organizadores, R$ 14,6 bilhões em intenções de negócios – crescimento de 7% em relação aos R$ 13,6 bilhões registrados no ano anterior. Os números, que dizem respeito exclusivamente aos segmentos de máquinas agrícolas, equipamentos de irrigação e estruturas de armazenagem foco da feira – refletem tanto os contratos efetivamente fechados durante o evento quanto os pedidos encaminhados e ainda dependentes de financiamento.

A feira, considerada a maior da América Latina em tecnologia agropecuária, recebeu 195 mil visitantes ao longo da semana, número que reforça sua relevância no calendário do agronegócio brasileiro. Além da presença massiva de produtores rurais e empresários do setor, o evento foi palco para lançamentos de alto impacto, como a nova colheitadeira de grande porte, tratores importados de alta potência, protótipos sustentáveis movidos a biometano e soluções voltadas à cultura da cana-de-açúcar.

Desde 2023, a feira passou a adotar a expressão “intenções de negócios” no lugar de “faturamento”, justamente para abarcar as vendas que, embora formalizadas, ainda aguardam liberação de crédito, sobretudo em função da política agrícola oficial. O desempenho está diretamente atrelado à expectativa do setor em torno do novo Plano Safra, que definirá as condições de financiamento para o próximo ciclo agrícola. A confirmação dos negócios dependerá do volume de recursos disponíveis e das taxas de juros a serem praticadas.

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A taxa básica de juros elevada, atualmente em 14,25% ao ano, é um fator de preocupação recorrente entre os expositores e fabricantes, especialmente diante da perspectiva de necessidade de maior aporte de recursos públicos para a equalização dos juros. No Plano Safra vigente, os recursos para agricultura familiar ainda apresentam condições atraentes, com taxas entre 2% e 5% ao ano, mas linhas como o Moderfrota e o Pronamp esgotaram-se em apenas três meses, o que comprometeu o acesso ao crédito por médios e grandes produtores. Em bancos privados, os juros chegam a 21%, o que dificulta investimentos em modernização e renovação de frota.

Mesmo com os bons números, a conjuntura macroeconômica impôs desafios importantes. Representantes da indústria de máquinas agrícolas manifestaram preocupação com as dificuldades de financiamento e com o ambiente de insegurança gerado por fatores externos, como as medidas tarifárias recentemente adotadas pelos Estados Unidos, que podem afetar diretamente a confiança do produtor na hora de investir.

Para contornar a escassez de crédito subsidiado, muitas empresas apostaram em modalidades alternativas de negociação, como consórcios e vendas com pagamento em moeda estrangeira, especialmente dólar e euro, que se mostraram viáveis diante das linhas tradicionais menos acessíveis. Outro destaque foram as indústrias voltadas à pecuária, que apostaram em bater recordes de vendas diante do bom momento do setor, assim como empresas de drones, implementos e veículos utilitários que também relataram bons resultados.

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A organização da feira já discute a ampliação da área do evento, atualmente com 520 mil metros quadrados. O projeto prevê uma expansão longitudinal para acomodar novas empresas interessadas em participar, com perspectiva de crescimento para até 800 mil metros quadrados em futuras edições.

Com resultados consistentes e indicativos de otimismo cauteloso, a Agrishow 2025 se consolida como uma vitrine essencial para a tecnologia agropecuária nacional, mesmo diante das incertezas econômicas e da elevada dependência de políticas públicas eficazes de crédito rural.

Fonte: Pensar Agro

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Alta no preço global de alimentos acende alerta e cria oportunidades para o agro brasileiro

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O Índice de Preços de Alimentos da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) subiu em abril e atingiu a média de 128,3 pontos, uma alta de 1% em relação a março. A elevação foi puxada principalmente pelos preços dos cereais, carnes e lácteos, o que acende um sinal de atenção — e também de oportunidade — para o agronegócio brasileiro, especialmente para os produtores de soja, milho, arroz, carnes e leite.

Mesmo com a alta, o índice segue 19,9% abaixo do pico histórico registrado em março de 2022, mas ficou 7,6% acima do nível de abril do ano passado. O movimento indica uma retomada gradual da demanda global por alimentos, em um cenário de estoques apertados, conflitos geopolíticos e variações cambiais. Para o Brasil, que é um dos maiores exportadores mundiais de grãos e carnes, esse movimento pode significar mais competitividade e maior rentabilidade para o setor.

O subíndice de preços dos cereais avançou 1,2% em abril. O trigo subiu com a menor oferta da Rússia e o câmbio mais favorável para exportadores. Já o milho foi impulsionado pela redução de estoques nos Estados Unidos e pela suspensão temporária de tarifas por parte daquele país. O arroz também subiu 0,8% no mês.

Esse cenário pode beneficiar diretamente os produtores brasileiros, que vêm enfrentando custos altos de produção, mas agora podem encontrar margens melhores nas exportações, principalmente se o dólar continuar em patamar elevado. Goiás, Mato Grosso e Paraná, grandes produtores de milho e soja, podem se aproveitar do momento para ampliar vendas externas, principalmente para a Ásia.

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O preço médio dos óleos vegetais caiu 2,3% em abril, puxado pela queda do óleo de palma. Mas o óleo de soja, importante para o Brasil, continuou subindo, sustentado pela demanda aquecida no mercado internacional. Isso mantém a soja brasileira em posição estratégica, principalmente considerando a boa produção esperada em estados como Mato Grosso, Goiás e Paraná.

O subíndice de preços da carne subiu 3,2% em abril. A carne suína liderou o avanço, com a Europa ampliando compras após liberação sanitária da Alemanha. A bovina também ganhou fôlego com demanda estável e oferta global apertada. No Brasil, destaque para a carne de frango, cujos preços subiram por causa da forte demanda interna e menor ritmo de abates durante os feriados de Páscoa.

Para os pecuaristas e integrados da avicultura, os números são positivos: mostram uma retomada no mercado global, com espaço para ampliação das exportações brasileiras, especialmente para mercados como China, União Europeia e países árabes.

Os preços dos lácteos subiram 2,4% em abril e estão quase 23% acima do patamar de um ano atrás. A manteiga alcançou seu maior valor histórico, puxada pela alta demanda por gordura láctea e estoques reduzidos na Europa. Queijos e leite em pó também subiram, com destaque para o mercado da Oceania.

Esse movimento pode representar boas oportunidades para os produtores de leite brasileiros, desde que consigam superar os desafios internos de custo de produção e logística. A alta internacional pode ajudar a pressionar os preços pagos ao produtor no mercado interno.

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Na contramão dos outros alimentos, o açúcar caiu 3,5% em abril e está quase 11% abaixo do valor de um ano atrás. A razão é, em parte, o próprio Brasil: a produção acima do esperado na segunda quinzena de março e a desvalorização do real ajudaram a derrubar os preços internacionais.

Ainda assim, o setor sucroalcooleiro segue competitivo e os bons níveis de produção nas regiões Centro-Sul e Nordeste devem manter o Brasil como o maior exportador global. A menor cotação do petróleo também contribui para a queda do açúcar, já que reduz o incentivo para destinar mais cana para o etanol.

O que o produtor precisa saber:

  • O cenário internacional sinaliza uma recuperação da demanda por alimentos, com reflexos diretos nos preços.

  • Soja, milho, carnes e lácteos estão em alta e oferecem boas oportunidades de exportação.

  • A volatilidade do câmbio, os estoques globais e a política comercial de países importadores ainda podem trazer incertezas.

  • A queda no açúcar mostra que o Brasil tem peso no mercado global — tanto para subir quanto para derrubar preços.

A mensagem para o produtor rural é clara: o mundo está voltando a comprar mais alimentos, e o Brasil — especialmente seu agro — está no centro desse movimento. Quem estiver bem preparado, com planejamento, gestão eficiente e acesso a mercados, poderá aproveitar o bom momento para crescer.

Fonte: Pensar Agro

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