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Brasil avança nas negociações com o Japão e terá novas regras sanitárias

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As exportações de carne bovina, suína e de frango do Brasil para o Japão enfrentaram entraves devido a exigências sanitárias rigorosas do país asiático. A carne bovina, por exemplo, encontrava barreiras devido a preocupações com a febre aftosa, mesmo com o Brasil livre da doença nos últimos anos. Já no caso da carne suína e de frango, as dificuldades estavam ligadas a protocolos sanitários específicos que restringiam o comércio em caso de surtos localizados de doenças, como a influenza aviária.

Para destravar essas exportações, o governo brasileiro, em parceria com o setor privado e entidades como a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) e a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), intensificou negociações com as autoridades japonesas.

Como resultado desses esforços, o Japão aprovou um novo Certificado Sanitário Internacional (CSI) para a carne de frango, garantindo que restrições por detecção de influenza aviária passem a valer apenas para os municípios afetados, e não mais para estados inteiros, como ocorria anteriormente. Essa mudança assegura maior previsibilidade para o setor, protegendo os fluxos comerciais mesmo diante de notificações sanitárias pontuais.

Além disso, um avanço significativo ocorreu no setor de carne bovina. O Japão enviará técnicos ao Brasil nos próximos 60 dias para inspecionar as condições sanitárias e os processos de produção da carne bovina brasileira. Essa vistoria representa um passo fundamental para uma possível abertura do mercado japonês ao produto brasileiro, o que pode diversificar os destinos de exportação e aumentar o valor agregado da produção nacional.

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O Brasil e o Japão também estreitaram sua cooperação em outras áreas do agronegócio, assinando cerca de 80 memorandos de entendimento. Um dos acordos prevê investimentos japoneses na recuperação de pastagens degradadas no Cerrado brasileiro, contribuindo para a sustentabilidade e produtividade do setor.

O mercado japonês é um dos mais estratégicos e exigentes do mundo para a exportação de proteínas animais, representando uma grande oportunidade para os produtores brasileiros de carne bovina, suína e de frango.

Para a carne bovina, o Japão importa cerca de 700 mil toneladas por ano, tendo como principais fornecedores os Estados Unidos e a Austrália. A abertura desse mercado para o Brasil significaria um novo e importante destino para a carne bovina brasileira, agregando valor ao produto e diversificando as exportações. No entanto, o Japão sempre manteve restrições rigorosas devido a preocupações sanitárias, especialmente com a febre aftosa, o que tem sido um desafio para os exportadores brasileiros.

No caso da carne suína, o Japão é um dos maiores importadores mundiais, adquirindo anualmente mais de um milhão de toneladas. Atualmente, o Brasil já exporta carne suína para o Japão, mas enfrenta concorrência de países como Estados Unidos, Canadá e Dinamarca. A ampliação da participação brasileira nesse mercado depende da consolidação de protocolos sanitários que garantam segurança aos importadores japoneses.

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Já para a carne de frango, o Japão é um dos mercados mais importantes para o Brasil. Em 2024, foi o terceiro maior destino das exportações brasileiras, com 443,2 mil toneladas embarcadas. Apenas nos dois primeiros meses de 2025, o Brasil já exportou 55,8 mil toneladas para o país, gerando uma receita de US$ 103,7 milhões. A recente mudança no Certificado Sanitário Internacional (CSI), que limita restrições à influenza aviária apenas a municípios afetados, é uma conquista relevante para manter e expandir esse comércio.

Fonte: Pensar Agro

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Com cenário global favorável, Estado quer ampliar exportações em 10%

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Goiás exportou 13,2 milhões de toneladas de soja em 2024, com receita superior a US$ 7,3 bilhões, consolidando-se como o terceiro maior exportador do grão no Brasil. Com a crescente disputa comercial entre China e Estados Unidos e a reconfiguração dos fluxos globais de grãos, o estado projeta um aumento de até 10% nas exportações em 2025, impulsionado pela demanda asiática e pela capacidade de resposta da produção goiana.

O aumento da procura por fornecedores alternativos por parte da China, que em abril recebeu 40 navios de soja brasileira com cerca de 700 mil toneladas, fortalece o posicionamento de Goiás como polo estratégico na oferta global de alimentos. O estado, com uma área plantada superior a 4 milhões de hectares e rendimento médio acima de 60 sacas por hectare, já se beneficia da maior competitividade brasileira no mercado internacional.

Além da soja, que responde por mais de 60% do total exportado pelo agronegócio goiano, produtos como milho, carnes e algodão também têm registrado crescimento. No primeiro trimestre de 2025, o estado já apresenta um incremento de 7% nas exportações para a China em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove).

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Goiás reúne condições favoráveis para aproveitar o novo ciclo: clima propício, produtividade crescente, empresários rurais tecnificados e uma logística em processo de modernização. Ainda há gargalos, especialmente em transporte e armazenagem, mas a infraestrutura vem sendo adaptada para atender a esse salto de demanda.

O momento geopolítico não é apenas uma conjuntura passageira — ele representa uma mudança estrutural na forma como as grandes potências lidam com segurança alimentar. A preferência da China por parceiros estáveis, previsíveis e com grande capacidade produtiva coloca estados como Goiás no radar estratégico dos importadores.

Com planejamento técnico, inteligência de mercado e políticas voltadas à sustentabilidade e à competitividade, Goiás transforma a tensão global em oportunidade concreta. A meta agora é clara: consolidar o protagonismo do estado como um dos principais celeiros do agronegócio mundial.

Fonte: Pensar Agro

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