14 de Abril de 2025
    NOVA AURORA

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    Com foco nas mudanças climáticas, UEM pesquisa ribeirinhos amazônicos

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    Um grupo de pesquisadores da Universidade Estadual de Maringá (UEM) retornou nesta quinta-feira (29) de uma série de atividades de campo em nove comunidades ribeirinhas do Estado do Amazonas, na região Norte do Brasil. O objetivo é elaborar planos de adaptação às mudanças climáticas para as pessoas que vivem às margens de rios em áreas rurais, e que dependem dos ecossistemas fluviais para as atividades produtivas de subsistência, como a pesca, a agricultura, o transporte e o abastecimento de água.

    O projeto é desenvolvido no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Ecologia de Ambientes Aquáticos Continentais da UEM. As atividades são coordenadas pela professora Evanilde Benedito e envolvem o pesquisador de pós-doutorado Matheus Maximilian Ratz Scoarize, a estudante de doutorado Taís da Silva Siqueira e a estudante de mestrado Mariana Albuquerque de Souza. A expectativa do grupo é retornar para as comunidades no primeiro semestre de 2025, com as informações sobre os planos de ação para eventos climáticos extremos.

    Durante um mês, a equipe acadêmica percorreu uma área rica em biodiversidade, nos municípios de Anori, Beruri e Tapauá, ao longo do Rio Purus, na região da Reserva Biológica do Abufari e da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Piagaçu-Purus, no centro-sul amazonense. As atividades também foram realizadas na comunidade do Lago Catalão, às margens do Rio Negro, em Iranduba, na região Metropolitana de Manaus. Os ribeirinhos vivem em casas flutuantes e em palafitas, que são moradias erguidas sobre pilares fixados no leito do rio.

    O grupo coletou dados sobre as condições ambientais, socioeconômicas e culturais de centenas de ribeirinhos e promoveram oficinas participativas com os moradores, sem perder de vista a preservação das tradições e dos modos de vida das populações ribeirinhas. A ideia é usar a ciência para minimizar os impactos das transformações climáticas e ampliar a capacidade de adaptação diante dos desafios crescentes relacionados ao aumento das temperaturas e à variação das chuvas, que refletem no nível e no volume de água dos rios.

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    Para a professora Evanilde Benedito, os eventos extremos recentes têm afetado as comunidades amazônicas em vários aspectos, desde o social até o econômico. “As comunidades tradicionais da região amazônica, que dependem de recursos naturais para a subsistência, enfrentam desafios significativos com as mudanças climáticas e esse projeto colaborativo busca identificar possíveis respostas para esses eventos e propor medidas para melhorar a qualidade de vida dessa população ribeirinha, com metodologias científicas que englobem a questões socioambientais”, explica.

    Segundo o biólogo Matheus Scoarize, os relatos dos ribeirinhos demonstram como as secas e cheias severas impactam a realidade local. “Uma moradora revelou que durante uma das secas recentes o nível da água caiu tanto que as casas flutuantes encostaram no leito do rio, causando danos às estruturas”, afirma. “Outro ribeirinho mencionou que durante grandes secas o acesso à comunidade fica comprometido e os barcos não conseguiam chegar até as casas, obrigando os moradores a andar por um longo caminho a pé no sol intenso para buscar água e alimentos”.

    Ele destaca que a programação foi pensada para que os moradores possam refletir sobre como os eventos climáticos estão impactando e devem afetar com mais intensidade as comunidades nos próximos anos. “As oficinas também abordaram os impactos financeiros na pesca, e as consequências sociais e de saúde enfrentadas pelas comunidades ribeirinhas em decorrência da variação do nível dos rios, especialmente durante as secas e cheias intensas”, salientou o pesquisador, que é doutor em Ciências Ambientais.

    O projeto de pesquisa para a elaboração de planos de adaptação às mudanças climáticas conta, ainda, com oito pesquisadores, entre professores e alunos de graduação e pós-graduação do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) e das universidades federais do Amazonas (Ufam) e de Alagoas (Ufal). No período em que estavam desenvolvendo as atividades de campo na Amazônia, os pesquisadores dormiam em redes com mosquiteiros, em um barco contratado pela Ufam como alojamento.

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    EDUCAÇÃO AMBIENTAL – A equipe acadêmica organizou atividades educativas para as crianças com a produção de desenhos que ilustraram as experiências pessoais e comunitárias, a fim de compreender como os períodos de seca e cheia refletem na vivência dos pequenos. Para os adolescentes, os pesquisadores da UEM desenvolveram um jogo temático de cartas, que se baseia na fauna aquática da bacia amazônica para educar sobre a biodiversidade local e a importância dos peixes da região. A ideia é integrar o aprendizado lúdico com o conhecimento sobre o meio ambiente, e proporcionar para o público infantojuvenil uma percepção da realidade ecológica e cultural.

    INVESTIMENTO – Esse é um dos 39 projetos apoiados pela Iniciativa Amazônia+10, uma ação voltada para a pesquisa e a inovação tecnológica na Amazônia Legal, região que abriga o bioma Amazônia e compreende nove estados das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste: Acre; Amapá; Amazonas; Maranhão; Mato Grosso; Pará; Rondônia; Roraima; e Tocantins. Ao todo, a iniciativa mobiliza 19 estados e o Distrito Federal, com um investimento total de R$ 52 milhões para estudos colaborativos.

    O Paraná participa de oito ações, todas apoiadas pelo governo estadual. O projeto para elaboração de planos de adaptação às mudanças climáticas dos povos ribeirinhos soma um investimento total de R$ 962,9 mil, sendo R$ 363,6 mil por meio da Fundação Araucária, instituição vinculada à Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti). O restante dos recursos, R$ 599,3 mil, é proveniente das fundações de Amparo à Pesquisa do Amazonas (Fapeam) e de Alagoas (Fapeal). O cronograma tem um prazo de três anos para execução.

    Os demais projetos paranaenses apoiados pela Iniciativa Amazônia+10 envolvem as universidades estaduais de Londrina (UEL) e do Oeste do Paraná (Unioeste); a Universidade Federal do Paraná (UFPR); e a Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR).

    Fonte: Governo PR

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    Programa PCPR na Comunidade atende mais de 1,6 mil pessoas em Apucarana

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    A Polícia Civil do Paraná (PCPR) atendeu mais de 1,6 mil pessoas durante a edição do programa PCPR na Comunidade que aconteceu em Apucarana, no Vale do Ivaí, entre quinta-feira (10) e sábado (12). Nos três dias de evento também foram confeccionadas 830 Carteiras de Identidade.

    Outros serviços de polícia judiciária foram disponibilizados, como o registro do boletim de ocorrência e a emissão do atestado de antecedentes criminais. Os cidadãos de Apucarana também puderam conhecer de perto materiais táticos que são usados em ações operacionais da PCPR e o trabalho da perícia papiloscópica, que coleta impressões digitais em cenas de crime.

    Durante a ação, que aconteceu no Ginásio de Esportes Lagoão, a PCPR levou atividades lúdicas para crianças, distribuiu materiais informativos e disponibilizou orientações sobre o trabalho da polícia judiciária para o atendimento aos cidadãos.

    “A edição de Apucarana foi um sucesso e conseguimos atingir muitas pessoas com um atendimento humanizado e acessível”, afirma João Mario Goes, coordenador do programa.

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    JUSTIÇA NO BAIRRO – O evento aconteceu em parceria com o programa Justiça no Bairro, do Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR), que ofertou serviços jurídicos, como divórcio consensual, guarda, pensão alimentícia, união estável, exames de DNA, reconhecimento de paternidade/maternidade e retificação de registro civil, entre outros.

    PCPR NA COMUNIDADE – É um programa que ocorre regularmente em todo o Paraná. O objetivo é levar serviços de polícia judiciária à população, promover atendimento humanizado, auxiliar na identificação de possíveis vítimas e na conclusão de investigações, além de fortalecer a eficiência na prestação do serviço público e representar a instituição em atividades voltadas à sociedade.

    Fonte: Governo PR

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