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Brasil anuncia meta climática ambiciosa para reduzir emissões entre 59% e 67% até 2035

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O governo brasileiro anunciou uma nova meta climática ambiciosa, visando reduzir entre 59% e 67% das emissões líquidas de gases de efeito estufa até 2035, em comparação aos níveis de 2025. Esse compromisso significa uma queda de 850 milhões a 1,05 bilhão de toneladas de CO₂ equivalente nos próximos 11 anos e representa o segundo compromisso climático do Brasil, uma Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC), exigida pelo Acordo de Paris. O prazo oficial para a submissão do documento é 10 de fevereiro de 2025, mas o Brasil adiantou o anúncio antes da COP 29, que terá início em Baku, no Azerbaijão, na próxima semana.

A divulgação foi feita por meio de uma nota oficial no site do Planalto, sem evento ou entrevista à imprensa. Com a delegação brasileira chefiada pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, a expectativa é que a COP 29 permita detalhar pontos ainda pendentes, como os critérios para o cumprimento da meta e o impacto projetado dessa redução no cenário global. Segundo o comunicado, a NDC brasileira “abrange todos os setores da economia e está alinhada ao objetivo de limitar o aquecimento global a 1,5 ºC em relação ao período pré-industrial”. Ainda de acordo com a nota, o Brasil se compromete com metas “em banda” que consideram variáveis nacionais e globais, prevendo uma flexibilidade que vai de 13% a 29% de redução nas emissões absolutas.

O caminho para alcançar a NDC brasileira será traçado pelo Plano Clima, documento ainda em elaboração e previsto para 2025, que guiará as políticas de redução de emissões e adaptação aos impactos climáticos até 2035. O plano abordará sete eixos voltados à mitigação dos gases de efeito estufa e outros 16 focados na adaptação a eventos climáticos extremos, que afetam diretamente o setor agrícola, a biodiversidade e a população. Com apoio de instrumentos econômicos como o Fundo Clima, Títulos Soberanos Sustentáveis e o Fundo Florestas Tropicais para Sempre, o governo espera direcionar recursos para ações efetivas de preservação ambiental e inovação no combate ao desmatamento.

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O combate ao desmatamento, apontado pelo governo como prioridade para cumprir a meta, tem mostrado resultados recentes significativos. Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o desmatamento na Amazônia caiu 30% entre agosto de 2023 e julho de 2024, alcançando a menor taxa em 15 anos, com uma área desmatada de 6.288 km². Já o Cerrado, que enfrentava altas sucessivas na destruição de sua vegetação nativa, registrou uma queda de 25,7% na taxa de desmatamento, totalizando 8.174 km², a menor desde 2019.

A antecipação do anúncio brasileiro antes da COP 29, em conjunto com os Emirados Árabes Unidos e Azerbaijão, demonstra um alinhamento político entre os países que assumem a liderança das COPs em 2023, 2024 e 2025, formando o chamado grupo troika. Esses países têm buscado avanços na implementação de acordos climáticos, com o Brasil focado em divulgar internacionalmente suas práticas de baixo impacto ambiental no setor agropecuário e iniciativas de preservação.

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A presença do Brasil na conferência também é vista como uma oportunidade para firmar parcerias estratégicas e atrair investimentos internacionais em sustentabilidade, especialmente em setores-chave como o agro, que pode ser beneficiado pela implementação do Código Florestal e regularização do Cadastro Ambiental Rural (CAR), essenciais para acessar novos mercados.

Apesar do compromisso com o Acordo de Paris e dos avanços no controle do desmatamento, o Brasil enfrenta desafios internos para cumprir integralmente suas metas. A falta de estrutura nos órgãos estaduais de meio ambiente e a escassez de profissionais capacitados dificultam a análise e regularização de propriedades rurais no CAR, o que impede o acesso ao crédito e a mercados mais exigentes. Além disso, ainda restam questões a serem ajustadas no Sistema de Cadastro Ambiental Rural (Sicar) para facilitar a adesão dos produtores e acelerar a proteção de áreas estratégicas.

No contexto da COP 29, o Brasil espera apresentar um posicionamento robusto sobre suas políticas ambientais e o compromisso com práticas sustentáveis, defendendo a adaptação climática, o mercado de carbono e a cooperação internacional como partes essenciais de uma economia verde e resiliente, que valorize o setor agrícola ao mesmo tempo que preserva ecossistemas essenciais.

Fonte: Pensar Agro

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Algodão volta a crescer no Paraná e reforça liderança do Brasil no mercado mundial

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Depois de anos praticamente fora do mapa da cotonicultura, o Paraná está voltando a produzir algodão em pluma e reacendendo um ciclo que já foi símbolo de força agrícola no Estado. Quem se lembra das décadas de 1980 e 1990 sabe: o Paraná já foi o líder nacional na produção da fibra. Mas com o passar do tempo, a infestação do bicudo-do-algodoeiro, o avanço da soja e dificuldades econômicas acabaram derrubando a cultura.

Agora, o cenário é de esperança e retomada. A Associação dos Cotonicultores Paranaenses (Acopar) lançou um projeto para incentivar o plantio de algodão e recuperar a importância da pluma na região. Para a safra 2024/25, a área plantada no Estado deve chegar a 1,8 mil hectares, segundo estimativas da Conab. Pode parecer pouco, mas o plano é ambicioso: a meta da Acopar é atingir 60 mil hectares nos próximos anos.

Entre os fatores que tornam essa retomada promissora está o menor custo de produção no Paraná, quando comparado a outras regiões produtoras. O clima mais ameno em certas áreas, o uso mais eficiente de insumos e a proximidade com portos e centros industriais ajudam a melhorar a competitividade da pluma paranaense.

Outro ponto a favor é o avanço tecnológico. Com sementes mais resistentes, maquinário moderno e práticas de manejo mais sustentáveis, os produtores têm hoje condições muito melhores do que nas décadas passadas para lidar com pragas como o bicudo e obter bons rendimentos.

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Brasil na liderança mundial – O momento não poderia ser mais favorável. O Brasil é, desde 2024, o maior exportador de algodão do mundo, ultrapassando os Estados Unidos. O setor cresceu nos últimos anos com base em três pilares: tecnologia, qualidade e rentabilidade. A produção brasileira de pluma aumentou pelo terceiro ano seguido em 2023 e segue firme em 2024.

Na safra 2023/24, o Brasil cultivou 1,9 milhão de hectares de algodão, com uma produção estimada em 3,7 milhões de toneladas de pluma. A produtividade média ficou em 1,8 tonelada por hectare, e o principal destino da exportação foi a China, um mercado exigente que reconhece a qualidade da fibra brasileira.

Os principais estados produtores continuam sendo Mato Grosso, Bahia e Mato Grosso do Sul, mas o avanço do Paraná mostra que o mapa do algodão pode voltar a se expandir.

Um pouco da história – O ciclo do algodão no Brasil começou no século 18, especialmente no Nordeste. Durante os séculos XVIII e XIX, o país chegou a ser um dos maiores fornecedores do mundo. Mas nas décadas de 1980 e 1990, a cultura foi gravemente afetada pelo bicudo-do-algodoeiro, uma praga devastadora que levou muitos produtores a abandonarem o cultivo.

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Com o tempo, o setor se reorganizou, investiu pesado em pesquisa, controle biológico e práticas sustentáveis, e reconquistou espaço no mercado internacional.

A iniciativa da Acopar é vista com entusiasmo por técnicos, agrônomos e produtores. A retomada do algodão no Paraná representa não só diversificação da produção agrícola, mas também mais opções de renda para o campo, geração de empregos e incremento para a indústria têxtil regional.

Além disso, a cotonicultura permite o uso racional da área agrícola, com sistemas de rotação de culturas que ajudam a preservar o solo e controlar pragas de forma natural.

Para o produtor rural, o momento é de olhar com atenção para o algodão. Com planejamento, tecnologia e apoio técnico, a pluma pode voltar a brilhar nas lavouras do Paraná — e com ela, toda uma cadeia produtiva pode se fortalecer.

Fonte: Pensar Agro

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