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Regularização e aprimoramento de agroindústrias familiares são discutidos no Norte Pioneiro

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A regularização e o aprimoramento das agroindústrias estiveram entre os principais temas discutidos na Fescafé, feira técnica e de shows aberta nesta quinta-feira (04) em Ribeirão Claro, no Norte Pioneiro do Estado. Durante o evento foi formalizada a entrega do certificado Susaf para o município, que poderá conceder o selo a boas agroindústrias, que poderão vender os produtos de origem animal fora do município. 

“Uma boa agroindústria, regularizada e com o selo Susaf, que possibilita vender para todo o Estado, viabiliza e valoriza a agricultura familiar, é um instrumento importante de agregação e melhoria da renda dos agricultores do Paraná”, disse o secretário de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), Natalino Avance de Souza, durante a abertura do evento no Centro de Exposições Barão Victor Von Rainer Harbach. A Fescafé se estende até domingo (07).

O secretário salientou que tem viajado bastante pelo Estado e, nas paradas, observa que muitos alimentos industrializados vendidos nos comércios às margens das rodovias são de fora do Paraná. “Isso incomoda muito, pois é um vazamento de economia, tira-se um dinheiro bom dos agricultores do Paraná e enriquece outros estados”, lamentou. “Por isso a gente acredita neste instrumento do Susaf como mais uma estratégia de melhoria dos produtos e da renda local”.

Para que o município seja certificado a conceder o selo do Susaf às boas agroindústrias de seu território, ele precisa ter um Serviço de Inspeção Municipal exemplar e que o Estado, por meio da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), reconheça que é equivalente àquele estadual. 

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O presidente do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná), Richard Golba, destacou a importância da integração dos serviços públicos para garantir o sucesso. “Aprendi que quem marca o gol é o município, nós, do Estado, estamos no esforço de preparar a jogada, de armar e deixar para os municípios marcarem o gol”, afirmou. “O Susaf dá o impulso, é um selo, mas quem realiza na prática são os municípios, são vocês”.

QUEIJARIA – Uma das primeiras que devem ganhar a possibilidade de vender fora de Ribeirão Claro é a Queijaria Bella Vista. O proprietário Luiz Henrique Pedrozo concretizou o empreendimento em 2020 em uma propriedade de 3,5 alqueires que, coincidentemente, havia comprado em 04 de julho de 2014, durante a Fescafé daquele ano. Era uma alternativa de vida para o dentista, que possui consultório em Ourinhos (SP) e pensava em reduzir o tempo de atendimento dentário. 

“Foi uma decisão acertada”, disse Pedrozo. Ele produzia 400 litros de leite de altíssima qualidade e precisava de alternativa mais lucrativa que a simples venda do produto. Foi aí que aprendeu técnicas na Internet e foi aconselhado por um amigo a produzir queijo maturado. Começou a fazer na casa e a expor em feira em Ourinhos.

A boa receptividade levou à montagem da queijaria. Hoje produz 600 quilos por mês de quatro tipos de queijo – com 21 dias de maturação, 60 dias, quatro meses e o mais cristalizado, que fica oito meses ou mais maturando. Prêmios tornaram-se comuns – o último na semana passada na Expoqueijo, em Araxá, em Minas Gerais – e a queijaria é parada certa na Rota do Queijo e nas excursões turísticas pelas paisagens e serras de Ribeirão Claro.

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SUSAF – Criado por lei em 2013 e regulamentado em 2020, o Susaf/PR é destinado especialmente à agroindústria familiar e de pequeno porte. O certificado acaba com entraves burocráticos que impossibilitam que produtos alimentícios e derivados, reconhecidamente bons do ponto de vista higiênico-sanitário, sejam vendidos além dos limites locais. Com a adesão ao sistema, os municípios podem indicar as pequenas agroindústrias locais que cumprem com as normas sanitárias e que poderão ampliar as vendas para todo o território estadual.

A meta do Governo do Estado é certificar 200 municípios até o final deste ano. Até o momento 147 já aderiram. O objetivo é garantir maior valor agregado aos produtos da agroindústria familiar, para que ganhem mercado e garantam renda aos produtores

PRESENÇAS  – Também estiveram no evento o chefe do Núcleo Regional da Seab em Jacarezinho, Fernando Emmanuel; o chefe do Núcleo Regional de Cornélio Procópio, Fernando Itimura; o gerente regional do IDR-Paraná, Maurício Castro Alves; o gerente regional da Adapar, Mário Ferri; a coordenadora estadual de Agroindústria, Karolline Silva; o deputado estadual Luiz Cláudio Romanelli; autoridades municipais, produtores e servidores do Sistema Estadual da Agricultura.

Fonte: Governo PR

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Rede estadual de educação do Paraná acolhe professores e alunos autistas

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Quando ingressou como professor na rede estadual de ensino, aos 21 anos, Evalney Riely Horst sentia que havia uma barreira entre ele e os demais colegas. Interpretar simples entonações de voz ou outros sinais não verbais representava uma dificuldade para ele. Ao participar do planejamento de educação inclusiva da escola, anos depois, ele teve a oportunidade de conhecer mais a fundo o que era autismo. Tendo se identificado com muitas de suas características, resolveu ele mesmo procurar orientação profissional.

Em 9 de abril de 2024, Evalney, aos 37 anos, finalmente recebeu o diagnóstico de portador do Transtorno do Espectro Autista (TEA). “No começo foi estranho, precisei de um tempo até aceitar. Mas depois tudo foi fazendo sentido”, lembra. 

Desde a época em que estudava, Evalney tinha dificuldade para se enturmar, exceto quando se envolvia com atividades que o interessavam, como xadrez, informática e jogos eletrônicos, e que o tornavam alvo de bullying. Faltavam ao ambiente escolar formas de acolhimento a alunos como ele. “Não havia suporte, nem ouvíamos falar sobre autismo naquela época. Foi bem complicado para mim”, afirma.

Com o objetivo de promover a inclusão e o combate à discriminação da pessoa autista, a Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu, em 2008, o Dia Mundial da Conscientização do Autismo, celebrado em 2 de abril. O TEA é um transtorno do desenvolvimento neurológico, caracterizado principalmente pela dificuldade de comunicação e interação social, podendo apresentar ou não déficits intelectuais e hiperfocos.

“Não tem cura, mas tem tratamento”, afirma a pedagoga e especialista em psicopedagogia e educação especial, Siana do Carmo de Oliveira Franco Bueno. “O maior desafio enfrentado pela pessoa com TEA é que muitas vezes ele é tratado de forma equivocada, apenas com medicação. Também é necessário que haja acompanhamento terapêutico e orientação adequada”.

O diagnóstico é feito por meio de avaliações, observações e acolhimento de relatos familiares e clínicos e deve acontecer o mais cedo possível. “Aos primeiros sinais atípicos no desenvolvimento infantil, pode-se iniciar o acompanhamento multidisciplinar objetivando uma avaliação completa do quadro”, explica o psicólogo Paulo Ricardo Ferreira.

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Segundo Siana, a importância do diagnóstico precoce ajuda a evitar complicações ao longo da vida para a pessoa com TEA. “É para que o autista não venha a sofrer graves consequências na vida adulta, como depressão ou mesmo outros transtornos mais sérios, que poderiam causar prejuízos pela dificuldade de compreensão, tanto por ele como pelas pessoas de seu entorno”.

ENSINO DE QUALIDADE E INCLUSÃO – Juarez Gabriel Miranda Franco de Lima sempre gostou de ir ao circo. Um dia, em 2020, pendurou uma cortina na garagem de casa, botou um nariz de palhaço, apontou uma câmera para o palco improvisado e se apresentou como o palhaço JG. “Teve malabarismo com chapéu, piadas e muitas músicas infantis”, ele recorda. “Normalmente eu faço sozinho, mas às vezes deixo meus amigos fazerem uma apresentação”.

Aos 6 anos, Juarez era tratado como uma criança hiperativa. Até que Cleusa, sua mãe, orientada pela escola em que ele estudava, procurou ajuda profissional para o diagnóstico para TEA, que acabou se confirmando. A princípio preocupada – na adolescência, ela havia cuidado de uma criança com autismo severo –, Cleusa ficou aliviada com o apoio dado pela escola. “Ele conseguiu uma professora para ajudá-lo a se desenvolver nos estudos”, ela conta. “Tinham muita paciência e muito amor por ele. Ele é um menino muito inteligente e muito carinhoso com todo mundo”. 

Além das apresentações como o palhaço JG – devidamente registradas em seu canal no YouTube –, Juarez, que está no terceiro ano do ensino médio do Colégio Estadual Wolff Klabin, é atleta, tendo competido em três edições dos Jogos Abertos Paradesportivos do Paraná (Parajaps), representando o Centro de Referência Paradesportiva de Telêmaco Borba. Em 2023, ele foi campeão paranaense, tendo conquistado ouro nas modalidades de 100, 200 e 400 metros. Correr, diz Juarez, o ajudou a se tornar uma pessoa mais independente. “Consigo cuidar de mim mesmo e já saio sozinho. Eu costumava me isolar, mas agora saio e convivo com outras pessoas”, comemora Juarez.

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Essas conquistas de Juarez e de outros 12 mil estudantes com diagnóstico de TEA são possíveis graças aos serviços de acolhimento e assistência oferecidos pela Secretaria Estadual da Educação (Seed-PR). Esses serviços são distribuídos nas escolas levando-se em conta as necessidades dos estudantes.

Os Profissionais de Apoio Escolar (PAE), que ajudam estudantes com deficiência a participar das atividades escolares, e Professores de Apoio Educacional Especializado (PAEE), que atendem alunos com necessidades educacionais especiais, são contratados conforme estudo de caso. 

Já as Salas de Recursos Multifuncionais (SRM), que funcionam no contraturno e ajudam na integração social dos alunos, são autorizadas para todas as escolas que possuam estudantes da educação especial e que não sejam de educação integral.

“O Paraná desenvolve ações voltadas aos alunos com TEA desde a origem do atendimento educacional especializado”, afirma o secretário estadual da Educação, Roni Miranda. “Com o aumento do número de estudantes identificados, as ações têm sido potencializadas para garantir a inclusão de todos eles”.

Hoje, para atender estudantes com diagnóstico de TEA, a rede estadual de educação conta com cerca de 3 mil SRMs, 1.400 PAEs e 4.100 PAEEs.

“Hoje em dia, eu percebo muitas coisas boas, como atendimento especializado com profissionais capacitados, salas de recursos multifuncionais e palestras para conscientização”, avalia Evalney, que hoje leciona no Colégio Estadual Antônio Xavier da Silveira, em Irati, no Centro-Sul do Estado. “Na escola, quando contei do diagnóstico, a direção me acolheu e inclusive me incentivou a usar o cordão do autismo, como forma de inspirar alunos autistas”.

Fonte: Governo PR

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