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Investimentos em armazéns batem recorde segundo o BNDES

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O produtor rural brasileiro está colhendo safras cada vez maiores, mas o campo ainda sofre com um velho problema: falta espaço para guardar toda essa produção. A boa notícia é que os investimentos em armazenagem estão em alta. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) já aprovou R$ 2,6 bilhões para projetos de construção e ampliação de armazéns na safra 2024/2025 — o maior volume da série histórica iniciada em 2013.

Esses recursos fazem parte do Programa de Construção e Ampliação de Armazéns (PCA) e mostram um salto significativo no apoio ao setor. O valor representa um crescimento de 32% em relação à safra passada e é quase quatro vezes maior do que o registrado em 2022/2023. Somando os investimentos das duas últimas safras, o total chega a R$ 4,59 bilhões — superando toda a soma dos cinco anos anteriores, entre 2018 e 2023.

Segundo o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, essa ampliação do crédito é uma resposta direta à orientação do governo federal de reforçar a infraestrutura rural. “Com mais armazéns, o produtor ganha em segurança, evita perdas e melhora a gestão dos estoques para enfrentar as variações de mercado e do clima”, afirmou.

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Hoje, o Brasil tem uma capacidade total de armazenagem de cerca de 222 milhões de toneladas, mas isso cobre apenas 69% da produção prevista. Isso significa que existe um déficit de mais de 100 milhões de toneladas — uma lacuna que se agrava com o avanço da produção e a concentração das colheitas em janelas cada vez mais curtas.

Os estados de Mato Grosso, Paraná e Mato Grosso do Sul são os mais afetados, especialmente nas culturas de soja e milho. A falta de silos suficientes força muitos produtores a escoar a produção rapidamente ou recorrer a estruturas distantes, como armazéns em portos e cidades, o que encarece o frete, aumenta as perdas e atrasa as exportações.

Mesmo com o aumento dos financiamentos, os especialistas alertam: o ritmo de crescimento da armazenagem ainda está aquém do necessário. Para acompanhar o avanço da produção, o ideal seria investir cerca de R$ 15 bilhões por ano em infraestrutura, o que permitiria adicionar 10 milhões de toneladas à capacidade estática. No entanto, o volume investido atualmente é metade disso.

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Outro ponto crítico é o custo de construção. Silos novos exigem grandes aportes financeiros, e os juros altos, além da burocracia no acesso ao crédito, acabam afastando pequenos e médios produtores. Com isso, cooperativas, grandes propriedades e usinas de biocombustíveis lideram os pedidos de financiamento.

Por enquanto, o BNDES já liberou R$ 29,7 bilhões em crédito agrícola no Plano Safra 2024/2025, com mais de 125 mil operações contratadas por meio de bancos parceiros. Essa estrutura descentralizada permite que o crédito chegue a mais de 90% dos municípios brasileiros, mas ainda há espaço para melhorar o alcance e a velocidade das liberações.

A falta de armazéns é um gargalo que ameaça a competitividade do Brasil como maior exportador mundial de soja e outros grãos. A colheita recorde mostra a força do campo, mas também escancara a urgência de investir em infraestrutura. Se o país quiser continuar liderando o mercado internacional, precisa garantir que sua produção tenha onde ser guardada, com eficiência e qualidade.

Fonte: Pensar Agro

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Elaboração do Plano Safra 2025/26 entra no radar do agronegócio após o feriadão

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Passado o feriado prolongado do Dia do Trabalho, o principal tema que deve dominar as conversas no setor agropecuário é a elaboração do Plano Safra 2025/2026. Durante o encerramento da Agrishow, nesta sexta-feira (02.05), em Ribeirão Preto (SP), o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, defendeu urgência no diálogo entre o governo federal e os representantes do setor produtivo para definir as diretrizes do próximo plano.

Segundo o ministro, a intenção é antecipar as negociações para maio, evitando que o debate fique para junho, como tradicionalmente ocorre. “Conversei com a direção da Abimaq e também com a direção da Agrishow para que possamos ir a Brasília falar com os ministros, a fim de não deixar essa conversa para junho, mas iniciá-la já em maio, discutindo como viabilizar os recursos de financiamento para o agricultor”, afirmou Teixeira, que esteve acompanhado de lideranças da indústria de máquinas e dos organizadores da feira.

Na avaliação do ministro, o novo Plano Safra precisa ser robusto, com foco em garantir acesso dos produtores a tecnologias e crédito para modernizar a produção agrícola nacional.

Do lado do Congresso, a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) já apresentou suas propostas na última terça-feira (29.04), durante reunião da bancada. A entidade defende um modelo mais eficiente, seguro e sustentável de financiamento ao agro, com ampliação dos recursos públicos, reforço ao seguro rural e a criação de uma política agrícola plurianual, semelhante à Farm Bill americana.

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Entre os principais pontos defendidos pela FPA está o aporte de R$ 25 bilhões para a equalização de juros — custo que recai sobre o Tesouro Nacional — e a destinação de pelo menos 1% do valor total do Plano Safra (cerca de R$ 5,99 bilhões) para a subvenção ao seguro rural. A medida busca dar previsibilidade ao produtor e evitar paralisias no crédito, como a que ocorreu em fevereiro deste ano.

“Essa equalização, que é o que de fato custa para os cofres públicos, teria que ter necessidade de pelo menos R$ 25 bilhões”, afirmou o presidente da FPA, deputado Pedro Lupion (PP-PR). A expectativa da bancada é de que a Selic esteja próxima de 15% em julho, o que pressiona ainda mais os custos do crédito rural.

Diante das recentes perdas causadas por eventos climáticos extremos, como os prejuízos no Rio Grande do Sul e no Centro-Oeste, a FPA também propõe o fortalecimento do seguro rural e a criação de um Fundo de Catástrofe. Além disso, busca incluir no Plano Safra 2025/26 uma política agrícola de longo prazo, com horizonte de cinco anos, para dar maior estabilidade ao setor.

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A entidade elencou ainda seis prioridades estratégicas: continuidade do crédito, fontes sustentáveis de financiamento, ambiente regulatório favorável, garantias de preço, equalização de juros e fortalecimento do seguro rural.

As propostas foram construídas com base nas contribuições das 59 entidades que integram o Instituto Pensar Agro (IPA) e serão formalmente protocoladas nos próximos dias, dando início às negociações com os Ministérios da Agricultura, do Desenvolvimento Agrário, da Fazenda e com o Tesouro Nacional.

Para a próxima safra, estima-se que o crédito necessário à agropecuária brasileira alcance R$ 1,3 trilhão, sendo R$ 599 bilhões via Plano Safra. Os parlamentares defendem que o governo adote uma postura de Estado, independente de disputas políticas ou ideológicas.

“O governo não pode se dar ao luxo de ignorar um setor tão estratégico como o agro. Essa é uma questão que vai além de qualquer desempenho político”, reforçou Lupion.

Fonte: Pensar Agro

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