NOVA AURORA

AGRONEGÓCIO

Meteorologia prevê um 2024 ainda mais quente desequilibrado

Publicado em

A Organização Meteorológica Mundial (OMM) prevê que 2024 será ainda mais quente do que 2023, marcado por temperaturas recordes e eventos climáticos extremos. O relatório da OMM alerta para o impacto do fenômeno El Niño, somado ao aquecimento global, prevendo um colapso climático em curso.

De acordo com a agência da ONU, o aquecimento global é o principal fator por trás do aumento das temperaturas. O El Niño, que aquece as águas do Pacífico e se estenderá até meados do ano, impacta significativamente a temperatura global, sendo previsto para influenciar o calor de 2024.

No Brasil, espera-se não apenas ondas de calor intensas, mas também mudanças no regime de chuvas, com possíveis secas mais intensas no Nordeste e Norte, e chuvas acima do normal no Sul. O relatório destaca o risco aumentado de incêndios florestais no Cerrado e na Amazônia.

Em 2023, mais da metade dos municípios brasileiros foi afetada por eventos climáticos extremos, resultando em situações de emergência em 2.797 municípios. Cerca de 14,5 milhões de pessoas foram impactadas, e gastos de R$ 1,4 bilhão foram destinados para contenção de danos.

Leia Também:  Brasil gigante: colheita começou, mas ainda falta chuva para o plantio

O relatório ressalta eventos devastadores ocorridos em diferentes regiões do Brasil em 2023, como as inundações em São Paulo, ciclones extratropicais no Sul e acentuada seca no Norte, ilustrando a diversidade dos desafios enfrentados.

Os cientistas advertem que o aumento das temperaturas em 2024 pode ultrapassar a marca crítica de 1,5ºC acima da média pré-industrial, estabelecida pelo Acordo de Paris. Esse cenário poderia desencadear impactos catastróficos irreversíveis para o planeta.

O diretor-geral da OMM, Petteri Taalas, destaca que embora o El Niño seja um fator contribuinte, o aquecimento global continua a ser o principal motor por trás dos eventos climáticos extremos. O fenômeno El Niño deve persistir até meados de 2024, sugerindo a possibilidade de novas ondas de calor.

A pesquisadora Karina Lima, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, salienta que a tendência de eventos extremos é uma realidade em um mundo mais quente, independentemente do El Niño.

Diante desse panorama, o mundo se vê diante de um “território desconhecido”, com a aceleração dos impactos humanos no sistema climático global, conforme alerta da ONU. A expectativa é que a marca de 1,5ºC acima do período pré-industrial seja atingida pelo menos uma vez nos próximos cinco anos, sinalizando um futuro desafiador e incerto em relação ao clima global.

Leia Também:  Agronegócio de São Paulo cresce 11,2% e alcança R$ 149,47 bilhões

Fonte: Pensar Agro

COMENTE ABAIXO:
Advertisement

AGRONEGÓCIO

Na semana da Páscoa, indústria de chocolate enfrenta crise histórica

Published

on

By

A Páscoa de 2025 chega em meio à maior crise já registrada no mercado global de cacau. Com a cotação da amêndoa batendo recordes históricos, a indústria do chocolate enfrenta um cenário crítico: falta de matéria-prima, custo em alta e risco de desabastecimento. O preço do cacau acumula uma disparada de 189% só neste início de ano, somado a picos que chegaram a 282% no mercado internacional ano passado, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria da Alimentação (Abia).

O impacto dessa escalada já se reflete diretamente no setor produtivo brasileiro. No primeiro trimestre de 2025, a indústria processadora nacional recebeu apenas 17.758 toneladas de cacau, volume 67,4% menor em relação ao trimestre anterior, de acordo com a Associação Nacional das Indústrias Processadoras de Cacau (AIPC). É um dos piores desempenhos dos últimos anos.

Sem matéria-prima suficiente no mercado interno, o Brasil aumentou as importações para tentar garantir o abastecimento, trazendo 19.491 toneladas de cacau de fora — alta de quase 30% em relação ao mesmo período de 2024. Mesmo assim, a conta não fecha. A indústria terminou o trimestre com um déficit de 14.886 toneladas, o que acende o sinal de alerta sobre a sustentabilidade do setor.

Embora os chocolates da Páscoa já estejam nas lojas desde fevereiro — resultado de compras antecipadas feitas pela indústria — os reflexos da crise serão sentidos ao longo do ano. A defasagem entre a produção nacional e o volume processado mostra que o Brasil voltou a depender fortemente do mercado externo, num momento em que a oferta mundial também está em colapso.

Leia Também:  Mercado de orgânicos segue em crescimento no Brasil, mas ainda faltam informações

Gana e Costa do Marfim, que concentram mais de 60% da produção global, enfrentam quebras de safra causadas por pragas, mudanças climáticas e envelhecimento das lavouras. A menor oferta mundial reduziu os estoques ao menor nível em décadas, pressionando ainda mais os preços e criando um efeito cascata sobre todos os elos da cadeia.

No Brasil, a situação também é crítica. A Bahia, que responde por dois terços do cacau nacional, entregou apenas 11.671 toneladas às indústrias no primeiro trimestre — retração de 73% frente aos últimos três meses de 2024. Técnicos apontam que o clima instável prejudicou o florescimento e agravou a incidência de doenças como a vassoura-de-bruxa, exigindo mais investimento em manejo e controle.

Apesar da queda drástica na produção, o produtor baiano tem sido parcialmente compensado pelo preço elevado da amêndoa, que supera R$ 23 mil a tonelada. O custo dos insumos, por outro lado, já não sobe no mesmo ritmo, o que ajuda a preservar a renda do campo. Ainda assim, a insegurança climática e o risco sanitário mantêm o setor em alerta.

Na tentativa de segurar os preços ao consumidor, a indústria brasileira está buscando alternativas, como mudanças nas formulações, cortes de gramatura e reformulação de produtos. Chocolates com maior teor de cacau — que dependem mais diretamente da amêndoa — devem ser os mais afetados. Já produtos de linha popular podem manter preços mais estáveis, ainda que com porções menores.

Leia Também:  FPA barra uso da Reforma Agrária “para fins não republicanos”

Mesmo assim, o consumidor já percebe reajustes nas gôndolas. O ovo de Páscoa, símbolo do período, está até 20% mais caro em relação ao ano passado, e a tendência é de novos aumentos caso a crise se prolongue.

O atual desequilíbrio entre oferta e demanda reforça a urgência de investimentos em produtividade no Brasil. O país, que já foi o segundo maior produtor de cacau do mundo, hoje precisa importar amêndoa para manter sua indústria funcionando. Com lavouras envelhecidas, baixa produtividade média e forte dependência de condições climáticas, a cadeia brasileira está vulnerável.

Segundo a AIPC, é necessário acelerar a renovação de pomares, incentivar o uso de clones mais produtivos e resistentes, e ampliar o acesso a crédito para pequenos e médios produtores. Também cresce a demanda por políticas públicas que favoreçam a expansão da cacauicultura na Amazônia, no Espírito Santo e em novas fronteiras agrícolas.

Enquanto isso, o chocolate — produto culturalmente associado à celebração e ao prazer — pode se tornar um item mais raro e caro na mesa dos brasileiros. A crise do cacau já não é um problema futuro. Ela está acontecendo agora, e a Páscoa de 2025 é a prova mais amarga disso.

Fonte: Pensar Agro

COMENTE ABAIXO:
Continuar lendo

PARANÁ

POLÍCIA

ENTRETENIMENTO

ESPORTES

MAIS LIDAS DA SEMANA