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FPA faz alerta que crise de rentabilidade pode aprofundar dificuldades do agronegócio

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O presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado Pedro Lupion (PP-PR), alertou para a crise de rentabilidade que assola o setor agropecuário brasileiro. Os preços dos grãos, como soja e milho, não têm coberto os custos de produção, levando os produtores a enfrentar dificuldades financeiras crescentes.

Lupion ressaltou que os produtores estão vendendo a soja a preços muito abaixo do necessário para cobrir os gastos de produção. Essa situação tem corroído os lucros dos agricultores desde 2023, levando muitos a desistir da atividade ou optar por culturas alternativas, como o milho.

O ex-presidente da FPA, deputado Alceu Moreira (MDB-RS), alertou que a crise atual do setor deve se prolongar até 2025 e 2026, caso medidas efetivas não sejam tomadas. Ele destacou a necessidade de uma ação conjunta entre o governo federal e o setor para reequilibrar a situação.

O deputado Arnaldo Jardim (Cidadania-SP) salientou a importância da participação do governo na busca por soluções, incluindo a implementação de políticas de preço mínimo e o fortalecimento do setor junto às instituições financeiras.

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O deputado Sérgio Souza (MDB-PR) expressou preocupação com o papel do setor agropecuário na sustentação da economia brasileira diante da crise atual, destacando a necessidade de buscar soluções no âmbito parlamentar.

Em relação aos números do setor, o PIB da agropecuária brasileira teve um aumento de 39% na última década, superando o crescimento do PIB geral do país. No entanto, as expectativas para 2024 são menos otimistas, com estimativas de safra diminuindo devido a mudanças climáticas.

Segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a produção de soja em 2024 deverá ser próxima de 145 milhões de toneladas, abaixo do recorde alcançado em 2023. O milho também não deve atingir os níveis anteriores.

A queda na receita agrícola tem impacto tanto dentro quanto fora das fazendas, afetando os investimentos e a margem de lucro dos produtores. Na pecuária leiteira, por exemplo, a margem de lucro dos produtores foi significativamente reduzida devido ao aumento dos custos e à retração de preços.

Diante das incertezas para 2024, a CNA ressaltou a importância de aumentar os recursos para o seguro rural, visando proteger os produtores de possíveis perdas causadas por eventos climáticos adversos.

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A crise na agropecuária brasileira representa um desafio significativo não apenas para os produtores, mas também para a economia como um todo. Medidas urgentes são necessárias para garantir a sustentabilidade do setor e sua contribuição para o desenvolvimento do país.

Fonte: Pensar Agro

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AGRONEGÓCIO

Na semana da Páscoa, indústria de chocolate enfrenta crise histórica

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A Páscoa de 2025 chega em meio à maior crise já registrada no mercado global de cacau. Com a cotação da amêndoa batendo recordes históricos, a indústria do chocolate enfrenta um cenário crítico: falta de matéria-prima, custo em alta e risco de desabastecimento. O preço do cacau acumula uma disparada de 189% só neste início de ano, somado a picos que chegaram a 282% no mercado internacional ano passado, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria da Alimentação (Abia).

O impacto dessa escalada já se reflete diretamente no setor produtivo brasileiro. No primeiro trimestre de 2025, a indústria processadora nacional recebeu apenas 17.758 toneladas de cacau, volume 67,4% menor em relação ao trimestre anterior, de acordo com a Associação Nacional das Indústrias Processadoras de Cacau (AIPC). É um dos piores desempenhos dos últimos anos.

Sem matéria-prima suficiente no mercado interno, o Brasil aumentou as importações para tentar garantir o abastecimento, trazendo 19.491 toneladas de cacau de fora — alta de quase 30% em relação ao mesmo período de 2024. Mesmo assim, a conta não fecha. A indústria terminou o trimestre com um déficit de 14.886 toneladas, o que acende o sinal de alerta sobre a sustentabilidade do setor.

Embora os chocolates da Páscoa já estejam nas lojas desde fevereiro — resultado de compras antecipadas feitas pela indústria — os reflexos da crise serão sentidos ao longo do ano. A defasagem entre a produção nacional e o volume processado mostra que o Brasil voltou a depender fortemente do mercado externo, num momento em que a oferta mundial também está em colapso.

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Gana e Costa do Marfim, que concentram mais de 60% da produção global, enfrentam quebras de safra causadas por pragas, mudanças climáticas e envelhecimento das lavouras. A menor oferta mundial reduziu os estoques ao menor nível em décadas, pressionando ainda mais os preços e criando um efeito cascata sobre todos os elos da cadeia.

No Brasil, a situação também é crítica. A Bahia, que responde por dois terços do cacau nacional, entregou apenas 11.671 toneladas às indústrias no primeiro trimestre — retração de 73% frente aos últimos três meses de 2024. Técnicos apontam que o clima instável prejudicou o florescimento e agravou a incidência de doenças como a vassoura-de-bruxa, exigindo mais investimento em manejo e controle.

Apesar da queda drástica na produção, o produtor baiano tem sido parcialmente compensado pelo preço elevado da amêndoa, que supera R$ 23 mil a tonelada. O custo dos insumos, por outro lado, já não sobe no mesmo ritmo, o que ajuda a preservar a renda do campo. Ainda assim, a insegurança climática e o risco sanitário mantêm o setor em alerta.

Na tentativa de segurar os preços ao consumidor, a indústria brasileira está buscando alternativas, como mudanças nas formulações, cortes de gramatura e reformulação de produtos. Chocolates com maior teor de cacau — que dependem mais diretamente da amêndoa — devem ser os mais afetados. Já produtos de linha popular podem manter preços mais estáveis, ainda que com porções menores.

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Mesmo assim, o consumidor já percebe reajustes nas gôndolas. O ovo de Páscoa, símbolo do período, está até 20% mais caro em relação ao ano passado, e a tendência é de novos aumentos caso a crise se prolongue.

O atual desequilíbrio entre oferta e demanda reforça a urgência de investimentos em produtividade no Brasil. O país, que já foi o segundo maior produtor de cacau do mundo, hoje precisa importar amêndoa para manter sua indústria funcionando. Com lavouras envelhecidas, baixa produtividade média e forte dependência de condições climáticas, a cadeia brasileira está vulnerável.

Segundo a AIPC, é necessário acelerar a renovação de pomares, incentivar o uso de clones mais produtivos e resistentes, e ampliar o acesso a crédito para pequenos e médios produtores. Também cresce a demanda por políticas públicas que favoreçam a expansão da cacauicultura na Amazônia, no Espírito Santo e em novas fronteiras agrícolas.

Enquanto isso, o chocolate — produto culturalmente associado à celebração e ao prazer — pode se tornar um item mais raro e caro na mesa dos brasileiros. A crise do cacau já não é um problema futuro. Ela está acontecendo agora, e a Páscoa de 2025 é a prova mais amarga disso.

Fonte: Pensar Agro

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