AGRONEGÓCIO
Aumento nas exportações de soja escancara gargalos de infraestrutura e de logística
Publicado em
13 de abril de 2025por

A demanda chinesa por soja brasileira está aquecida como nunca. Assustados com as “trumpalhadas” da semana (o presidente norte-americano impôs tarifas de até 145% aos produtos chineses), importadores da China compraram, de uma vez, pelo menos 40 cargas de soja do Brasil.
Essa correria tem explicação: a escalada da guerra comercial entre China e Estados Unidos encareceu ainda mais a soja americana, abrindo mais espaço para o produto brasileiro, que hoje se firma como principal fornecedor para o mercado chinês.
Acontece que, por trás da boa notícia, vem um alerta: o Brasil já está operando no limite da sua capacidade de exportação. Segundo a Aprosoja (Associação Brasileira dos Produtores de Soja), embora a janela esteja aberta e o momento seja favorável, não dá pra contar com crescimento contínuo se a estrutura logística e portuária do país não acompanhar esse ritmo.
Dados recentes de consultorias especializadas mostram que os terminais portuários brasileiros já operam com 91,3% de sua capacidade para o embarque de granéis agrícolas — muito acima do limite de segurança, que é de 85%.
Se nada for feito, esse número deve subir para 94,5% já em 2025 e pode atingir 99,6% até a safra 2027/28. Ou seja, estamos muito próximos de um apagão logístico, que pode atrasar embarques, travar os armazéns e aumentar os custos para o produtor.
O Porto de Paranaguá, no Paraná, é hoje responsável por 37,5% das exportações brasileiras de soja. Mas a grande concentração nos portos do Sul e Sudeste — que juntos respondem por 72,5% da capacidade nacional — mostra que o escoamento da produção está por um fio. Qualquer falha ou gargalo pode virar um problemão.

Imagem: arquivo pessoal
PARADOXO – Na opinião do presidente do Instituto do Agronegócio (IA), Isan Rezende, uma alternativa para aliviar essa pressão é o chamado Arco Norte, que engloba estados como Pará, Maranhão, Amapá, Rondônia e Amazonas. “A região tem grande potencial logístico, especialmente com rotas ligadas à BR-163, à Ferrovia Norte-Sul e aos terminais nos portos de Itaqui, Barcarena e Santarém. Se bem explorado, o Arco Norte pode ser o alívio que o agronegócio precisa para continuar crescendo sem travar nos portos”.
Rezende lembra que o Brasil vive hoje uma situação paradoxal. “Somos uma potência na produção de grãos, mas estamos operando no limite da nossa capacidade logística. Os portos, especialmente os do Sul e Sudeste, já estão saturados. Paranaguá, por exemplo, responde por quase 40% das exportações de soja, mas não tem estrutura para continuar crescendo nesse ritmo. Se não houver expansão urgente da malha portuária e diversificação para o Arco Norte, corremos o risco de não conseguir embarcar tudo o que produzimos”.
“Outro ponto crítico é o armazenamento. A produção cresce ano após ano, mas nossos armazéns não acompanham. Hoje, o déficit de capacidade de estocagem no Brasil ultrapassa 80 milhões de toneladas, segundo a Conab. Isso força o produtor a escoar rapidamente a safra, mesmo em momentos de preços baixos, por pura falta de espaço. Quando a infraestrutura não acompanha o campo, o prejuízo é do agricultor”, analisa o presidente do Instituto do Agronegócio.
“Estamos, literalmente, numa sinuca de bico. Produzimos mais, temos mercado comprador, como é o caso da China, mas não conseguimos armazenar nem exportar com eficiência. O produtor faz a parte dele — planta, colhe, investe — mas o país precisa fazer a sua. É hora de parar de tratar infraestrutura como gasto e encarar como investimento estratégico. Caso contrário, vamos perder oportunidades e competitividade no cenário internacional”, alerta Isan Rezende.
Enquanto isso, os efeitos da guerra comercial continuam impulsionando a soja brasileira. Os prêmios da soja brasileira — que são os valores pagos acima da cotação padrão de Chicago — dispararam nos portos. Isso quer dizer que o comprador está disposto a pagar mais pela soja do Brasil, tanto pela urgência como pelo bom custo-benefício frente ao produto americano. “As importadoras estão tentando garantir o que ainda está disponível, limpar os estoques e abrir espaço para a nova safra”, explica um analista de mercado.
Fonte: Pensar Agro

AGRONEGÓCIO
Na semana da Páscoa, indústria de chocolate enfrenta crise histórica
Published
1 hora agoon
16 de abril de 2025By

A Páscoa de 2025 chega em meio à maior crise já registrada no mercado global de cacau. Com a cotação da amêndoa batendo recordes históricos, a indústria do chocolate enfrenta um cenário crítico: falta de matéria-prima, custo em alta e risco de desabastecimento. O preço do cacau acumula uma disparada de 189% só neste início de ano, somado a picos que chegaram a 282% no mercado internacional ano passado, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria da Alimentação (Abia).
O impacto dessa escalada já se reflete diretamente no setor produtivo brasileiro. No primeiro trimestre de 2025, a indústria processadora nacional recebeu apenas 17.758 toneladas de cacau, volume 67,4% menor em relação ao trimestre anterior, de acordo com a Associação Nacional das Indústrias Processadoras de Cacau (AIPC). É um dos piores desempenhos dos últimos anos.
Sem matéria-prima suficiente no mercado interno, o Brasil aumentou as importações para tentar garantir o abastecimento, trazendo 19.491 toneladas de cacau de fora — alta de quase 30% em relação ao mesmo período de 2024. Mesmo assim, a conta não fecha. A indústria terminou o trimestre com um déficit de 14.886 toneladas, o que acende o sinal de alerta sobre a sustentabilidade do setor.
Embora os chocolates da Páscoa já estejam nas lojas desde fevereiro — resultado de compras antecipadas feitas pela indústria — os reflexos da crise serão sentidos ao longo do ano. A defasagem entre a produção nacional e o volume processado mostra que o Brasil voltou a depender fortemente do mercado externo, num momento em que a oferta mundial também está em colapso.
Gana e Costa do Marfim, que concentram mais de 60% da produção global, enfrentam quebras de safra causadas por pragas, mudanças climáticas e envelhecimento das lavouras. A menor oferta mundial reduziu os estoques ao menor nível em décadas, pressionando ainda mais os preços e criando um efeito cascata sobre todos os elos da cadeia.
No Brasil, a situação também é crítica. A Bahia, que responde por dois terços do cacau nacional, entregou apenas 11.671 toneladas às indústrias no primeiro trimestre — retração de 73% frente aos últimos três meses de 2024. Técnicos apontam que o clima instável prejudicou o florescimento e agravou a incidência de doenças como a vassoura-de-bruxa, exigindo mais investimento em manejo e controle.
Apesar da queda drástica na produção, o produtor baiano tem sido parcialmente compensado pelo preço elevado da amêndoa, que supera R$ 23 mil a tonelada. O custo dos insumos, por outro lado, já não sobe no mesmo ritmo, o que ajuda a preservar a renda do campo. Ainda assim, a insegurança climática e o risco sanitário mantêm o setor em alerta.
Na tentativa de segurar os preços ao consumidor, a indústria brasileira está buscando alternativas, como mudanças nas formulações, cortes de gramatura e reformulação de produtos. Chocolates com maior teor de cacau — que dependem mais diretamente da amêndoa — devem ser os mais afetados. Já produtos de linha popular podem manter preços mais estáveis, ainda que com porções menores.
Mesmo assim, o consumidor já percebe reajustes nas gôndolas. O ovo de Páscoa, símbolo do período, está até 20% mais caro em relação ao ano passado, e a tendência é de novos aumentos caso a crise se prolongue.
O atual desequilíbrio entre oferta e demanda reforça a urgência de investimentos em produtividade no Brasil. O país, que já foi o segundo maior produtor de cacau do mundo, hoje precisa importar amêndoa para manter sua indústria funcionando. Com lavouras envelhecidas, baixa produtividade média e forte dependência de condições climáticas, a cadeia brasileira está vulnerável.
Segundo a AIPC, é necessário acelerar a renovação de pomares, incentivar o uso de clones mais produtivos e resistentes, e ampliar o acesso a crédito para pequenos e médios produtores. Também cresce a demanda por políticas públicas que favoreçam a expansão da cacauicultura na Amazônia, no Espírito Santo e em novas fronteiras agrícolas.
Enquanto isso, o chocolate — produto culturalmente associado à celebração e ao prazer — pode se tornar um item mais raro e caro na mesa dos brasileiros. A crise do cacau já não é um problema futuro. Ela está acontecendo agora, e a Páscoa de 2025 é a prova mais amarga disso.
Fonte: Pensar Agro

Com 65 empresas, Paraná tem 2º maior número de empregados na indústria de chocolates

Com contêineres inteligentes, Recicla Paraná chega a Ponta Grossa, nos Campos Gerais

Parques do Paraná vão funcionar normalmente durante o feriadão prolongado

TJPR divulga cartilhas com diretrizes para entrega voluntária de crianças para adoção

Na semana da Páscoa, indústria de chocolate enfrenta crise histórica
PARANÁ


Com 65 empresas, Paraná tem 2º maior número de empregados na indústria de chocolates
Com a chegada do feriado de Páscoa, o consumo de chocolates cresce significativamente em todo o País, o que motiva...


Com contêineres inteligentes, Recicla Paraná chega a Ponta Grossa, nos Campos Gerais
Ponta Grossa, nos Campos Gerais, ganhou nesta terça-feira (15) o primeiro ponto de coleta seletiva de resíduos sólidos, no Parque...


Parques do Paraná vão funcionar normalmente durante o feriadão prolongado
Vinte e sete Unidades de Conservação (UCs) administradas pelo Instituto Água e Terra (IAT) – além do Jardim Botânico de...
POLÍCIA


Suspeito é preso com drogas durante operação de trânsito do BPTran no bairro Bom Retiro
Durante uma operação de bloqueio realizada pela Companhia Tático Móvel de Trânsito (COTAMOTRAN), pertencente ao Batalhão de Polícia de Trânsito...


PMPR intensificará policiamento durante o feriado de Páscoa e Tiradentes
A Polícia Militar do Paraná, por meio do Batalhão de Polícia Rodoviária (BPRv) irá reforçar o policiamento nas rodovias estaduais...


BPRv intensificará policiamento durante o feriado de Páscoa e Tiradentes
O Batalhão de Polícia Rodoviária (BPRv) irá reforçar o policiamento nas rodovias estaduais durante o feriado prolongado da Páscoa e...
ENTRETENIMENTO


Enzo Celulari faz 28 anos e ganha mensagem fofa do irmão Luca: ‘Te amo’
Enzo Celulari completou 28 anos nesta terça-feira (15), e foi surpreendido com uma declaração para lá de fofa do irmãozinho,...


Jakelyne Oliveira exibe antes de subir ao altar com o cantor Mariano: ‘Pronta!’
O grande dia chegou para Jakelyne Oliveira e Mariano! A modelo e ex-Miss Brasil está prestes a se casar com...


Paolla Oliveira celebra 43 anos e ganha surpresa de colegas da Globo: ‘Mais vida’
Nesta segunda-feira (14), Paolla Oliveira celebra o aniversário de 43 anos e recebeu uma homenagem especial de colegas de trabalho....
ESPORTES


Cuiabá bate Athletico-PR em casa e conquista a liderança da Série B
Em um jogo emocionante na noite desta terça-feira (15.04), o Cuiabá derrotou o Athletico-PR por 2 a 1, na Arena...


Ceará vence o Vasco e cola nos líderes do Brasileirão
Com dois gols do artilheiro Pedro Raul, o Ceará venceu o Vasco por 2 a 1 na noite desta terça-feira,...


Bruno Henrique, atacante do Flamengo, é indiciado pela Polícia Federal por fraude em jogo contra o Santos
O atacante Bruno Henrique, do Flamengo, foi indiciado pela Polícia Federal (PF) por suspeita de fraude em partida contra o...
MAIS LIDAS DA SEMANA
-
PARANÁ6 dias ago
Rede da Copel para proteger subestações de ataques cibernéticos é premiada
-
POLÍTICA PR5 dias ago
Agenda Legislativa discute doenças raras, classificação do tabaco e controle de contas municipais
-
POLÍTICA PR6 dias ago
Lideranças do agronegócio de Londrina são homenageadas na Assembleia Itinerante
-
POLÍTICA PR7 dias ago
Deputado Cobra Repórter (PSD) celebra aprovação de projeto que torna Rolândia a