23 de Abril de 2025
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    Assembleia Legislativa aprova lei histórica que valoriza a pesca artesanal no litoral do Paraná

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    O plenário da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) aprovou nesta terça-feira (8), o projeto de lei nº 534/2022, de autoria do deputado estadual Goura (PDT), que reconhece a pesca artesanal como Patrimônio Cultural Imaterial e estabelece um marco legal para o fortalecimento e desenvolvimento sustentável da atividade no Litoral Paranaense.

    Com a nova lei, também fica instituído o Dia Estadual da Pesca Artesanal, a ser celebrado anualmente em 29 de junho, como forma de reconhecer o papel dos pescadores e pescadoras artesanais como protagonistas na defesa do território, da cultura caiçara e da preservação do mar.

    “A aprovação do PL 534 é resultado de um amplo processo de escuta pública e construção participativa iniciado em 2019, com a colaboração de colônias de pescadores, movimentos sociais, universidades, institutos de pesquisa e órgãos governamentais”, afirmou Goura.

    Participação ativa

    O deputado contou que entre abril e junho de 2022 foram feitas duas audiências públicas, uma híbrida e outra presencial, em Paranaguá, que reuniram representantes das seis colônias de pescadores do litoral, secretarias municipais, movimentos sociais, pesquisadores e técnicos.

    Durante essas audiências foram debatidas propostas relacionadas à legislação, financiamento, crédito, regularização, fiscalização, produção e turismo de base comunitária.

    “Desde o início do nosso mandato, nos comprometemos com a escuta ativa das comunidades pesqueiras do litoral. Este projeto é uma construção coletiva que reconhece a pesca artesanal como um bem cultural, econômico e ambiental, que precisa ser protegido e fortalecido pelo Estado”, destacou o deputado.

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    Resposta às comunidades

    Goura disse que a aprovação do PL 5434 é uma resposta concreta às demandas das comunidades que vivem da pesca artesanal e lutam pelo reconhecimento de seus direitos.

    “Ele valoriza a cultura caiçara, promove a sustentabilidade e cria caminhos para que o Estado atue de forma mais responsável e comprometida com o nosso litoral”, afirmou.

    Segundo dados oficiais, atualmente 5.585 pescadores e pescadoras possuem RGP (Registro Geral da Atividade Pesqueira) nos municípios litorâneos de Guaraqueçaba, Antonina, Paranaguá, Pontal do Paraná, Matinhos e Guaratuba, que são responsáveis pela produção de 1.765 toneladas de pescado em 2024, movimentando aproximadamente R$ 16,8 milhões.

    Marco regulatório

    “Esse projeto é um marco regulatório, sim, mas é também um gesto político de reconhecimento. Estamos dizendo às comunidades: vocês não estão sozinhas. E estamos dizendo ao Estado: chegou a hora de assumir sua responsabilidade com os povos do mar”, afirmou o deputado.

    A nova lei define a pesca artesanal como uma atividade produtiva essencial, de valor econômico e cultural, e garante uma série de direitos às comunidades pesqueiras.

    Destacam se o direito à consulta prévia, livre e informada sobre decisões que impactem seus modos de vida e territórios, conforme a Convenção 169 da OIT; o estímulo à gestão participativa e descentralizada dos recursos pesqueiros; os incentivos à cadeia produtiva da pesca artesanal e valorização do trabalho de pescadoras e o fomento à infraestrutura, educação ambiental, assessoria técnica e acesso à documentação.

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    “Estamos falando de um marco regulatório construído a muitas mãos, que agora se torna política pública. É um passo necessário para reconhecer que o pescador artesanal é um aliado na proteção da biodiversidade, e não um inimigo da conservação”, disse o deputado.

    “Não se trata apenas de proteger um ofício tradicional, mas de garantir condições dignas e sustentáveis para quem vive do mar”, destacou Cláudio de Araújo Nunes, um dos coordenadores do Movimento dos Pescadores Artesanais do Litoral do Paraná (Mopear).

    A aprovação da nova lei representa um avanço significativo nas políticas públicas voltadas às comunidades tradicionais do litoral, alinhando o Paraná a compromissos internacionais de desenvolvimento sustentável e justiça territorial.

    ODS da ONU

    A nova legislação também se conecta com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU para 2030, especialmente no que diz respeito à produção sustentável de alimentos (ODS 2) e à preservação dos recursos marinhos (ODS 14).

    “Além de sua importância econômica, a pesca artesanal é uma expressão viva da cultura tradicional caiçara e deve ser preservada com políticas públicas específicas, investimentos e respeito à autonomia das comunidades”, concluiu Goura.

    Fonte: ALPR PR

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    Comissão de Agricultura aprova PL que cria mês da conscientização sobre a defesa da propriedade privada no Paraná

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    A Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural aprovou na tarde desta terça-feira (22) o projeto de lei que institui o Abril Verde e Amarelo no Paraná, de iniciativa do deputado Marcio Pacheco (PP). Inspirado em lei semelhante sancionada em Santa Catarina, o texto prevê ações de conscientização sobre “a importância e a legitimidade” da defesa da propriedade privada a serem realizadas no quarto mês do ano.

    O PL 66/2025 ingressou inicialmente na reunião anterior da Comissão, realizada no dia 14, quando recebeu pedido de vistas da deputada Luciana Rafagnin (PT). A parlamentar retornou com o projeto nesta terça-feira, apresentando parecer contrário. No entanto prevaleceu o relatório favorável apresentado pela deputada Cristina Silvestri (PP), acompanhado pelo voto dos deputados Reichembach (PSD), Jairo Tamura (PL) e Anibelli Neto (MDB) – a reunião foi presidida excepcionalmente pelo deputado Artagão Júnior (PSD), já que Anibelli é coautor da proposta.

    Conforme o texto, as ações de conscientização devem promover a comunicação imediata às autoridades policiais em caso de movimentações de “invasão” de propriedades privadas, e também a “vigilância comunitária”, a ser realizada por proprietários, produtores, amigos e familiares. Durante o mês também devem ser divulgadas pelo Poder Público medidas, treinamentos e recomendações sobre sistemas de segurança e regularização fundiária; além de dispositivos constitucionais e infraconstitucionais que garantam o direito. Também deve ser fomentado um canal de denúncias e o encaminhamento delas ao Programa Patrulha Rural Comunitária da Polícia Militar.

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    Pacheco ressalta que a propriedade privada é direito constitucional, sendo a defesa importante para o desenvolvimento econômico, a segurança jurídica e bem-estar social. O deputado cita, na justificativa do texto, uma reportagem que aponta 109 propriedades rurais invadidas, cuja reintegração de posse ainda não havia sido efetivada até a publicação da matéria. De acordo com dados da Polícia Militar, elencados por Pacheco, há 153 áreas com ocupações coletivas no Paraná, sendo 90 rurais e 63 e áreas urbanas.

    Função social da propriedade

    Contrária ao PL 66/2025, Rafagnin destacou que a Constituição Federal determina que o direito à propriedade privada está atrelado a sua função social. Ela citou exemplos de assentamentos no Paraná que transformaram terras improdutivas em fontes de rendas e produção de alimentos, como o Contestado (em Lapa) e Missões (em Francisco Beltrão). O primeiro, instalado em 1999 e lar para mais de 150 famílias, é sede da cooperativa Terra Livre, que produz alimentos sem agrotóxicos. “Ela entrega hoje 700 toneladas de alimentos por ano pelo programa de alimentação escolar e 400 toneladas ao município de Curitiba”, ilustrou a parlamentar.

    “O projeto desconsidera a realidade da propriedade privada que descumpre sua função social bem como ignora as contribuições relevantes das comunidades de assentados que, a partir das terras improdutivas, promovem inclusão social, geração de renda e segurança alimentar”, reforçou Rafagnin. Para a deputada, outra carência do projeto é a falta de definição sobre o que seria terra produtiva e improdutiva.

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    Silvestri, por sua vez, afirmou que não está no escopo do projeto combater a apropriação de terras improdutivas e que perderam sua função social. “O projeto de lei é no sentido de uma conscientização acerca da legitimidade na área que atua”, rebateu a relatora. “[É para cenários em que] invadem uma propriedade privada produtiva, diferente dos exemplos dados”.

    Tramitação

    O PL 66/2025 passou a tramitar na Assembleia no dia 18 de fevereiro. No último dia 2, ele foi aprovado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), recebendo parecer contrário da deputada Ana Júlia (PT). Ela argumentou que o texto ignora a “necessidade do atendimento à função social necessária ao cumprimento do exercício do direito à propriedade privada”. Assim, incentivaria a violência e a criminalização de movimentos sociais e da pobreza.

    O tema ingressou na pauta da Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural no último dia 14 de abril. Na ocasião, a deputada estadual Luciana Rafagnin pediu vistas para analisar o texto. Com a aprovação nesta terça-feira (22), o projeto foi incluído na Ordem do Dia da sessão plenária desta quarta-feira (23).

    Fonte: ALPR PR

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