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Mato Grosso bate recorde histórico de produtividade e reforça liderança nacional

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O Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) divulgou nesta terça-feira (08.04), que a safra de soja 2024/25 em Mato Grosso atingiu uma produtividade média de 66,26 sacas por hectare, o maior índice já registrado no estado. Esse resultado elevou a estimativa de produção total para 50,34 milhões de toneladas, representando um aumento de 28,91% em comparação à safra anterior.

O Imea atribui esse desempenho excepcional às condições climáticas favoráveis, com chuvas bem distribuídas ao longo do ciclo, e aos significativos investimentos dos produtores, que ampliaram o potencial produtivo na maioria das regiões do estado. A área plantada manteve-se em 12,66 milhões de hectares, um crescimento de 1,47% em relação à safra passada.

Até março, 58,98% da produção estimada já havia sido comercializada, um avanço de 4,01 pontos percentuais em relação a fevereiro. O preço médio negociado no mês foi de R$ 109,15 por saca, uma valorização de 1,08% comparado ao mês anterior. Para a safra 2025/26, as vendas antecipadas alcançaram 8,10% da produção projetada, um aumento de 3,17 pontos percentuais em relação ao mês anterior, refletindo a estratégia dos produtores em assegurar os custos para o próximo ciclo.

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No mercado internacional, o preço médio negociado para o ciclo 2025/26 registrou uma queda de 0,25% em relação a fevereiro, influenciado pela diminuição das cotações em Chicago e pela retração dos prêmios de exportação. Ao final de março, o indicador Cepea fechou em R$ 132,16 por saca, uma redução semanal de 0,86%.

A colheita da soja no estado foi concluída, com 100% da área colhida. Em março, as exportações totalizaram 4,18 milhões de toneladas, enquanto o esmagamento pelas indústrias locais atingiu 1,21 milhão de toneladas. A demanda total projetada para a soja mato-grossense em 2024/25 é de 49,37 milhões de toneladas, um aumento de 23,89% em relação à safra anterior.

As exportações permanecem como o principal destino, com previsão de 30,88 milhões de toneladas, um crescimento de 24,87%. O consumo interno está estimado em 12,85 milhões de toneladas, e o consumo interestadual foi elevado para 5,64 milhões, um aumento de 131,15%, impulsionado pela quebra de safra no Rio Grande do Sul.

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Apesar dos resultados positivos, a infraestrutura logística apresentou desafios. As chuvas prolongadas durante a colheita afetaram a qualidade da soja e causaram atrasos no transporte, resultando em filas de espera nos armazéns de 24 a 48 horas e escassez de caminhões.

O Imea informou que a próxima divulgação incluirá a consolidação da área plantada utilizando geoprocessamento, além da primeira projeção para a temporada 2025/26.

Fonte: Pensar Agro

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AGRONEGÓCIO

Guerra EUA x China: Brasil vira peça-chave e faz planos para um corredor transoceânico

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A guerra comercial entre China e Estados Unidos ganhou novos capítulos nesta semana, com reflexos importantes para o Brasil — principalmente para o agronegócio. A Casa Branca anunciou um aumento das tarifas sobre produtos chineses, que agora chegam a 245%. O motivo, segundo o governo americano, seria uma resposta a ações retaliatórias por parte da China. A notícia pegou o governo chinês de surpresa e provocou reações imediatas, incluindo pedidos formais de esclarecimento.

Imagem: reprodução/Ministério dos Transportes

Em meio a essa disputa, o Brasil pode sair ganhando, se conseguir resolver seus problemas logísticos (veja aqui). Uma comitiva do governo chinês esteve em Brasília nesta semana para conhecer projetos de infraestrutura e discutir caminhos que facilitem o acesso dos produtos brasileiros ao mercado asiático. Um dos temas centrais foi o Corredor Bioceânico, uma rota que ligará o Brasil ao Oceano Pacífico passando por países vizinhos, como Paraguai e Argentina, com destino aos portos do Chile.

O corredor tem um grande atrativo: facilitar a exportação de grãos e carnes para a Ásia, encurtando a distância até os mercados chineses e reduzindo custos logísticos.

A iniciativa também está diretamente ligada às ferrovias, como a Norte-Sul, a FIOL (Ferrovia de Integração Oeste-Leste) e a FICO (Ferrovia de Integração Centro-Oeste), todas integradas ao Novo PAC, o Programa de Aceleração do Crescimento. O objetivo é melhorar o escoamento da produção do Centro-Oeste, especialmente soja, milho e carne.

Durante a visita ao Brasil, a delegação chinesa se reuniu com representantes dos governos de Mato Grosso, Goiás, Rondônia e Acre, onde foram apresentados dados sobre produção agrícola, cultura e exportações. A agenda também incluiu visitas técnicas ao Porto de Ilhéus (BA), à FIOL, ao Porto de Santos (SP) e ao projeto do futuro Túnel Santos-Guarujá.

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O plano é transformar a Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol), que avança lentamente entre Caetité e Ilhéus, em um elo fundamental de um corredor bioceânico que levaria grãos, minérios e outros produtos brasileiros até o porto de Chancay, no Peru — e de lá, direto ao mercado asiático.

A missão chinesa desembarcou em Ilhéus nesta quarta-feira (16.04), visitou trechos da Fiol 1 e as instalações do Porto Sul, que ainda está em obras. A ideia é clara: entender o que falta, quanto custa e como viabilizar a conclusão dessa travessia ferroviária transcontinental, um projeto que, se sair do papel, poderá reduzir em até dez dias o tempo de navegação entre o Brasil e a Ásia.

Para os chineses, trata-se de uma oportunidade de ouro. Para o Brasil, uma chance — talvez a última por um bom tempo — de dar um salto logístico sem depender exclusivamente dos Estados Unidos ou de seus próprios (e lentos) investimentos públicos.

Mas o entusiasmo técnico contrasta com a realidade do chão. As obras da Fiol seguem a passos lentos, marcadas por entraves burocráticos, desafios ambientais e falta de recursos. A Bahia Mineração (Bamin), concessionária do trecho, tem sob sua responsabilidade não apenas a ferrovia, mas também a construção do Porto Sul — um complexo que ainda está longe de operar plenamente.

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A visita chinesa, no entanto, é simbólica. Marca o esforço de Pequim em reforçar laços com o Brasil em um momento em que a dependência mútua aumenta. Hoje, mais de um terço de tudo que o Brasil exporta tem a China como destino. E a maior parte disso — cerca de 60% — precisa de infraestrutura para sair do interior até os portos. Sem ferrovias eficientes, o Brasil seguirá perdendo tempo e dinheiro.

NOVA ROTA – Uma nova rota marítima lançada nesta semana, de forma simultânea no Brasil e na China, promete reduzir o tempo necessário para transportar produtos entre um país e outro, e também os custos logísticos. A rota vai ligar o Porto Gaolan, localizado em Zhuhai, no sul da China, aos Portos de Santana, no Amapá, e de Salvador, no Brasil, sem escalas. Com isso, a expectativa do embaixador da China no Brasil, Zhu Oinggiao, é que o trânsito de cargas leve 30 dias a menos que o habitual e os custos das operações também diminuam, em mais de 30%.

Fonte: Pensar Agro

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