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Série de reportagens da AEN vai mostrar a transformação no campo com a energia renovável

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O Paraná é um dos grandes produtores agrícolas do Brasil e o principal produtor de proteína animal do País, e agora caminha a passos largos para tornar essa produção cada vez mais sustentável. Um dos pilares diz respeito à energia renovável, incentivando a geração própria no meio rural a partir de fontes sustentáveis, em especial solar e biomassa.

Com esse objetivo em mente, o Governo do Estado criou em 2021 o programa Paraná Energia Rural Renovável (RenovaPR), que apoia a instalação de unidades de geração distribuída em propriedades rurais paranaenses e, junto ao Banco do Agricultor Paranaense, permite que o produtor invista nesses sistemas com juros reduzidos. O programa é uma iniciativa da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento, por meio do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná).

A série de reportagens “Paraná, Energia Verde que Renova o Campo”, produzida pela Agência Estadual de Notícias (AEN) e que será publicada a partir da semana que vem, às terças-feiras, mostra como esse trabalho está se refletindo na ponta, com histórias de produtores e cooperativas agroindustriais que viram um avanço na produção e no lucro de suas propriedades ao aderir à geração própria de energia renovável.     

“As atividades produtivas rurais passaram a ser cada vez mais eletrointensivas, com os processos como a avicultura, suinocultura, piscicultura, pecuária leiteira e as agroindústrias se tornando cada vez mais dependentes do uso de energia”, explica Herlon Almeida, coordenador de Energias Renováveis no IDR-Paraná.

“Além de tornar essa produção mais sustentável, que é um selo importante para um estado como o Paraná, que fornece alimentos para o Brasil e o mundo, a geração de energia nas propriedades rurais também reduz o custo de produção, tornando os produtos paranaenses mais competitivos”, complementa.

Com o RenovaPR, o Paraná deu um salto na geração distribuída no campo. Das 34.483 usinas fotovoltaicas ou de biogás instaladas no Estado desde 2009, conforme dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), 28.348 unidades foram implantadas entre agosto de 2021 e julho de 2024, no período de vigência do programa.

Com isso, o Paraná, se tornou e segundo maior estado em potência instalada na área rural, com 753 MW, e o terceiro com o maior número de unidades geradoras próprias no meio rural, atrás apenas de Minas Gerais (43.691), que tem uma área quase três vezes maior que a do Paraná, e do Rio Grande do Sul (44.752), que também é mais extenso que o Estado.

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BANCO DO AGRICULTOR – Um dos incentivos do programa é o subsídio à taxa de juros no financiamento feito pelo agricultor para a instalação dos equipamentos, através do Banco do Agricultor Paranaense, programa do Governo do Estado, operacionalizado pela Fomento Paraná. Desde 2021, 8.122 produtores rurais contaram com apoio do programa para levar energia renovável às suas propriedades, com repasse de R$ 231 milhões do Governo do Estado para subvenção dos juros. Juntos, esses projetos representam R$ 1,4 bilhão em investimentos.

“Nosso objetivo com o RenovaPR é estimular a geração distribuída no campo, e estão aí os números que mostram que o negócio andou”, destaca Almeida. “O instrumento que utilizamos é a equalização da taxa de juros. O Estado assume parte ou integralidade dos juros, apoiando tanto os agricultores familiares, que têm os juros totalmente subsidiados pelo Estado, como os médios e grandes produtores, que passam a pagar apenas parte da taxa. Para um produtor médio, que pagaria 8,5% de taxa de juros, o Estado banca 5% e ele vai pagar 3,5%”.

Na avaliação do coordenador, a alta adesão à energia renovável no campo demonstra o sucesso do programa, com os produtores não apenas buscando o incentivo do Estado, como fazendo os projetos por conta própria. “É um investimento que vale a pena ser feito, porque em pouco tempo o sistema se paga com as economias que gera na propriedade. E a redução na conta de energia derruba os custos da produção, o que torna os produtos paranaenses mais competitivos lá fora”, salienta.

BIOGÁS – Com grande adesão à energia solar, o Governo do Estado quer agora incentivar a produção de biogás e biometano na área rural. E o potencial é imenso. O Paraná é o maior produtor de aves e o segundo de suínos do Brasil. O Estado abateu 2,1 bilhões de frangos em 2023. Em suínos, foram 12,1 milhões de unidades produzidas no ano passado. São os dejetos desses animais, junto aos resíduos vegetais da agroindústria, que servem de matéria-prima para a obtenção desses insumos.

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Segundo levantamento do Centro Internacional de Energias Renováveis (Cibiogás), o Paraná já lidera com folga o número de plantas de biogás na região Sul, com 426 unidades instaladas, 348 delas da agropecuária. Em Santa Catarina são 126 plantas e no Rio Grande do Sul 84. A região produziu, em 2023, 873 milhões de metros cúbicos normal (Nm³) de biogás, sendo que o Paraná contribuiu com 53% desse volume, com 461 milhões de Nm³.

A transformação de dejetos em energia resolve uma série de questões, principalmente ambientais. “O sistema de esterqueira e outros mecanismos são frágeis no cuidado com o dejeto animal. Quando não tratado corretamente, ele emite metano na atmosfera, que é muito mais poluente que o gás carbônico e contribui, e muito, com o agravamento das mudanças climáticas”, explica Almeida. “Outro problema é que muitas vezes o material que não passou por todo o ciclo de decomposição contamina rios e lençóis freáticos, além de desequilibrar os nutrientes do solo”.

As plantas de biogás ainda trazem benefícios econômicos para o produtor. O biogás é uma fonte de energia elétrica e também pode substituir o gás de cozinha, por exemplo. Além disso, ele pode ser refinado para se transformar em biometano, um combustível semelhante ao gás natural veicular (GNV) que pode ser usado em automóveis e veículos de trabalho, como caminhões e tratores. E o digestato, material sólido resultante desse processo, é utilizado como biofertilizante, uma alternativa mais sustentável para melhorar o solo.

Junto ao subsídio do RenovaPR, que inclusive é maior para projetos de biogás, o Governo do Estado trabalha em outras frentes para ampliar a produção do insumo. O Estado reduziu a alíquota de ICMS dos produtos que envolvem a cadeia de biogás, além de permitir que cooperativas e empresas utilizem o crédito de ICMS de exportação para a implantação de plantas para a produção do insumo.

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Nova paisagem do campo no Paraná: produção, preservação ambiental e biogás. Foto: Roberto Dziura Jr./AEN

REDE DE DISTRIBUIÇÃO –Além das iniciativas tributárias, a Companhia Paranaense de Gás (Compagas) também fez o mapeamento das regiões com potencial para produção de biometano, por meio de chamadas de ofertas públicas específicas. Recentemente, a Compagas apresentou um plano de investimento de R$ 505 milhões para os próximos cinco anos, que incluem a inserção do biometano na rede de gás canalizado e o desenvolvimento de corredores sustentáveis com abastecimento do biocombustível, em conjunto com o gás natural.

A expectativa é chegar a 15% da participação do biometano no volume de distribuição da empresa até 2026. “O gás natural continua sendo uma fonte importante, mas a inclusão do biometano traz uma pegada mais sustentável para atender as demandas ambientais”, afirma o presidente da Compagas, Rafael Lamastra. “O Paraná lidera o potencial produtivo de biogás no Sul do País. Precisamos aproveitar esse potencial na geração de biometano como mais uma alternativa para a descarbonização da matriz energética”.

HIDROGÊNIO RENOVÁVEL – E o avanço na cadeia de biogás e biometano é o cerne de um projeto maior do Paraná, que pretende se tornar a principal referência em hidrogênio renovável (H2) no Brasil. Chamado de combustível do futuro, o insumo faz parte de um esforço na transição energética de vários países, podendo substituir os combustíveis fósseis na indústria e no transporte.

“O Paraná foi precursor da transição energética, com 98% da nossa matriz vinda de fontes renováveis. Agora estamos com todas as cartas do baralho para também liderar o processo de produção de hidrogênio renovável, que em cinco ou 10 anos se tornará uma commodity importante no mercado mundial”, explica o secretário estadual do Planejamento, Guto Silva.

A pasta coordena a preparação da cadeia do setor no Estado. No ano passado, a Secretaria do Planejamento lançou o Plano de Hidrogênio do Paraná, elaborado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), que mapeia o cenário do H2 no Estado para desenvolver medidas voltadas ao licenciamento, financiamento e desoneração dessa cadeia.

“Mapeamos todas as rotas de produção e demanda, fizemos uma chamada para conectar os grandes players e já temos investidores planejando instalar plantas de hidrogênio no Estado, que tem todas as condições de liderar esse processo”, destaca o secretário. “Estamos chamando esse processo de transição energética 2.0. Queremos limpar o meio ambiente para transformar dejetos em energia, reduzindo a pegada de carbono de forma duplicada”.

Para ser considerado renovável, a extração do hidrogênio precisa ser feita utilizando fontes de energia renováveis. Ele pode ser captado a partir da água, fazendo um processo de eletrólise, que consome uma grande quantidade de energia. Estados do Nordeste, que também apostam no insumo com foco na exportação ao mercado europeu, utilizam a geração solar ou eólica nesse processo.

Já no Paraná, a ideia é fazer a captação diretamente do biogás e do biometano, que são ricos nessas moléculas. “É um insumo muito mais barato, porque incentivamos os produtores a gerar energia com os dejetos animais. Ele pode utilizar o biometano como combustível ou ainda refinar para separar a molécula para gerar hidrogênio”, explica Silva. “Por isso estamos fomentando essa cadeia para produzir em escala, para quando a tecnologia do hidrogênio estiver madura, já termos um mercado competitivo no Estado”.

Fonte: Governo PR

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PARANÁ

Feriado será de mudanças no tempo em todo o Paraná, prevê Simepar

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O feriado da Páscoa e de Tiradentes deve ter um pouco de tudo no tempo do Paraná. Sol, chuva, calor e frio são esperados. O Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar) recomenda que os paranaenses fiquem de olho no site www.simepar.br para saber as atualizações para cada município. 

Esta quinta feira registra ar mais seco, tempo estável e chuvas isoladas, com temperatura máxima no Estado de 28º C, na região Oeste. A instabilidade começa nesta sexta-feira (18), devido ao avanço de uma frente fria no Sul do país. Há previsão de chuvas a qualquer hora do dia na maioria das áreas do Paraná.

“Oeste, Sudoeste, Noroeste e faixa Norte do Paraná são as regiões preferenciais para ocorrência de chuva e também há risco de temporais. Poderemos ter algumas pancadas fortes, acompanhadas de raios e até mesmo algumas rajadas de vento mais pontuais”, alerta o meteorologista Lizandro Jacóbsen, do Simepar.

Os temporais também devem atingir a região Sul, os Campos Gerais, Região Metropolitana de Curitiba e o Litoral, entre a tarde e a noite de sexta-feira. As temperaturas máximas ficam próximas a 25°C em Curitiba, 29°C em Matinhos, 24°C na região da União da Vitória e 28°C em Telêmaco Borba. 

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MAIS AMENAS – As temperaturas ficam mais amenas e o tempo fica um pouco mais estável no sábado (19), na divisa com Santa Catarina e na fronteira com os países vizinhos. A chuva permanece no Noroeste, no Norte, Noroeste e Norte Pioneiro, porém com menos intensidade do que na sexta-feira.

As temperaturas máximas previstas são na casa dos 21ºC a 22°C em Curitiba, 23°C no Litoral, 24°C nos Campos Gerais e 20°C na região da União da Vitória.

“A condição de chuva também continua no Litoral, com pancadas a qualquer hora do dia, de moderada a forte intensidade, e ainda com uma grande cobertura de nebulosidade na faixa leste”, explica Leonardo Furlan, também meteorologista do Simepar.

DOMINGO E SEGUNDA – No Domingo de Páscoa, o tempo deve ficar mais frio na região Sudoeste, próximo a Pato Branco e Francisco Beltrão. As mínimas ficarão em torno de 12°C. Cascavel e Foz do Iguaçu terão 13°C a 14°C de temperatura mínima.

Em outras regiões, o sol vai aparecer. “No Noroeste e no Norte paranaense, ainda teremos valores um pouco mais elevados durante o período da tarde, perto dos 28°C entre Maringá, Londrina e Paranavaí. Se destaca a grande amplitude térmica. E essa situação se repete no feriado de Tiradentes, mas as mínimas ficam um pouquinho mais baixas no Sudoeste, em torno de 11°C a 12°C no amanhecer, até mesmo com formação de alguns nevoeiros”, ressalta Lizandro Jacóbsen. 

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No Litoral, no domingo e na segunda-feira, persiste a condição de chuvas ocasionais fracas a moderadas. Em Curitiba, Campos Gerais e Sul do Paraná, a maior cobertura de nebulosidade deixa a temperatura igual ao longo de todo o dia: amanhecer de 11°C a 12°C e a tarde as temperaturas máximas não passam dos 20°C. 

SIMEPAR – Com uma estrutura de 120 estações meteorológicas telemétricas automáticas, três radares meteorológicos e cinco sensores de descargas meteorológicas, o Simepar é responsável por fornecer dados meteorológicos para órgãos como a Coordenadoria da Defesa Civil e a Secretaria do Desenvolvimento Sustentável, de modo a facilitar ações de resposta a situações extremas. São monitoradas desde situações causadas por chuvas extremas, como enxurradas, deslizamentos e alagamentos, até situações como incêndios e secas.

Dados mais detalhados da previsão do tempo para os 399 municípios paranaenses estão disponíveis no site www.simepar.br. A previsão tem duas atualizações diárias. Para cada cidade é possível saber o quanto deve chover, temperaturas mínimas e máximas previstas, umidade relativa do ar e vento, com detalhamento por hora para a data e o dia seguinte.

Fonte: Governo PR

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