NOVA AURORA

AGRONEGÓCIO

Impacto nos preços: previsões da USDA são aguardados com expectativas nesta sexta-feira

Publicado em

Nesta sexta-feira (12.01) o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) vai divulgar suas revisões para as estimativas de safra e estoques finais de soja para o ano de 2023/24.

E a expectiva dos analistas internacionais é de que haja uma redução nos estoques americanos, passando de 245 para 239 milhões de bushels, enquanto a estimativa para a safra diminuirá levemente, indo de 4,129 para 4,123 bilhões de bushels, o que deve afetar significativamente o mercado mundial, com forte impacto no Brasil, 4° maior produtor mundial de grãos.

Em relação ao panorama global de oferta e demanda de soja, espera-se uma queda nos estoques finais de 114,2 para 112,2 milhões de toneladas em 2023/24. As projeções também indicam uma diminuição na safra brasileira, passando de 161 para 156,3 milhões de toneladas, e um aumento na safra argentina, subindo de 48 para 48,9 milhões de toneladas, comparado às estimativas de dezembro.

Analistas preveem que os estoques trimestrais de soja nos Estados Unidos, até 1º de dezembro, serão inferiores aos registrados no mesmo período do ano anterior, com uma projeção de 2,982 bilhões de bushels, em comparação com os 3,021 bilhões de bushels anteriores. Em 1º de setembro, os estoques estavam em 268 milhões de bushels.

Leia Também:  Paraná moderniza normas ambientais e amplia segurança para o setor produtivo

As exportações líquidas norte-americanas de soja para a temporada 2023/24, até 4 de janeiro, totalizaram 280.400 toneladas, abaixo das expectativas que variavam entre 335 mil e 1,1 milhão de toneladas. Os contratos futuros da soja fecharam com estabilidade, enquanto o mercado aguarda as atualizações do USDA.

No cenário nacional, o mercado de soja no Brasil viu os preços diminuírem, influenciados pela expectativa do relatório do USDA. Em diversas regiões, como Passo Fundo (RS) e Cascavel (PR), houve redução nos valores. Apesar das flutuações nos preços, fatores como o desenvolvimento favorável das lavouras na América do Sul e a demanda mais fraca pela soja norte-americana continuam a impactar o mercado.

Essas alterações no cenário internacional e nacional reforçam a complexidade do mercado de soja e as variáveis que afetam seu comportamento. O setor permanece atento às atualizações e às consequências dessas mudanças para os agricultores e para o mercado como um todo.

Veja como fecharam os preços na quinta-feira (11.01):

Passo Fundo (RS): caiu de R$ 126 para R$ 124

Leia Também:  Agronegócio tem alta de 4,5%, mas desvalorização das commodities reduz receita em 2,2%

Região das Missões: baixou de R$ 120,50 para R$ 116,50

Porto de Rio Grande: diminuiu de R$ 130 para R$ 128

Cascavel (PR): decresceu de R$ 118 para R$ 115

Porto de Paranaguá (PR): desvalorizou de R$ 129 para R$ 126

Rondonópolis (MT): declinou de R$ 123 para R$ 121

Dourados (MS): baixa foi de R$ 113 para R$ 112

Rio Verde (GO): recuou de R$ 118,50 para R$ 116

Em Chicago os contratos futuros da soja negociados na Bolsa de Mercadorias (CBOT) fecharam a quinta-feira com preços mais altos.

Fonte: Pensar Agro

COMENTE ABAIXO:
Advertisement

AGRONEGÓCIO

Após o feriadão, Banco Central reduz projeção da inflação, mas juros altos ainda travam o agro

Published

on

By

Depois do feriadão da Páscoa e de Tiradentes, o produtor rural foi surpreendido, na manhã desta terça-feira (22.04) por uma notícia econômica: o Banco Central revisou para baixo a previsão da inflação oficial deste ano, que passou de 5,65% para 5,57%. Mesmo assim, o índice continua acima do teto da meta definida pelo governo, o que mantém o alerta ligado — principalmente para quem depende de crédito para produzir.

A expectativa do próprio Banco Central é que a inflação só volte ao centro da meta nos próximos anos. Enquanto isso, a principal ferramenta de controle continua sendo a taxa básica de juros (Selic), hoje em 14,25% ao ano e com tendência de subir para 15% até dezembro.

Com o juro nesse nível, o crédito rural fica mais difícil de acessar. Bancos travam o financiamento, os custos sobem, e muitos produtores acabam adiando investimentos, diminuindo o plantio ou cortando gastos com tecnologia e estrutura.

Se antes era possível financiar uma safra com certa tranquilidade, agora o produtor pensa duas vezes. E quem mais sofre é o pequeno e médio agricultor, que não tem capital de giro para bancar tudo no próprio bolso.

Essa situação limita o crescimento da produção, atrasa modernizações e impede que o agro avance como poderia, mesmo com preços internacionais favoráveis para muitas commodities.

A cotação do dólar, prevista para sem manter na casa de R$ 5,90 até o fim do ano, pode ser boa notícia para exportadores de grãos, carnes e outros produtos do agro. Com a moeda americana mais cara, o Brasil vende melhor no mercado internacional.

Por outro lado, o custo dos insumos importados também sobe: fertilizantes, defensivos, sementes e até peças de maquinário agrícola ficam mais caros. O produtor acaba tendo que gastar mais para produzir, o que diminui a margem de lucro, principalmente para quem vende no mercado interno.

Leia Também:  Minas promove seminário sobre irrigação e desenvolvimento sustentável

Embora o índice geral da inflação tenha diminuído, os alimentos continuam subindo e pesando no orçamento do consumidor. Em março, por exemplo, a inflação foi puxada principalmente pela alta no preço dos alimentos.

Imagem: assessoria

Para Isan Rezende (foto), presidente do Instituto do Agronegócio (IA), a redução na previsão da inflação é positiva do ponto de vista macroeconômico, mas seus efeitos práticos no campo ainda são limitados.

“O produtor rural continua enfrentando juros muito altos, o que dificulta o acesso ao crédito. Mesmo com a inflação recuando, a taxa Selic segue subindo, e isso freia o investimento, principalmente dos pequenos e médios agricultores que dependem de financiamento para tocar a produção”, afirma.

Rezende destaca que o custo de produção segue elevado, pressionado por fatores como energia, combustíveis e insumos importados. “A inflação mais baixa não significa alívio imediato para quem está no dia a dia do campo. A valorização do dólar até ajuda nas exportações, mas encarece tudo que a gente precisa importar. E quem vende para o mercado interno ainda sofre com a retração do consumo, o que aperta ainda mais a margem de lucro”, explica.

Ele também alerta que a instabilidade nas decisões econômicas gera insegurança para o setor. “O produtor precisa de previsibilidade. Sem confiança no cenário, muitos acabam adiando investimentos, reduzindo o plantio ou evitando contratações. Uma economia que cresce pouco e mantém juros altos prejudica diretamente o agronegócio, que é justamente o motor da economia brasileira. Precisamos de uma política mais equilibrada para que o campo continue gerando emprego, renda e alimentos para o país”, completa Rezende.

Leia Também:  Acordo no STF resolve disputa de terra indígena com pagamento de R$ 146 milhões a produtores

Para o produtor, isso nem sempre significa lucro. Muitas vezes o valor recebido na lavoura não acompanha o que é cobrado no supermercado, porque há perdas na cadeia, custos altos com transporte e logística, e margens apertadas para o produtor primário.

A projeção de crescimento da economia brasileira foi ajustada para 2% em 2025. Não é ruim, mas também não empolga. O Banco Central reconhece que a economia está aquecida em alguns setores, mas vê sinais de desaceleração.

Para o agro, isso significa um mercado interno menos animado, com o consumo patinando e mais dificuldade para escoar a produção. Sem contar os riscos no cenário internacional, como conflitos, clima extremo e oscilação nos preços das commodities.

Com a inflação um pouco mais controlada, mas os juros ainda nas alturas, o agro brasileiro vive um momento de atenção redobrada. O cenário mistura oportunidades e desafios: o dólar favorece exportações, mas o crédito caro atrapalha investimentos; a inflação cai no papel, mas os custos seguem altos no campo.

O produtor precisa estar atento aos movimentos da economia, planejar bem o uso dos recursos e, sempre que possível, buscar alternativas para reduzir a dependência de financiamentos caros. A cautela, mais do que nunca, virou insumo essencial na propriedade rural.

Fonte: Pensar Agro

COMENTE ABAIXO:
Continuar lendo

PARANÁ

POLÍCIA

ENTRETENIMENTO

ESPORTES

MAIS LIDAS DA SEMANA