PARANÁ
Com qualidade e diversidade, fruticultura do Paraná ajuda a expandir produção de sorvetes
Publicado em
4 de março de 2024por
Itajuba TadeuA fruticultura do Paraná tem sido valorizada por produtores, pequenos empresários e indústrias que investem na sobremesa queridinha do verão: o sorvete. A diversidade, um dos principais atributos da agricultura do Estado, que é um dos supermercados do mundo, aliada à qualidade dos produtos, atrai consumidores em todas as regiões. Algumas iniciativas contam com apoio do governo estadual.
Em Carlópolis, no Norte Pioneiro, a produção de sorvetes de frutas com DNA paranaense está ligada a uma tradição familiar desde a década de 1930, quando Benedito Salles abriu a primeira sorveteria. Na sequência a loja passou para o filho, Roberto, e para o neto, José Salles. “Sempre trabalhamos com vários tipos de fruta”, conta José.
Há quatro anos quem comanda as vendas é a filha dele, Luzia Cristina Salles, que trocou a carreira de Enfermagem pela produção de sorvetes. “É uma tradição que passou de pai para filha e que leva nossa marca para todo lugar. Procuro sempre usar a fruta, evitando essências artificiais”, conta. “Às vezes me perguntam se eu vou voltar para a Enfermagem, mas não dá coragem, eu gosto muito do que eu faço”.
São 11 frutas diferentes, todas de produtores de Carlópolis. Abacate e goiaba são os sabores mais procurados. O município é reconhecido por uma Lei Federal como a Capital Nacional da Goiaba, e a fruta tem Indicação Geográfica (IG), um selo de reconhecimento do seu valor e da identidade. O pai de Luzia, hoje aposentado, é o principal fornecedor de abacate na sorveteria, e já frequentou cursos do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná Iapar-Emater (IDR-Paraná) para melhorar a produção.
A tradição familiar também é a marca registrada da sorveteria Primorato, em Morretes, no Litoral. Donos de um restaurante que servia como parada de caminhoneiros na Serra da Graciosa, os avós do empresário Márcio Jazar Zanikoski compraram uma máquina de sorvete em 1954 e tiveram muito sucesso no ramo. “Todos os filhos foram criados dentro do negócio e adquiriram habilidades na gastronomia”, conta.
Na década de 1980 foi a vez de seus pais abrirem uma sorveteria em Curitiba e, depois de se aposentarem, voltaram para Morretes. Em 2016 Zanikoski foi para o Litoral para dar continuidade ao negócio familiar. Hoje a sorveteria busca ressaltar os sabores da região, como banana, maracujá, açaí de juçara, goiaba, jabuticaba, pitanga, pitaya, limão rosa, entre outras.
“As receitas foram criadas por meu pai e eu mesmo gosto de inovar em sabores. A produção é toda artesanal, trabalhosa, mas vale a pena quando escutamos o ‘hummm’ do cliente. Usamos os frutos locais, pois, além de frescos, são procurados pelos moradores e turistas que vêm de toda parte”, diz.
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INDUSTRIALIZAÇÃO – De acordo com a Associação Brasileira do Sorvete e Outros Gelados Comestíveis (Abrasorvete), que representa a indústria do setor, em 2023 o consumo de sorvetes em todo o Brasil cresceu 15%, atingindo 438 milhões de litros. Para 2024 a expectativa do setor é crescer mais 5%. Considerando vendas de açaí e massas servidas em casquinhas em sorveterias, o consumo total pode chegar a 600 milhões de litros ao ano.
O Paraná tem percebido esse aumento da demanda. No Centro-Oeste, a Cooperativa da Agricultura Familiar de Corumbataí do Sul e Região (Coaprocor) tem clientes diversos, como supermercados, indústrias de sucos e cosméticos. Mas parte da produção é destinada para sorveterias, e inclusive uma grande empresa de Minas Gerais utiliza a polpa do maracujá para a produção da sobremesa. São 650 associados de mais de 20 municípios que trabalham com frutas como maracujá, acerola, morango, framboesa, amora e goiaba.
A cooperativa já foi contemplada pelo programa Coopera Paraná, do Governo do Estado, o que colaborou com a logística, compra de câmara fria, entre outros investimentos. Também recebe assistência técnica do IDR-Paraná. “Nosso diferencial é que atuamos na cadeia toda: somos produtores, fazemos a comercialização, a logística, por isso somos competitivos, além do bom preço”, diz o presidente da Coaprocor, Olavo Aparecido Luciano. “Temos excelente qualidade, é uma polpa natural que está criando um caminho importante”.
Apesar de enfrentar desafios como a deriva, doenças e a dificuldade em manter a sucessão familiar, Luciano conta que cada vez mais empresas estão interessadas em industrializar a fruticultura da região. Nos últimos anos, principalmente pequenas culturas como framboesa e amora estão se destacando.
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EXTENSÃO – Na região Central do Estado, a produção está ligada à extensão rural e ao ensino superior. O projeto “Sabores da Agrofloresta”, coordenado pela Universidade Federal de Fronteira Sul (UFFS), campus de Laranjeiras do Sul, orienta associações de agricultores familiares na produção de picolés e sorbets (sorvetes à base de água) de 20 sabores. O diferencial é que são frutas nativas (oriundas da Mata Atlântica) e crioulas (frutas exóticas adaptadas à região).
Guabiroba, ananás, uvaia, araçá, jabuticaba, jerivá, juçara com banana, cereja do mato, morango silvestre, manga mexerica, banana, limão caipira, mamão caipira e goiaba fazem parte da matéria-prima utilizada.
Entre as entidades apoiadoras estão o Instituto Água e Terra (IAT), com o fornecimento de mudas, e o IDR-Paraná, que além de prestar assistência técnica para os agricultores envolvidos, estimula a participação do projeto em feiras de agroindústria para colaborar com a comercialização.
Os participantes observam efeitos na conservação e recuperação das florestas, na geração de renda das famílias, além de valorizar a cultura e os hábitos alimentares das famílias e dos consumidores. “A gente tem trabalhado com frutas oriundas das nossas florestas. E isso tem feito uma grande diferença, porque os agricultores estão reconhecendo a importância de árvores que não davam valor, ou pensavam em suprimir das propriedades, e não só preservam as que têm, mas estão plantando mais”, conta o professor Julian Perez, que coordena o projeto.
Para os produtores, essa iniciativa ajuda a diversificar a renda para além dos mercados convencionais e identificar oportunidades. A ideia agora é investir em aperfeiçoamento para ampliar a produção, aproveitando o interesse do público nas frutas nativas.
“Nós fomos entendendo que era importante trabalhar com as agroflorestas, trabalhar com orgânicos e preservar a natureza. Comercializar e proteger as variedades”, diz o agricultor Osmar Francisco Pereira, da Associação de Agricultores Orgânicos Nova Alternativa (Apona), em Laranjal. Ele destaca a qualidade dos sorvetes, já que a maioria aproveita 100% a doçura natural das frutas. “A industrialização das frutas nativas, principalmente, é uma coisa nova. Tem muita coisa que pode se desenvolver na comunidade, no município e na região”.
FRUTICULTURA NO PARANÁ – Em 2022 o setor de frutas do Paraná atingiu aproximadamente R$ 2,5 bilhões em Valor Bruto da Produção (VBP) Agropecuária, rendimento 7% superior ao registrado em 2021 (R$ 2,10 bilhões). Os destaques foram a laranja (R$ 619,6 milhões), o morango (R$ 389 milhões) e as uvas (R$ 291,2 milhões).
O Sistema Estadual de Agricultura (Seagri) tem iniciativas específicas para esse setor, viabilizadas com programas como o Coopera Paraná, o Banco do Agricultor Paranaense e o Programa de Revitalização da Vitivinicultura (Revitis), ou com a pesquisa e a extensão rural, favorecendo também a produção de vinhos e sucos, polpas, doces e venda para mercado de mesa.
Na avaliação do coordenador estadual da Fruticultura do IDR-Paraná, Eduardo Agostinho dos Santos, esse setor vem avançando principalmente de forma qualitativa. Há empresas paranaenses exportando frutas in natura – no caso da goiaba de Carlópolis – e também polpas. Além disso, há muitas oportunidades a serem exploradas, como o mamão e a pitaya, que têm chamado a atenção dos consumidores.
Os produtores precisam ficar atentos às tecnologias e práticas pertinentes para o seu cultivo e à crescente demanda das agroindústrias. “O papel da extensão rural é mostrar aos agricultores familiares novas opções de renda, que promovem qualidade de vida no meio rural e sucessão nas propriedades. A fruticultura exige conhecimento e dedicação, porém permite ter renda em áreas pequenas e mesmo agregar valor à produção com a agroindústria”, explica.
O Seagri também trabalha em conjunto com produtores, empresas, instituições e sociedade civil para conter doenças que afetam as lavouras. Também tem se organizado para o combate à deriva de agrotóxicos, com ações de prevenção e fiscalização. Neste ano estão previstas ações para tratar temas como sucessão, crédito rural, seguro rural, comercialização e mercados, além das informações técnicas para os cultivos.
Fonte: Governo PR
PARANÁ
Governador lamenta morte do Papa Francisco e determina luto de três dias no Paraná
Published
1 hora agoon
21 de abril de 2025By

O governador Carlos Massa Ratinho Junior mandou decretar luto oficial de três dias no Paraná pelo falecimento do Papa Francisco, ocorrido na madrugada desta segunda-feira (21) em sua residência oficial na Casa Santa Marta, no Vaticano, por complicações de uma pneumonia que o deixou internado por cerca de 40 dias recentemente. A ordem será assinada pelo governador em exercício Darci Piana.
Ele lamentou a morte e exaltou o legado de Jorge Mario Bergoglio, de 88 anos, dos quais os últimos 12 foram dedicados exclusivamente a liderar os rumos da Igreja Católica no mundo.
“Papa Francisco foi um exemplo de humanidade, fé e sabedoria. Seus ensinamentos inspiraram o mundo. Teremos sempre na memória a imagem de alguém que trabalhou incansavelmente pela paz e união entre os povos”, afirmou Ratinho Junior. O governador lembrou ainda a importância histórica de Francisco, que foi o primeiro jesuíta e o primeiro latino-americano a ocupar o maior cargo da Igreja Católica na história.
“A sua partida deixa um vazio no peito daqueles que defendem o bem ao próximo, a caridade, a compaixão e o amor. Vá em paz, Santo Papa. Os paranaenses jamais vão esquecer do seu legado, da sua saberia e do seu compromisso em fazer o bem. Os meus sentimentos à comunidade católica nesse momento de profunda dor”, complementou.
Em junho de 2022, Ratinho Junior se encontrou com o Papa Francisco em uma Audiência Geral no Vaticano. Ele estava acompanhado da 1ª dama, Luciana Saito Massa, do arcebispo emérito de Maringá, dom Anuar Battisti, e de padres paranaenses. O governador entregou a ele uma homenagem com um símbolo do Estado.
“Foi um momento especial poder falar com a Sua Santidade, representando meu Estado e todos os paranaenses”, afirmou Ratinho Junior à época.
O governador em exercício Darci Piana também lamentou a partida. “Jesuíta, Papa Francisco marcou a história com sua simplicidade, humanidade e coragem de aproximar a Igreja das pessoas. Seu legado de amor, humildade e diálogo permanecerá vivo nos corações do mundo inteiro”, afirmou.
HISTÓRIA – Filho de imigrantes italianos, Bergoglio nasceu em Buenos Aires, na Argentina, em 1936. Ele ingressou na Companhia de Jesus e foi ordenado sacerdote em 1969, tornando-se arcebispo de Buenos Aires em 1996, até ser elevado a cardeal, em 2001, pelo Papa João Paulo II. Sua trajetória pastoral sempre foi marcada pela humildade, simplicidade e dedicação aos mais necessitados.
Além da carreira eclesiástica, também foi por muitos anos professor em colégios e universidade religiosas, sendo formado em Filosofia e Teologia.
Eleito Papa em 13 de março de 2013 ele decidiu adotar o nome Francisco em homenagem a São Francisco de Assis, simbolizando o seu compromisso com a pobreza e a justiça social. Durante o seu pontificado, destacou-se por promover uma Igreja mais inclusiva e próxima dos marginalizados, abordando temas como a imigração, a desigualdade e o meio ambiente.
Mesmo após tornar-se o Papa Francisco, ele sempre manteve uma ligação profunda com a América do Sul. Prova disso é que, em sua primeira viagem internacional como pontífice, escolheu o Brasil como destino, participando da 28ª Jornada Mundial da Juventude, no Rio de Janeiro, em julho de 2013. Na ocasião, ele visitou comunidades carentes e reforçou mensagens de esperança e de solidariedade.
Fonte: Governo PR

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