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Conversão de pastagens deve receber incentivo de mais R$ 8 bilhões

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O governo federal está estruturando uma linha de crédito especial, com recursos entre R$ 7 e R$ 8 bilhões, para incentivar a recuperação de pastagens degradadas no Brasil, dentro do Programa Nacional de Conversão de Pastagens Degradadas (PNCPD), com juros anuais de 6,5%, com dez anos para quitação e dois anos de carência.

O programa visa a conversão de pastagens degradadas em produções agropecuárias ou florestais de perfil sustentável, que apliquem nas propriedades boas práticas de manejo capazes de promover a captura de carbono.

A iniciativa deve beneficiar a transformação de 1 milhão de hectares, evitando o avanço em novas áreas e promovendo a sustentabilidade. O financiamento seguirá o modelo EcoInvest, onde o Tesouro Nacional e bancos privados combinam recursos.

Para assegurar a taxa ao produtor, o Tesouro aplicará uma taxa mínima de 1%, enquanto bancos complementam a oferta, com expectativa de que o Banco do Brasil seja um dos principais operadores. O primeiro leilão para selecionar instituições financeiras deve ocorrer em dezembro.

Os ministérios da Agricultura e da Fazenda também vão definir critérios de elegibilidade e monitoramento para garantir que o crédito atenda pequenos e médios produtores, visando evitar a concentração de recursos entre grandes empresas.

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Uma das preocupações, tanto do governo como do setor privado, é garantir que esses recursos cheguem a produtores que hoje não têm acesso a crédito barato para projetos sustentáveis e que se possa acompanhar a execução. Segundo uma fonte do setor privado, o receio é de que apenas grandes produtores, mais capacitados, acessem o recurso, o que pode concentrar a atividade agropecuária progressivamente.

O Ministério da Fazenda já realizou um primeiro leilão de recursos do EcoInvest neste mês para projetos em diversas áreas. Agora deve realizar leilões temáticos, sendo a conversão de pastagem o primeiro alvo.

O Tesouro Nacional começou a levantar os valores do EcoInvest ainda no ano passado, quando fez uma emissão de US$ 2 bilhões em “títulos verdes” nas bolsa de Nova York. Neste ano, o Tesouro fez uma outra emissão de “títulos verdes”, dessa vez de US$ 2,25 bilhões.

Fonte: Pensar Agro

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AGRONEGÓCIO

Algodão volta a crescer no Paraná e reforça liderança do Brasil no mercado mundial

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Depois de anos praticamente fora do mapa da cotonicultura, o Paraná está voltando a produzir algodão em pluma e reacendendo um ciclo que já foi símbolo de força agrícola no Estado. Quem se lembra das décadas de 1980 e 1990 sabe: o Paraná já foi o líder nacional na produção da fibra. Mas com o passar do tempo, a infestação do bicudo-do-algodoeiro, o avanço da soja e dificuldades econômicas acabaram derrubando a cultura.

Agora, o cenário é de esperança e retomada. A Associação dos Cotonicultores Paranaenses (Acopar) lançou um projeto para incentivar o plantio de algodão e recuperar a importância da pluma na região. Para a safra 2024/25, a área plantada no Estado deve chegar a 1,8 mil hectares, segundo estimativas da Conab. Pode parecer pouco, mas o plano é ambicioso: a meta da Acopar é atingir 60 mil hectares nos próximos anos.

Entre os fatores que tornam essa retomada promissora está o menor custo de produção no Paraná, quando comparado a outras regiões produtoras. O clima mais ameno em certas áreas, o uso mais eficiente de insumos e a proximidade com portos e centros industriais ajudam a melhorar a competitividade da pluma paranaense.

Outro ponto a favor é o avanço tecnológico. Com sementes mais resistentes, maquinário moderno e práticas de manejo mais sustentáveis, os produtores têm hoje condições muito melhores do que nas décadas passadas para lidar com pragas como o bicudo e obter bons rendimentos.

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Brasil na liderança mundial – O momento não poderia ser mais favorável. O Brasil é, desde 2024, o maior exportador de algodão do mundo, ultrapassando os Estados Unidos. O setor cresceu nos últimos anos com base em três pilares: tecnologia, qualidade e rentabilidade. A produção brasileira de pluma aumentou pelo terceiro ano seguido em 2023 e segue firme em 2024.

Na safra 2023/24, o Brasil cultivou 1,9 milhão de hectares de algodão, com uma produção estimada em 3,7 milhões de toneladas de pluma. A produtividade média ficou em 1,8 tonelada por hectare, e o principal destino da exportação foi a China, um mercado exigente que reconhece a qualidade da fibra brasileira.

Os principais estados produtores continuam sendo Mato Grosso, Bahia e Mato Grosso do Sul, mas o avanço do Paraná mostra que o mapa do algodão pode voltar a se expandir.

Um pouco da história – O ciclo do algodão no Brasil começou no século 18, especialmente no Nordeste. Durante os séculos XVIII e XIX, o país chegou a ser um dos maiores fornecedores do mundo. Mas nas décadas de 1980 e 1990, a cultura foi gravemente afetada pelo bicudo-do-algodoeiro, uma praga devastadora que levou muitos produtores a abandonarem o cultivo.

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Com o tempo, o setor se reorganizou, investiu pesado em pesquisa, controle biológico e práticas sustentáveis, e reconquistou espaço no mercado internacional.

A iniciativa da Acopar é vista com entusiasmo por técnicos, agrônomos e produtores. A retomada do algodão no Paraná representa não só diversificação da produção agrícola, mas também mais opções de renda para o campo, geração de empregos e incremento para a indústria têxtil regional.

Além disso, a cotonicultura permite o uso racional da área agrícola, com sistemas de rotação de culturas que ajudam a preservar o solo e controlar pragas de forma natural.

Para o produtor rural, o momento é de olhar com atenção para o algodão. Com planejamento, tecnologia e apoio técnico, a pluma pode voltar a brilhar nas lavouras do Paraná — e com ela, toda uma cadeia produtiva pode se fortalecer.

Fonte: Pensar Agro

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