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AGRONEGÓCIO

Abate de bovinos cresceu 14,8% no 3º trimestre de 2024

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O abate de bovinos no Brasil registrou crescimento significativo no terceiro trimestre de 2024, com 10,33 milhões de cabeças abatidas sob inspeção sanitária, segundo dados preliminares divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) nesta sexta-feira (14.11). O número representa um aumento de 14,8% em relação ao mesmo período de 2023 e de 3,7% em comparação ao trimestre anterior. A produção totalizou 2,74 milhões de toneladas de carcaças bovinas, alta de 14,3% e 6,3%, respectivamente.

O cenário positivo reflete a maior oferta de gado confinado e o bom desempenho do mercado externo. Em Mato Grosso, por exemplo, o confinamento de gado atingiu um recorde de 892,48 mil cabeças, um avanço de 60,67% em relação a 2023. A redução no custo da diária de confinamento e o aumento de confinadores contribuíram para o crescimento. Nos dez primeiros meses de 2024, 6,25 milhões de cabeças foram abatidas no estado, 22,7% a mais que no ano anterior.

Os preços do boi gordo também seguem em alta no mercado físico. Em São Paulo, a arroba chegou a ser negociada a R$ 350 na modalidade a prazo, marcando um recorde. Em Goiás, o boi gordo subiu R$ 8/@, enquanto vacas e novilhas registraram aumentos de R$ 5/@ e R$ 3/@, respectivamente. No norte de Minas Gerais, o preço do “boi China” também apresentou elevação, embora as demais categorias tenham permanecido estáveis.

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As indústrias frigoríficas, especialmente as exportadoras, enfrentam dificuldade para ampliar as escalas de abate, que se mantêm entre quatro e sete dias úteis, o que sustenta o comportamento agressivo na compra de gado.

O mercado atacadista segue com preços firmes para a carne bovina, acompanhando a boa demanda na primeira quinzena de novembro. O quarto traseiro é vendido a R$ 24/kg, o dianteiro a R$ 19,50/kg e a ponta de agulha a R$ 18,20/kg. Apesar da valorização, a carne de frango deve ganhar competitividade no restante do ano, em razão do baixo poder de compra da população.

A combinação de maior oferta de gado confinado, alta nos preços da arroba e demanda externa aquecida consolida um cenário otimista para a pecuária brasileira no final de 2024. No entanto, o setor permanece atento às variações cambiais e à competitividade entre proteínas no mercado doméstico.

Fonte: Pensar Agro

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AGRONEGÓCIO

Guerra EUA x China: Brasil vira peça-chave e faz planos para um corredor transoceânico

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A guerra comercial entre China e Estados Unidos ganhou novos capítulos nesta semana, com reflexos importantes para o Brasil — principalmente para o agronegócio. A Casa Branca anunciou um aumento das tarifas sobre produtos chineses, que agora chegam a 245%. O motivo, segundo o governo americano, seria uma resposta a ações retaliatórias por parte da China. A notícia pegou o governo chinês de surpresa e provocou reações imediatas, incluindo pedidos formais de esclarecimento.

Imagem: reprodução/Ministério dos Transportes

Em meio a essa disputa, o Brasil pode sair ganhando, se conseguir resolver seus problemas logísticos (veja aqui). Uma comitiva do governo chinês esteve em Brasília nesta semana para conhecer projetos de infraestrutura e discutir caminhos que facilitem o acesso dos produtos brasileiros ao mercado asiático. Um dos temas centrais foi o Corredor Bioceânico, uma rota que ligará o Brasil ao Oceano Pacífico passando por países vizinhos, como Paraguai e Argentina, com destino aos portos do Chile.

O corredor tem um grande atrativo: facilitar a exportação de grãos e carnes para a Ásia, encurtando a distância até os mercados chineses e reduzindo custos logísticos.

A iniciativa também está diretamente ligada às ferrovias, como a Norte-Sul, a FIOL (Ferrovia de Integração Oeste-Leste) e a FICO (Ferrovia de Integração Centro-Oeste), todas integradas ao Novo PAC, o Programa de Aceleração do Crescimento. O objetivo é melhorar o escoamento da produção do Centro-Oeste, especialmente soja, milho e carne.

Durante a visita ao Brasil, a delegação chinesa se reuniu com representantes dos governos de Mato Grosso, Goiás, Rondônia e Acre, onde foram apresentados dados sobre produção agrícola, cultura e exportações. A agenda também incluiu visitas técnicas ao Porto de Ilhéus (BA), à FIOL, ao Porto de Santos (SP) e ao projeto do futuro Túnel Santos-Guarujá.

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O plano é transformar a Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol), que avança lentamente entre Caetité e Ilhéus, em um elo fundamental de um corredor bioceânico que levaria grãos, minérios e outros produtos brasileiros até o porto de Chancay, no Peru — e de lá, direto ao mercado asiático.

A missão chinesa desembarcou em Ilhéus nesta quarta-feira (16.04), visitou trechos da Fiol 1 e as instalações do Porto Sul, que ainda está em obras. A ideia é clara: entender o que falta, quanto custa e como viabilizar a conclusão dessa travessia ferroviária transcontinental, um projeto que, se sair do papel, poderá reduzir em até dez dias o tempo de navegação entre o Brasil e a Ásia.

Para os chineses, trata-se de uma oportunidade de ouro. Para o Brasil, uma chance — talvez a última por um bom tempo — de dar um salto logístico sem depender exclusivamente dos Estados Unidos ou de seus próprios (e lentos) investimentos públicos.

Mas o entusiasmo técnico contrasta com a realidade do chão. As obras da Fiol seguem a passos lentos, marcadas por entraves burocráticos, desafios ambientais e falta de recursos. A Bahia Mineração (Bamin), concessionária do trecho, tem sob sua responsabilidade não apenas a ferrovia, mas também a construção do Porto Sul — um complexo que ainda está longe de operar plenamente.

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A visita chinesa, no entanto, é simbólica. Marca o esforço de Pequim em reforçar laços com o Brasil em um momento em que a dependência mútua aumenta. Hoje, mais de um terço de tudo que o Brasil exporta tem a China como destino. E a maior parte disso — cerca de 60% — precisa de infraestrutura para sair do interior até os portos. Sem ferrovias eficientes, o Brasil seguirá perdendo tempo e dinheiro.

NOVA ROTA – Uma nova rota marítima lançada nesta semana, de forma simultânea no Brasil e na China, promete reduzir o tempo necessário para transportar produtos entre um país e outro, e também os custos logísticos. A rota vai ligar o Porto Gaolan, localizado em Zhuhai, no sul da China, aos Portos de Santana, no Amapá, e de Salvador, no Brasil, sem escalas. Com isso, a expectativa do embaixador da China no Brasil, Zhu Oinggiao, é que o trânsito de cargas leve 30 dias a menos que o habitual e os custos das operações também diminuam, em mais de 30%.

Fonte: Pensar Agro

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