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Assembleia Legislativa debate desafios para implementar reforma tributária nos 399 municípios do Paraná

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A Assembleia Legislativa do Paraná promoveu na manhã desta segunda-feira (28) uma audiência pública para debater os gargalos e desafios para a implementação da reforma tributária nos 399 municípios do Paraná. “Precisamos entender as mudanças na arrecadação do Estado e dos municípios. São muitas reformas sendo realizadas e os auditores são fundamentais, trabalhando junto com as associações, para fazer o melhor ao Paraná”, ressaltou o deputado Alexandre Amaro (Republicanos), proponente do encontro.

Auditores fiscais de tributos do Paraná, gestores, prefeitos e secretários municipais compareceram, entre outras autoridades, ao Plenarinho do Legislativo. Eles se debruçaram especialmente sobre o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), um dos dois tributos criados pela mudança. De competência conjunta entre estados e municípios, o IBS deve substituir até 2033 o Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias (ICMS) e o Imposto Sobre Serviços (ISS). O projeto ainda está em fase de regulamentação no Congresso Nacional.

O deputado federal Luiz Carlos Hauly (Podemos/PR), primeiro a discursar, afirmou que trabalha no Congresso Nacional para consolidar o IBS já para 2027 – o texto atual prevê que o imposto seja aplicado gradualmente entre 2026 e 2033. Ele aproveitou a ocasião para relembrar sua trajetória no estudo e defesa da unificação dos tributos. Hauly apresentou o primeiro projeto sobre o tema ainda em 1991 e foi relator Comissão de Reforma Tributária em 2016. “Será excelente para Estados e municípios”, destacou o deputado federal. “É a mais importante reforma da economia brasileira”.

Avanços e dilemas

Baixos salários e carências na formação de auditores fiscais municipais são motivos que levam Flávio de Azambuja Berti, procurador do Ministério Público de Contas do Paraná (MPC), a ter uma visão mais cautelosa sobre o tema. “O cenário hoje é de despreparo absoluto. Especialmente em municípios do interior, onde há carreiras desestruturadas. Além de serem mal remuneradas, grande parte sequer exige nível superior para o cargo”, denunciou Azambuja. Há casos em que a remuneração chega a 1,8 mil, conforme o procurador.

De acordo com Berti, em muitos casos, a carreira de auditor fiscal é sobrecarregada com competências de fiscalização ambiental, obras públicas e códigos de postura municipal. “A criação do IBS em 2027 é a verdadeira catástrofe”, pontuou. “Temos um caminho preliminar a ser feito”.

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Berti aproveitou a ocasião para divulgar o lançamento de uma cartilha que deve orientar as cidades a se atualizarem ao novo sistema. A criação do documento é fruto da cooperação entre o MPC e Tribunal de Contas do Estado (TCE-PR). Ela será lançada no próximo dia 6, em evento realizado no Teatro Guaíra.

Cooperação e formação

Apesar de concordar com o problema salarial, Edimar Aparecido dos Santos Sales Vieira, presidente da Associação de Municípios do Paraná (AMP) e ex-prefeito de Santa Cecília do Pavão, afirmou que não há tensão nas prefeituras quanto a implementação do IBS. “Estamos muito tranquilos com a reforma tributária. Os municípios ganham com ela”, considera. Conforme Vieira, a AMP deve prestar auxílio para os gestores se adaptarem às alterações.

A capacitação também será promovida pela Receita Estadual do Paraná (REPR), de acordo com a diretora do órgão Suzane Aparecida Gambetta Dobjenski. Ela anunciou criação de um curso para auxiliar na implementação da reforma tributária – o material está atualmente em fase de elaboração. “A reforma tributária muda significativamente como arrecadamos, gerenciamos e administramos os recursos que nos chegam”, considerou Dobjenski. “Isso que está sendo feito aqui, a troca entre Estados e municípios, será essencial para conseguirmos aplicar as mudanças”.

Fernandes dos Santos, presidente do Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita do Estado do Paraná (Sindafep), destacou que a Lei Orgânica da Administração Tributária, em revisão, deixará claro as atribuições de cada esfera na reforma tributária. Ele citou ainda a realização do Congresso do Fisco Paranaense, que será realizado na Alep nos dias 22 e 23 de maio e aprofundará a discussão do tema.

Impasse na formação do Comitê Gestor

Os recentes problemas relativos à formação do Comitê Gestor do IBS é um dos impasses que ameaçam os municípios na nova lei, acredita o vice-presidente da Região Sul da Federação Nacional dos Auditores e Fiscais de Tributos Municipais (Fenafim), Ricardo Rodrigues Ribeiro. Previsto no projeto da reforma tributária, o órgão contará com representantes de todos os entes da federação, elaborará o cálculo da alíquota e coordenará a distribuição do imposto entre os estados e os municípios.

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As eleições ocorreriam em abril, mas foram suspensas pela 11ª Vara Cível de Brasília após a Frente Nacional de Prefeitos (FNP) questionar a condução do processo pela Confederação Nacional de Municípios (CNM). “Existe a possibilidade de implementação sem participação dos municípios. Isso é ruim e coloca em risco a legitimidade da reforma. O princípio da cooperação, estabelecido pela emenda 132, é fundamental para o funcionamento desse modelo tributário”, ressaltou.

“Acredito que o Comitê Gestor do IBS será muito bom pois forçará as administrações municipais a criarem melhores estruturas e modernizar as administrações tributárias, também no que tange a cargos, salários e carreiras”, avaliou Francisco Ramos Mangieri, advogado tributarista criador da empresa Tributo Municipal, que presta capacitação, consultoria e assessoria na área tributária municipal.

Arrecadação de ITR

Luciane Santin, técnica da Associação dos Municípios Paranaenses (AMP), encerrou a audiência alertando os gestores municipais sobre a baixa arrecadação do Imposto Territorial Rural (ITR) no Paraná, cobrado de proprietários de imóveis rurais. Segundo ela, a queda se deu porque a Receita Federal atualizou em 2016 a instrução normativa que rege o convênio com as prefeituras, passando a exigir que fiscais ou auditores possuíssem atribuições que não faziam parte das carreiras – o que fez com que muitos executivos municipais perdessem o contrato.

Atualmente, 277 dos 399 municípios paranaenses recolhem o encargo – Santin ilustrou a importância do tributo ao citar a situação de municípios como Têlemaco Borba e Tibagi, que arrecadaram R$ 14 milhões e R$ 10 milhões, respectivamente, por meio do tributo no início deste ano. “É importante enviar a documentação de forma completa [para firmar o convênio] e evitar mais atrasos”, apontou a técnica. Ela destacou que AMP presta auxílio gratuito para que os municípios regularizem o convênio com a Receita Federal.

Mesa

Também participaram da audiência pública Eliel Mendes dos Santos Sales Vieira, presidente da Associação dos Auditores e Fiscais Tributários e Municipais do Paraná (Afisco-PR) e Neco Prado, Secretário Executivo da Associação dos Municípios da Região Metropolitana de Curitibana (Assomec). O deputado Hussein Bakri (PSD) compareceu à reunião e cumprimentou os convidados.

Fonte: ALPR PR

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Norte Pioneiro vai colher 28 mil toneladas de café – a maior produção do Paraná, diz deputado Luiz Claudio Romanelli (PSD)

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O deputado Luiz Cláudio Romanelli (PSD) destacou nesta segunda-feira, 28, que o Paraná deve colher 42 mil toneladas de café, conforme projeção do Deral ( Departamento de Economia Rural) e o Norte Pioneiro deve colher 29 mil toneladas nesta safra que começou a ser colhida nesta semana.

“Além de ser o maior produtor de café do Paraná e um dos maiores do país, o Norte Pioneiro tem mais duas características: o café é de melhor qualidade, com indicação geográfica e selo de qualidade, e grande parte da produção está nas mãos de mulheres, que se destacam nacionalmente”, disse Romanelli.

Segundo o órgão da Secretaria Estadual da Agricultura e do Abastecimento, a colheita deve alcançar 25,5 mil hectares de café no Paraná e que 93% desta área se apresenta em boas condições. Já a área da região soma 15,5 mil hectares.

A cotação do café beneficiado bebida dura tipo 6 hoje é de R$ 2.510,00 a saca. O café “bebida dura” se refere a um tipo de café que, após a torrefação, apresenta uma bebida intensa, encorpada, com certa aspereza ao paladar, muito apreciada.

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Mulheres

Segundo Romanelli, as cafeicultoras da região fazem a grande diferença na produção de café especial vendido as mais importantes torrefadoras e cafeterias do Brasil, além de exportar para 12 países europeus. Elas integram a Associação das Mulheres Cafeicultoras do Norte Pioneiro do Paraná (Amucafé).

O grupo de mulheres reúne 62 famílias de 11 cidades da região que há 12 anos também fazem parte do Projeto Mulheres do Café, nascido há 12 anos. Hoje, mais de 200 famílias fazem parte do projeto, uma iniciativa do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – Iapar-Emater (IDR Paraná).

“As cafeicultoras são as mais premiadas, o que destaca a forte participação da mulher no café produzido do Paraná. Desde 2013, a Amucafé integra o projeto de capacitação na produção de cafés especiais. São 250 famílias, chefiadas por mulheres, que exportam a produção para o Chile, Japão, EUA e países europeus”, destacou o deputado.

“Acompanho o trabalho realizado pela associação em 11 municípios do Norte Pioneiro. A região já foi um grande maciço de cafezais e agora com as mudanças climáticas, a produção se deslocou para um café de qualidade”, completou.

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Fonte: ALPR PR

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