PARANÁ
A partir do acervo do MAC-PR, pesquisadoras investigam a presença feminina na arte
Publicado em
18 de março de 2024por
Itajuba TadeuEm 1971, a historiadora de arte Linda Nochlin propôs uma indagação no seu ensaio publicado na revista ARTNews: “Por que não houve grandes mulheres artistas?”. Provocativo e questionador, o texto abordou as metodologias da história da arte, com narrativas centradas em grandes gênios, ignorando as barreiras institucionais, educacionais e sociais que impediram mulheres e artistas de grupos sub-representados de alcançar reconhecimento.
Em oposição a tais metodologias, duas pesquisadoras da Universidade Federal do Paraná (UFPR) investigam a exclusão cultural e material das mulheres na história da arte. Orientados pela historiadora doutora Stephanie Dahn Batista, os trabalhos de iniciação científica e monografia de graduação das estudantes Thais Wroblewski e Naiara Akel de Pauli identificaram as obras de artistas mulheres no acervo do Museu de Arte Contemporânea do Paraná (MAC-PR), estudando as atividades das mulheres como agentes culturais.
As pesquisas orientadas por Stephanie buscam preencher essas lacunas históricas, desafiando a assimetria na representação de artistas mulheres em coleções e acervos institucionais, analisando essa produção num contexto social e histórico adequado. “Realizar este tipo de investigação científica é como uma busca no escuro”, afirma a historiadora. “Mas os estudos mostram que as mulheres sempre produziram arte”.
Os acervos de obras e documentos das instituições museológicas são bases de dados valiosas para proporcionar descobertas que revisam narrativas antigas e excludentes. Nesse âmbito, além do extenso acervo de obras e itens históricos, o Museu de Arte Contemporânea do Paraná também tem o papel de salvaguardar a memória artística do Estado e do País.
Sob a gestão do Setor de Pesquisa e Documentação (SPD), o museu desempenha um papel crucial na proteção da memória institucional, registrando de maneira sistemática a produção artística contemporânea brasileira há quase 55 anos. Esse papel da instituição, como guardião de registros e conhecimento, além de gerar conteúdo detalhado sobre a história do museu e as obras em sua coleção, atende a demandas de pesquisas externas, contribuindo para a produção acadêmica nos âmbitos da arte, da história, e de outros campos do desenvolvimento científico.
DIRETORAS DO MAC – Ao longo de sua história, o MAC Paraná teve 14 dirigentes, sendo dez mulheres. Esse é o foco da pesquisa que está sendo realizada por Thais Wroblewski, estudante do último ano de Artes Visuais na UFPR. A presença feminina em cargos de gestão no museu é uma das motivações. Thais iniciou sua pesquisa no programa de iniciação científica entre 2021 e 2022, com foco na análise das mudanças e inovações promovidas por essas administradoras. A investigação foi baseada na revisão dos documentos disponíveis no acervo do museu.
A pesquisa de Wroblewski destaca os obstáculos enfrentados por mulheres para alcançar visibilidade institucional. Ao analisar aproximadamente 300 encadernados e 60 dossiês, a estudante reuniu informações de todas as gestões femininas, revelando suas contribuições na administração do museu, no desenvolvimento de projetos, na organização de exposições e na aquisição de obras.
“A gente vê, que na história da arte, histórias femininas são negligenciadas em vários sentidos, então os resultados são importantes para que as mulheres possam ver que elas também podem ser artistas e pesquisadoras”, diz a estudante. Thais está expandindo sua pesquisa de iniciação científica para sua monografia de TCC, e planeja aprofundar a investigação em uma pesquisa de mestrado.
Foram diretoras do Museu de Arte Contemporânea do Paraná: Mariza Bertoli; Elizabeth Titton; Adalice Araújo; Maria Cecília Noronha; Nadyedde Boldrin de Almeida; Maria Amélia Junginger; Eleonora Gutierrez; Leonora Pedroso; Ana Rocha. Atualmente, o cargo é ocupado por Carolina Loch. Além disso, a partir de 2024, o museu conta com o cargo de direção artística, assumido por Joanes Barauna, primeira diretora artística da instituição e mulher trans.
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REPRESENTATIVIDADE FEMININA – A pesquisa de Naiara Akel de Pauli se concentrou na análise da produção de mulheres artistas em importantes museus de arte em Curitiba, incluindo o MAC Paraná. Inspirada na tese de livre-docência da historiadora e ex-diretora do MAC, Adalice Araújo, intitulada “Arte paranaense moderna e contemporânea” (1974), o estudo de Pauli analisou a produção artística de mulheres na história da arte do Paraná, mergulhando nas vidas e obras dessas artistas.
Naiara cita a importância de ter conhecido o trabalho de muitas artistas que não estão presentes em acervos do Brasil. “Eu acho que a academia tem muito a acrescentar à essa conversa com os museus. Espero que possa ser uma troca estabelecida através de pesquisa, de aprofundamento e de busca por reescrever essa história da arte do Paraná, que muitas vezes é muito branca e muito masculina, mais do que deveria ser”, concluiu a pesquisadora e artista. Acesse a pesquisa completa dela AQUI.

MAC PARANÁ – As investigações conduzidas por Thais e Naiara, sob a orientação da professora doutora Stephanie Dahn Batista, trazem novas perspectivas sobre o papel e a presença das mulheres na arte paranaense, especialmente no contexto do MAC Paraná. Esses estudos são essenciais para uma reflexão crítica sobre o acervo do museu, os registros históricos e as futuras produções expositivas, promovendo uma abordagem que valoriza narrativas mais justas, inclusivas e plurais.
Museu de Arte Contemporânea do Paraná
Dentro do MON – Rua Marechal Hermes, 999
Terça a domingo, das 10h às 18h
R$ 30 e R$ 15 (meia-entrada), acesso gratuito toda quarta-feira
Sede Adalice Araújo
Rua Ébano Pereira, 240 – Piso térreo
Segunda a sexta, das 9h às 12h e das 13h30 às 18h
Acesso gratuito
Fonte: Governo PR
PARANÁ
Membros de oito comitês da Fundação Araucária que julgam projetos tomam posse
Published
3 horas agoon
14 de abril de 2025By

Tomaram posse nesta segunda-feira (14) os 216 membros dos oito Comitês Assessores de Áreas (CAAs) da Fundação Araucária. Destes, 24 assumem a coordenação.
Entre outras funções, os comitês são os responsáveis por analisar, avaliar e selecionar os projetos submetidos a chamadas públicas da Fundação Araucária, instituição ligada ao Governo do Estado que atua para fomentar o desenvolvimento social, econômico e ambiental do Paraná por meio de investimentos em ciência, tecnologia e inovação.
Os comitês atuam em oito áreas do conhecimento: Ciências Humanas, Ciências Exatas, Ciências Biológicas, Linguística, Letras e Artes, Ciências Agrárias, Ciências Sociais Aplicadas, Ciências da Saúde e Engenharias.
“Os comitês assessores são fundamentais porque não há ciência, não há mérito na ciência se as propostas não forem julgadas por pares. Todos os nossos projetos, mesmo que seja um projeto estratégico, de interesse do Estado, precisam ter o parecer dos pares”, explica o presidente da Fundação Araucária, Ramiro Wahrhaftig.
Ou seja, os comitês são integrados por especialistas do mesmo campo de pesquisa ou especialidade do trabalho submetido. “A partir da proposta apresentada e julgada pelos pares, existe um mérito científico e podemos apoiar financeiramente”, afirma Wahrhaftig.
A composição dos CAAs é ocorre mediante um processo de consulta às instituições de ensino e pesquisa, de caráter público ou privado sem fins lucrativos, sediadas e atuantes no Paraná. Para cada área do conhecimento a Fundação Araucária seleciona um grupo de especialistas com mandato de quatro anos, permitindo-se uma recondução imediata.
“Temos que agradecer a participação dos nossos cientistas, que se propõem a darem pareceres sobre propostas de outros cientistas, porque sem eles, sem essas propostas, não teríamos uma ciência do nível que temos e com o avanço que queremos ter futuramente”, destacou o presidente da Fundação Araucária.
As atribuições vão desde a contribuir para a formulação de programas e planos de desenvolvimento científico e tecnológico; analisar solicitações de bolsas e auxílios, apoiados por consultores ad hoc (os que exercem um trabalho colaborativo e voluntário), emitindo parecer fundamentado quanto ao mérito científico e técnico e a sua adequação orçamentária, recomendando ou não sua concessão.
Os comitês também indicam nomes de pesquisadores que possam integrar o quadro de consultores ad hoc.
Fonte: Governo PR

TJPR publica a 23ª edição do Informativo de Jurisprudência da Infância e Juventude

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