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Embrapa desenvolve sistema “boi safrinha” para produção de carne e soja durante a seca

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A Embrapa desenvolveu um sistema chamado de “boi safrinha” visando impulsionar a produção de carne e soja durante a seca. O sistema integra lavoura e pecuária e está ganhando força no principalmente no cerrado brasileiro, como uma solução prática para aumentar a produção de carne a um custo mais baixo e melhorar o rendimento de grãos, especialmente da soja, durante o período seco do ano. Ao aproveitar áreas que normalmente ficariam sem cultivo após a colheita, os produtores conseguem otimizar o uso da terra e reduzir os riscos climáticos que afetam as safras no sistema de sequeiro.

A chave para o sucesso do “boi safrinha”, segundo os pesquisadores da Embrapa que desenvolveram o sistema, está na semeadura de gramíneas forrageiras como braquiária ou panicum logo após a colheita de grãos como milho e soja. Essas gramíneas, que cobrem o solo e preparam o terreno para o plantio direto no verão seguinte, também servem como pasto temporário para o gado. Essa abordagem permite aos pecuaristas alimentar seus animais de maneira econômica, sem depender de confinamento caro, e ao mesmo tempo melhorar a saúde do solo e a produtividade da lavoura.

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Além de reduzir os custos de produção de carne, o “boi safrinha” tem mostrado impactos positivos tanto na economia quanto no meio ambiente. O sistema oferece ao produtor uma alternativa mais lucrativa e eficiente ao plantar soja ou milho e criar gado na mesma área, o que resulta em um melhor aproveitamento das terras durante a estação seca.

Entre os ganhos agronômicos, destaca-se o aumento da produtividade da soja, com um incremento de até 15% nas lavouras que sucedem pastagens de alta qualidade. Para a pecuária, o ganho de peso dos animais no pasto pode chegar a 12 arrobas por hectare, o que aumenta a margem de lucro das fazendas e acelera o ciclo de produção de carne.

Do ponto de vista ambiental, o sistema “boi safrinha” contribui para a conservação do solo, aumentando o teor de matéria orgânica e melhorando sua capacidade de absorver água, o que ajuda na recarga dos lençóis freáticos. Além disso, a rotação de culturas e pastagens ajuda a controlar pragas e doenças nas lavouras, reduzindo a necessidade de defensivos químicos.

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O crescimento da adoção do “boi safrinha” no cerrado é expressivo, principalmente em estados como Mato Grosso e Goiás, onde a integração entre agricultura e pecuária já faz parte da rotina de muitos produtores. Com a demanda global por carne e grãos em alta, o sistema surge como uma solução viável para intensificar a produção sem a necessidade de expandir novas áreas de plantio.

O sucesso do “boi safrinha” depende, no entanto, de uma boa infraestrutura na fazenda, incluindo cercas adequadas e água suficiente para os animais. Além disso, é importante que os produtores tenham conhecimento técnico para implementar o sistema corretamente, garantindo que os benefícios sejam maximizados tanto na lavoura quanto na pecuária.

Com a tendência de aumento na valorização das commodities e os desafios climáticos cada vez mais presentes, o “boi safrinha” promete ser uma estratégia fundamental para o agronegócio brasileiro, ajudando a aumentar a produtividade de maneira sustentável e rentável durante o período seco do ano.

Fonte: Pensar Agro

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Com cenário global favorável, Estado quer ampliar exportações em 10%

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Goiás exportou 13,2 milhões de toneladas de soja em 2024, com receita superior a US$ 7,3 bilhões, consolidando-se como o terceiro maior exportador do grão no Brasil. Com a crescente disputa comercial entre China e Estados Unidos e a reconfiguração dos fluxos globais de grãos, o estado projeta um aumento de até 10% nas exportações em 2025, impulsionado pela demanda asiática e pela capacidade de resposta da produção goiana.

O aumento da procura por fornecedores alternativos por parte da China, que em abril recebeu 40 navios de soja brasileira com cerca de 700 mil toneladas, fortalece o posicionamento de Goiás como polo estratégico na oferta global de alimentos. O estado, com uma área plantada superior a 4 milhões de hectares e rendimento médio acima de 60 sacas por hectare, já se beneficia da maior competitividade brasileira no mercado internacional.

Além da soja, que responde por mais de 60% do total exportado pelo agronegócio goiano, produtos como milho, carnes e algodão também têm registrado crescimento. No primeiro trimestre de 2025, o estado já apresenta um incremento de 7% nas exportações para a China em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove).

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Goiás reúne condições favoráveis para aproveitar o novo ciclo: clima propício, produtividade crescente, empresários rurais tecnificados e uma logística em processo de modernização. Ainda há gargalos, especialmente em transporte e armazenagem, mas a infraestrutura vem sendo adaptada para atender a esse salto de demanda.

O momento geopolítico não é apenas uma conjuntura passageira — ele representa uma mudança estrutural na forma como as grandes potências lidam com segurança alimentar. A preferência da China por parceiros estáveis, previsíveis e com grande capacidade produtiva coloca estados como Goiás no radar estratégico dos importadores.

Com planejamento técnico, inteligência de mercado e políticas voltadas à sustentabilidade e à competitividade, Goiás transforma a tensão global em oportunidade concreta. A meta agora é clara: consolidar o protagonismo do estado como um dos principais celeiros do agronegócio mundial.

Fonte: Pensar Agro

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