PARANÁ
Tilápia vira vestuário, material hospitalar e farinha para suplemento em projeto da UEM
Publicado em
30 de outubro de 2024por
Itajuba Tadeu
Com uma produção de 209 mil toneladas em 2023, o Paraná responde por 36% do cultivo anual de tilápia no Brasil, que totalizou 579 mil toneladas no ano passado. Graças a um trabalho de pesquisa conduzido por professores e estudantes da Universidade Estadual de Maringá (UEM), no Noroeste, parte dessa produção estadual está se transformando em outros produtos de maior valor agregado ligados às indústrias da moda, hospitalar, farmacêutica e alimentícia.
O exemplo mais recente que decorre deste trabalho pode ser visto em dois importantes desfiles de moda do Brasil: a 2ª edição do Santa Catarina Fashion Week, que aconteceu nos dias 25 e 26 de setembro em Florianópolis, e o 58º São Paulo Fashion Week, realizado entre os dias 16 e 20 de outubro na capital paulista. Em ambos os eventos, roupas confeccionadas com couro de tilápia produzido na UEM ganharam as passarelas.
As estilistas confeccionaram peças com couro de tilápia produzido pela zootecnista Amanda Hoch, uma ex-aluna de pós-graduação da universidade. Ela também é coproprietária da Tilápia Leather, uma empresa especializada na produção do couro usado como base para a confecção de sapatos, bolsas e outros artigos de vestuário feitos a partir da pele da tilápia.
Amanda contou com o suporte da professora e sua ex-orientadora Maria Luiza Rodrigues de Souza, do Departamento de Zootecnia da UEM, que também idealizou a criação do laboratório de processamento de peles e pequenos e médio animais da instituição. Atualmente, o laboratório, que iniciou suas atividades em 2004, é considerado uma referência em pesquisas sobre a transformação da pele do peixe em couro.
“A Amanda nos procurou para estender o convite, porque ela sentiu um pouco de dificuldade na parte de matização das cores. Fizemos o trabalho, passamos para a Mônica Sampaio, que é a estilista que fez o desfile, e a repercussão foi muito grande”, contou Maria Luiza.
O laboratório onde a professora Maria Luiza trabalha possui mais de 100 metros quadrados e fica dentro da Fazenda Experimental de Iguatemi (FEI), no distrito de mesmo nome localizado no município de Maringá. Anualmente, cerca de 40 novos estudantes de pós-graduação, além de alunos da graduação e de grupos de iniciação científica, utilizam o espaço.
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Nele, os pesquisadores aplicam técnicas distintas de curtimento em diferentes espécies de peles animais, incluindo outros peixes de água doce e marinha, rãs, coelhos, caprinos, jacarés e avestruzes, entre outros. Os estudos envolvem análises de resistência dos diferentes couros processados no laboratório, testes físico-químicos e físico-mecânicos, bem como análise de histologia (ciência que estuda tecidos dos seres vivos) e microscopia eletrônica.
Para Maria Luiza, o processamento do couro de tilápia representa um potencial econômico a ser explorado por produtores e outras pessoas ligadas à cadeia produtiva. Ela lembra que a pele que sobra da produção do pescado representa de 4% a 10% do seu peso.
“Independentemente de onde você vai aplicar o couro de tilápia, seja em calçados, bolsas ou outras roupas e acessórios, ele vai enriquecer muito o produto e elevar o seu preço porque se trata de algo diferenciado no mercado”, afirmou a professora.
Além dos eventos de moda, as técnicas de curtimento também já foram amplamente apresentadas em eventos científicos internacionais promovidos por instituições de ensino da Argentina, Colômbia, Equador, Itália e México.
De acordo com Amanda, o aproveitamento do couro de tilápia é uma solução ambientalmente sustentável para pequenos e médios produtores do peixe, que também podem arrecadar mais com as sobras da produção depois da venda da carne. “Os grandes produtores, que são principalmente as cooperativas, no caso do Paraná, já reutilizam a pele da tilápia para a produção de óleo, ração e cola, mas no caso dos pequenos e médios produtores, a venda para a produção de couro é muito vantajosa”, disse a ex-aluna e empresária.
“Na maior parte dos casos, esses piscicultores não sabem o que fazer com a pele e acabam vendendo ela por um valor bem baixo, de 15 a 30 centavos por quilo, enquanto nós pagamos até R$ 5 por quilo, o que para eles representa um acréscimo de 30% no valor total da produção de tilápia, que pode ser reinvestido com contratação de mais funcionários ou em melhorias de suas propriedades”, acrescentou Amanda.
OUTROS USOS – Assim como na moda, os produtos feitos a partir da tilápia na UEM têm demonstrado grande potencial de uso em outros segmentos econômicos, sobretudo na medicina, com tratamentos hospitalares, e também com produtos que servem como suplemento alimentar feitos a partir da farinha de tilápia.
No caso da medicina, a pele de tilápia já é mais conhecida do público em geral por ser usada no tratamento de queimaduras de 2º e 3º graus devido às suas propriedades, que ajudam na cicatrização e redução da dor. No laboratório da UEM, porém, esse processo foi aprimorado com a preparação e esterilização da pele do peixe, que passa por um tratamento para retirada de escamas, células e outros resíduos, preservando o colágeno e as proteínas naturais.
Após esse tratamento, ele é transformado no chamado biofilme, cuja estrutura mantém características que promovem a hidratação e proteção da área lesada. O biofilme é altamente compatível com a pele humana, o que reduz a chance de rejeição pelo organismo e acelera o processo de recuperação dos tecidos afetados.
Já a farinha de tilápia vem ganhando destaque como um suplemento alimentar rico em proteínas, especialmente valorizado por atletas e pessoas que buscam uma dieta mais equilibrada. O processo de produção envolve o aproveitamento das partes do peixe que geralmente seriam descartadas, como pele, espinhas e sobras de carne.
Esses resíduos são submetidos a um processo de cozimento, secagem e moagem, resultando em uma farinha com alta concentração de proteínas e outros nutrientes essenciais, como ômega 3, ômega 6, cálcio e fósforo, cujo produto final não apenas otimiza o aproveitamento do pescado, mas oferece uma fonte de proteína de alta qualidade.
A farinha de tilápia pode ser incorporada em shakes, pães e bolos, enquanto na UEM o seu uso já vem sendo testado em conjunto com o leite, arroz e na produção de chips, sendo uma alternativa mais sustentável e nutritiva às atuais opções disponíveis no mercado. Assim como o uso do couro, a confecção de suplementos com outras partes do peixe ajuda a reduzir o desperdício na cadeia produtiva da tilápia.
De acordo com Maria Luiza, todas as linhas de pesquisa e produção relacionadas à tilápia são feitas a partir de um trabalho multidisciplinar que envolve diferentes departamentos da UEM. “Nós trabalhamos em parceria com o setor de engenharia de alimentos para a produção de farinha e com as equipes de histologia e de farmácia para fechar toda a parte da pesquisa relacionada ao biofilme”, explicou a professora.
Fonte: Governo PR
PARANÁ
Decreto isenta de ICMS biogás, biometano e combustível sustentável de avião no Paraná
Published
2 semanas agoon
5 de maio de 2025By

O governador Carlos Massa Ratinho Junior assinou nesta segunda-feira (05) o Decreto nº 9.817 que concede isenção sobre o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) em operações para aquisições de bens destinados à fabricação de combustível sustentável de aviação (SAF, na sigla em inglês), biometano, biogás, metanol e CO2.
Além disso, o decreto também concede a isenção do ICMS na aquisição de máquinas, equipamentos, aparelhos e componentes para geração de energia a partir do biogás, como bombas de ar ou de vácuo, compressores de ar ou de outros gases e ventiladores; coifas aspirantes, contadores de gases. As duas medidas buscam tornar o Paraná mais competitivo na atração de negócios em energia renovável, alavancando o desenvolvimento estadual.
O decreto internaliza os convênios 161/2024 e 151/2021, aprovados pelo Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) durante o Encontro Nacional dos Secretários da Fazenda em dezembro. Com a regulamentação, as isenções já estão em vigor.
De acordo com o secretário estadual da Fazenda, Norberto Ortigara, a ideia é justamente estimular investimentos em combustíveis sustentáveis no Paraná, colocando o Estado em posição de destaque no cenário nacional. “Queremos consolidar o Paraná como uma referência e um polo na produção de novas energia e incentivos fiscais, como a isenção do ICMS, são formas de pavimentar esse caminho, estimulando investimentos no setor”, explica.
Um dos objetivos da iniciativa, aponta Ortigara, está em tornar o biometano economicamente viável. “O Paraná já é o maior produtor de proteína animal do Brasil, então queremos aproveitar o potencial que já existe aqui para fomentar a cadeira de biogás e biometano. Temos potencial para sermos uma Arábia Saudita do combustível renovável”, diz. “É usar dejetos de animais para gerar energia e, com as novas isenções, facilitamos o caminho para tornar o Estado ainda mais sustentável”.
SUSTENTABILIDADE – Os esforços do Paraná em se tornar referência na produção de combustíveis sustentáveis a partir do reaproveitamento do potencial agrícola não se limita apenas à isenção do ICMS. Embora a medida assinada pelo governador estimule ainda mais o setor, o Estado já aposta na geração de energia renovável também por meio de outros programas, como o Paraná Energia Rural Renovável (RenovaPR).
Executado pelo IDR-Paraná, ele incentiva os produtores rurais a produzir sua própria energia ou combustível. O Estado também subsidia os juros dos empréstimos usados pelos produtores para a implantação de projetos de energia renovável, por meio do Banco do Agricultor Paranaense.
Segundo levantamento do Centro Internacional de Energias Renováveis (Cibiogás), o Paraná lidera com folga o número de plantas de biogás na região Sul, com 426 unidades instaladas, 348 delas da agropecuária. Em Santa Catarina são 126 plantas e no Rio Grande do Sul 84. O Paraná foi responsável com 53% do volume de geração de biogás na região no ano passado, com 461 milhões de metros cúbicos normais. .
Fonte: Governo PR

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