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Geração Olímpica e Paralímpica: Edwarda Oliveira busca ouro inédito do vôlei sentado

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Marcada no peito, no braço e na história. É assim que a paratleta paranaense de vôlei sentado Edwarda Oliveira, de 25 anos, apoiada pelo programa Geração Olímpica e Paralímpica do Governo do Estado, quer voltar de Paris. Disputando sua terceira Paralimpíada, ela vem da sequência de duas medalhas de bronze, conquistadas ns Rio-2016 e Tóquio-2020. Agora, Edwarda quer trazer a de ouro para casa. A trajetória de Ewarda Oliveira é o tema da vez na série de reportagens Geração Olímpica e Paralímpica da Agência Estadual de Notícias que mostra a importância do apoio do Governo do Paraná na carreira dos atletas, paratletas e técnicos que disputarão os Jogos de 2024.

Duda, como é conhecida, tatua todos os mascotes das principais competições que disputa. E para a disputa de Paris-2024, ela já planeja o local da próxima.“Vou ter que ir para o outro braço porque nesse não cabe mais”, afirma, apontando no braço esquerdo as tatuagens dos mascotes das Paralimpíadas do Rio-2016 e Tóquio-2020, e dos Jogos Pan-Americanos de Lima-2019 e Santiago-2023.

É também uma maneira de lembrar dos pontos altos da carreira. “Eu queria colocar na pele a minha história. Todos os atletas que participam de Paralimpíada, de Olimpíada, tentam marcar esse momento na sua vida, e a tatuagem funcionou para mim. Eu tenho tatuado todos os mascotes das competições que eu participo”, explica, com espaço de sobra no braço direito para mais algumas.

Natural de Pinhão, no Centro-Sul do Paraná, Duda nasceu sem a perna direita após o cordão umbilical enrolar e impedir o desenvolvimento do membro durante a gestação. “Naquele tempo as pessoas julgavam os deficientes físicos como incapazes e a minha mãe nunca gostou desse rótulo. Ela me dizia ‘se você quer jogar vôlei, você vai jogar vôlei’, e foi isso que eu fiz”, conta Edwarda. “O que me salvou foi a minha criação”.

A mãe e os tios são professores e a ensinaram desde pequena que a deficiência não poderia ser um empecilho em sua vida. “Tinha que ser apenas um detalhe no modo como eu faria as coisas, que seria um pouco diferente”, destaca.

Com habilidade para a prática de esportes, foi na escola que Duda teve o primeiro contato com o vôlei, mas em pé, jogando com pessoas sem deficiência. Era uma forma de fortalecer a musculatura e facilitar o encaixe das próteses, recebidas do Sistema Único de Saúde (SUS) e que tinham que ser trocadas todos os anos devido ao seu crescimento. Era como se fosse um sapato apertado, como ela mesma diz.

Depois de competir no vôlei em pé ainda na infância, um olheiro de Maringá a viu jogando com a prótese e a apresentou ao vôlei paralímpico, com o convite para jogar na cidade do Noroeste paranaense. Aliado a isso, a transmissão dos Jogos Paralímpicos de Londres, em 2012, ao qual ela viu pela televisão, foi o empurrão que faltava para Edwarda mudar de modalidade.

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O caminho desde então foi rápido. Edwarda mudou-se sozinha para São Paulo, aos cuidados do técnico Ronaldo Gonçalves de Oliveira, um dos precursores do voleibol paralímpico no Brasil. Com olhar à distância atento da mãe, a mudança tinha motivo: jogar no Sesi-SP, aos 13 anos. Em um mês ela já integrava a Seleção Brasileira de Vôlei Sentado.

Edwarda está na classe VS1, de atletas com deficiências mais severas e que têm maior impacto nas funções essenciais do vôlei sentado, como amputados de perna. “Como no meu caso nada vai crescer mesmo, automaticamente já fui enquadrada nessa classe”, brinca.

Há pouco mais de 10 anos praticando o esporte, Edwarda já fez história: além das medalhas paralímpicas, sendo a atleta mais jovem entre todas as delegações na Rio-2016, também conquistou junto com a equipe o primeiro mundial do vôlei sentado feminino, em 2022, na Bósnia. Para 2024, o objetivo é trazer o ouro para casa. “Nós temos chance de medalha de ouro e vamos em busca disso”, afirma.

APOIO – Ao longo de sua carreira, Duda contou com o apoio do Geração Olímpica e Paralímpica (GOP), do Governo do Paraná. Criado em 2011, o GOP é o maior programa estadual de incentivo ao esporte na modalidade bolsa-atleta, conforme pesquisa da Universidade Federal do Paraná (UFPR) divulgada na Revista Latino-Americana de Estudos Socioculturais do Esporte. Desde então, tem sido uma iniciativa de destaque no fomento e apoio aos talentos esportivos no Paraná. Em 2024 o programa está em sua 13ª edição e terá investimento da Copel de R$ 5,2 milhões.

“Eu recebi a bolsa desde quando morava em Pinhão, em 2012. Depois fui morar em São Paulo e parei de receber, mas um dos motivos que me fizeram voltar ao Paraná foi o Geração Olímpica e Paralímpica. O ruim da vida do atleta é que não podemos contar com o dinheiro certo no mês. Por isso bolsa do Geração Olímpica e Paralímpica é muito importante”, comenta.

Ela também destaca que o auxílio financeiro é essencial para a manutenção da rotina de um atleta de alto rendimento, com preparador físico, técnico, psicólogo, nutricionista, entre outros profissionais. “O dia a dia do atleta é muito caro, porque tem que se alimentar bem, fazer suplementação, academia, fortalecimento, e tudo isso gera gasto. Toda ajuda que chega nós agradecemos muito, e o Geração tem possibilitado me manter no alto rendimento”, complementa.

CARREIRA DUPLA – Edwarda também tem enveredado para outro esporte paralímpico: parabadminton. Incentivada pelo noivo e atleta da modalidade, Rogério Oliveira, conquistou no Parapan-Americano de Santiago-2023 o ouro jogando na dupla mista, fazendo par com o companheiro, e a prata no individual. “Estar nas duas modalidades é difícil, mas eu consigo manter isso. Claro que 100% nas duas não consigo dar, então hoje meu foco é o vôlei sentado por conta dos Jogos, encerrar esse ciclo tão bonito que construí na modalidade”, salienta.

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Ao saber que não poderia participar da Paralimpíada disputando as duas modalidades, ela voltou para a Seleção Brasileira de Vôlei Sentado no início de 2024. “Ter as portas abertas para voltar para seleção é um reconhecimento a todo o trabalho que fiz até aqui. Nós temos chance de conseguir a medalha de ouro e eu tenho consciência dessa ajuda que posso dar para a equipe”, afirma.

PÓS-PARALIMPÍADA – Difundir o vôlei sentado no Paraná. Esse foi um dos motivos que a fez regressar ao Estado, desta vez para Curitiba, há dois anos. Ela conta que a Capital não tem uma equipe feminina de vôlei sentado e veio para mudar isso. Hoje ela treina com a equipe masculina no Círculo Militar.

“Meu objetivo é abrir as portas do vôlei sentado feminino, e isso faz parte de uma construção. Participar de campeonatos na redondeza, falar sobre o esporte, isso ajuda a dar um norte”, comenta. “Eu estava tranquila em São Paulo, com carteira assinada, convênio, mas vim para Curitiba com as mãos abanando pensando no futuro, no que podemos construir aqui”.

“O feminino é mais delicado que o masculino. Os homens não ligam muito para chegar e sentar na quadra. Para nós, mulheres, tem a questão física, emocional, mostrar o coto, a deficiência, e para muitas mulheres não é algo confortável de se fazer, porque é isso que você faz quando chega na quadra”, afirma Edwarda.

COPEL – Até o final de 2024, o programa terá investido mais de R$ 55 milhões em bolsas financeiras para atletas e técnicos vinculados a instituições paranaenses (federações e escolas), atendendo desde jovens promessas a estrelas de renome internacional. A iniciativa é patrocinada pela Copel desde o início – e de forma exclusiva desde 2013.

Para o presidente da Copel, Daniel Slaviero, o apoio busca tornar o Paraná referência de esporte olímpico e paralímpico no Brasil, ao valorizar os atuais talentos do Estado. “Nós temos orgulho de apoiar, junto com o governo do Paraná, esses atletas e profissionais que por muito tempo vêm se preparando para um dos momentos mais significativos da história dos esportes. Estamos torcendo com toda energia”, comenta.

O programa abrange, além do pagamento mensal de bolsas financeiras a atletas e técnicos, recursos necessários para a execução e gestão das atividades previstas, confecção de uniformes, material de divulgação e promoção, infraestrutura de logística (hospedagem, alimentação e transporte), programas de treinamento e capacitação, bem como avaliações médicas e laboratoriais dos atletas.

Confira o vídeo:

Fonte: Governo PR

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Decreto isenta de ICMS biogás, biometano e combustível sustentável de avião no Paraná

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O governador Carlos Massa Ratinho Junior assinou nesta segunda-feira (05) o Decreto nº 9.817 que concede isenção sobre o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) em operações para aquisições de bens destinados à fabricação de combustível sustentável de aviação (SAF, na sigla em inglês), biometano, biogás, metanol e CO2. 

Além disso, o decreto também concede a isenção do ICMS na aquisição de máquinas, equipamentos, aparelhos e componentes para geração de energia a partir do biogás, como bombas de ar ou de vácuo, compressores de ar ou de outros gases e ventiladores; coifas aspirantes, contadores de gases. As duas medidas buscam tornar o Paraná mais competitivo na atração de negócios em energia renovável, alavancando o desenvolvimento estadual.

O decreto internaliza os convênios 161/2024 e 151/2021, aprovados pelo Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) durante o Encontro Nacional dos Secretários da Fazenda em dezembro. Com a regulamentação, as isenções já estão em vigor. 

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De acordo com o secretário estadual da Fazenda, Norberto Ortigara, a ideia é justamente estimular investimentos em combustíveis sustentáveis no Paraná, colocando o Estado em posição de destaque no cenário nacional. “Queremos consolidar o Paraná como uma referência e um polo na produção de novas energia e incentivos fiscais, como a isenção do ICMS, são formas de pavimentar esse caminho, estimulando investimentos no setor”, explica.

Um dos objetivos da iniciativa, aponta Ortigara, está em tornar o biometano economicamente viável. “O Paraná já é o maior produtor de proteína animal do Brasil, então queremos aproveitar o potencial que já existe aqui para fomentar a cadeira de biogás e biometano. Temos potencial para sermos uma Arábia Saudita do combustível renovável”, diz. “É usar dejetos de animais para gerar energia e, com as novas isenções, facilitamos o caminho para tornar o Estado ainda mais sustentável”.

SUSTENTABILIDADE – Os esforços do Paraná em se tornar referência na produção de combustíveis sustentáveis a partir do reaproveitamento do potencial agrícola não se limita apenas à isenção do ICMS. Embora a medida assinada pelo governador estimule ainda mais o setor, o Estado já aposta na geração de energia renovável também por meio de outros programas, como o Paraná Energia Rural Renovável (RenovaPR).

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Executado pelo IDR-Paraná, ele incentiva os produtores rurais a produzir sua própria energia ou combustível. O Estado também subsidia os juros dos empréstimos usados pelos produtores para a implantação de projetos de energia renovável, por meio do Banco do Agricultor Paranaense.

Segundo levantamento do Centro Internacional de Energias Renováveis (Cibiogás), o Paraná lidera com folga o número de plantas de biogás na região Sul, com 426 unidades instaladas, 348 delas da agropecuária. Em Santa Catarina são 126 plantas e no Rio Grande do Sul 84. O Paraná foi responsável com 53% do volume de geração de biogás na região no ano passado, com 461 milhões de metros cúbicos normais. .

Fonte: Governo PR

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