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Seca desafia produtores, mas mercado segue em alta e com demanda aquecida

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A semana que se inicia será decisiva para o mercado da soja, tanto no Brasil quanto no cenário internacional. A previsão de chuvas no Centro-Oeste e no Matopiba pode trazer certo alívio para as lavouras que ainda estão em fase de desenvolvimento, enquanto o tempo seco no Sul pode garantir um bom ritmo de colheita.

A última semana foi marcada por desafios climáticos para os produtores de soja, especialmente devido à escassez de chuvas em diversas regiões produtoras do país. A falta de umidade no solo tem impactado diretamente o desenvolvimento das lavouras, exigindo atenção redobrada dos agricultores.

No interior de São Paulo, por exemplo, os índices de umidade do solo variam entre 20% e 30%, o que representa uma condição adversa para muitas áreas, embora algumas propriedades que estão na fase final de enchimento de grãos ainda encontrem um cenário um pouco mais favorável.

Em contrapartida, para os produtores que já atingiram a maturação da soja, a colheita tem sido beneficiada pelo tempo seco, especialmente no Rio Grande do Sul. No interior da Bahia e no norte de Minas Gerais, o calor intenso tem acelerado a maturação, o que pode comprometer a qualidade dos grãos devido à baixa disponibilidade de umidade.

No Centro-Oeste, a situação climática tem sido mais estável, com chuvas frequentes beneficiando as lavouras. Para os próximos dias, a previsão indica um aumento no volume das precipitações, o que deve favorecer o desenvolvimento das lavouras no Mato Grosso e proporcionar boas condições para o plantio da segunda safra.

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Já na região do Matopiba, as chuvas seguem intensas, com volumes acumulados entre 80 e 100 mm, o que pode mitigar os efeitos da estiagem em algumas áreas. No sul de Minas Gerais e na Alta Mogiana, há previsão de chuvas pontuais que podem amenizar os impactos da seca, enquanto no Mato Grosso do Sul, a umidade do solo vem sendo gradativamente recomposta.

O mercado de soja registrou bons negócios na última semana, com valorização dos preços no Brasil acompanhando o movimento da Bolsa de Chicago. Os prêmios de exportação permaneceram firmes, refletindo o interesse da demanda externa. Além disso, a União Europeia anunciou medidas comerciais que afetam produtos agrícolas, incluindo soja e trigo, o que pode influenciar o mercado global nos próximos meses.

Na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT), os contratos futuros de soja encerraram a última semana em queda, pressionados pela incerteza no comércio internacional. O contrato para maio recuou 1,02%, fechando a US$ 10,00 1/2 por bushel, enquanto a posição julho registrou queda de 1,06%, cotada a US$ 10,15 1/2 por bushel. No mercado de subprodutos, o farelo de soja caiu 0,53%, fechando a US$ 300,20 por tonelada, enquanto o óleo de soja registrou baixa de 0,59%, encerrando o período a 41,68 centavos de dólar por libra-peso.

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No mercado interno, os preços da soja tiveram alta em diversas praças, refletindo a movimentação do mercado internacional e a demanda aquecida. As cotações avançaram em importantes polos produtores:

  • Passo Fundo (RS): de R$ 127,00 para R$ 129,00
  • Missões (RS): de R$ 128,00 para R$ 130,00
  • Porto de Rio Grande (RS): de R$ 133,50 para R$ 135,50
  • Cascavel (PR): de R$ 128,00 para R$ 132,00
  • Porto de Paranaguá (PR): de R$ 133,00 para R$ 137,00
  • Rondonópolis (MT): de R$ 114,00 para R$ 118,00
  • Dourados (MS): de R$ 117,00 para R$ 119,00
  • Rio Verde (GO): de R$ 111,00 para R$ 113,00

No mercado global, as tensões comerciais seguem no radar dos investidores, podendo influenciar os preços da soja na Bolsa de Chicago. O volume de exportações do Brasil segue elevado, com embarques projetados para março superando os números do ano anterior. Diante desse cenário, o desempenho da demanda externa será um fator determinante para a precificação do grão nos próximos dias.

Fonte: Pensar Agro

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Com cenário global favorável, Estado quer ampliar exportações em 10%

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Goiás exportou 13,2 milhões de toneladas de soja em 2024, com receita superior a US$ 7,3 bilhões, consolidando-se como o terceiro maior exportador do grão no Brasil. Com a crescente disputa comercial entre China e Estados Unidos e a reconfiguração dos fluxos globais de grãos, o estado projeta um aumento de até 10% nas exportações em 2025, impulsionado pela demanda asiática e pela capacidade de resposta da produção goiana.

O aumento da procura por fornecedores alternativos por parte da China, que em abril recebeu 40 navios de soja brasileira com cerca de 700 mil toneladas, fortalece o posicionamento de Goiás como polo estratégico na oferta global de alimentos. O estado, com uma área plantada superior a 4 milhões de hectares e rendimento médio acima de 60 sacas por hectare, já se beneficia da maior competitividade brasileira no mercado internacional.

Além da soja, que responde por mais de 60% do total exportado pelo agronegócio goiano, produtos como milho, carnes e algodão também têm registrado crescimento. No primeiro trimestre de 2025, o estado já apresenta um incremento de 7% nas exportações para a China em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove).

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Goiás reúne condições favoráveis para aproveitar o novo ciclo: clima propício, produtividade crescente, empresários rurais tecnificados e uma logística em processo de modernização. Ainda há gargalos, especialmente em transporte e armazenagem, mas a infraestrutura vem sendo adaptada para atender a esse salto de demanda.

O momento geopolítico não é apenas uma conjuntura passageira — ele representa uma mudança estrutural na forma como as grandes potências lidam com segurança alimentar. A preferência da China por parceiros estáveis, previsíveis e com grande capacidade produtiva coloca estados como Goiás no radar estratégico dos importadores.

Com planejamento técnico, inteligência de mercado e políticas voltadas à sustentabilidade e à competitividade, Goiás transforma a tensão global em oportunidade concreta. A meta agora é clara: consolidar o protagonismo do estado como um dos principais celeiros do agronegócio mundial.

Fonte: Pensar Agro

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