CARAMUJO AFRICANO – Achatina fulica
1. BIOLOGIA
O caramujo africano é uma espécie de molusco terrestre exótica e invasora. A espécie é nativa da África e chegou ao Brasil na década de 80, como alternativa econômica. A ideia inicial era comercializá-lo a um preço inferior ao escargot, mas essa espécie não teve aceitação no mercado alimentício. No meio ambiente, adaptou se perfeitamente em várias regiões brasileiras.
Os indivíduos adultos de caramujo africano podem atingir uma massa de mais de 200g e chegar a 15 cm de comprimento de concha. É um caramujo de concha cônica marrom ou mosqueada, alcançando a maturidade sexual entre quatro e cinco meses. Os indivíduos são hermafroditas, podendo realizar até cinco posturas por ano, com 50 a 400 ovos por postura. Ativo no inverno, resistente ao frio e à seca, geralmente passa o dia escondido e sai para se alimentar e reproduzir à noite ou, durante e logo após as chuvas. É uma espécie voraz, podendo se alimentar de praticamente tudo (tinta de parede, sacolas plásticas, hortas, plantas ornamentais, entre outros).
2. ESPÉCIE ENVOLVIDA
• Achatina fulica
Fonte: emaze.com
3. IMPORTÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA
O caramujo africano apresenta importância em saúde pública por ser hospedeiro intermediário de nematódeos, que causam doenças parasitárias no homem como a meningoencefalite eosinofílica e a angiostrongiliase abdominal. Esses parasitas podem ser encontrados em fezes de roedores que é o hospedeiro definitivo, e o caramujo africano se infecta ao ingerirem estas fezes dos roedores parasitados.
A contaminação para as pessoas pode ocorrer por meio do consumo direto do caramujo, do consumo de vegetais, frutas e hortaliças cruas mal higienizadas, ou pela manipulação inadequada dos caramujos vivos, pois os vermes podem ser encontrados no muco produzido pelo animal.
Mas não há motivo para pânico: basta tomar os cuidados necessários e lavar bem hortaliças e vegetais que serão consumidos in natura.
4. COMO PROCEDER NO CASO DE ENCONTRAR UM CARAMUJO AFRICANO NA RESIDÊNCIA?
• Coletar os caramujos em um saco plástico, protegendo as mãos com luvas ou sacolas plásticas;
• Quebrar a concha dos caramujos com o auxílio de um cabo de vassoura (ou outro objeto que achar mais adequado) para evitar que eles se proliferem;
• Acondicionar corretamente em saco plástico e colocar para coleta de lixo comum.
Outra maneira de eliminar os caramujos é colocá-los em um recipiente como balde ou bacia, e submersos em água + hipoclorito de sódio (água sanitária). A solução deve ser preparada com uma parte de hipoclorito de sódio (água sanitária) para três de água.
5. MEDIDAS DE CONTROLE
Após a catação se faz necessário ELIMINAR as condições ideais de habitat do molusco, que são:
i. Manter o terreno e quintais limpos sem acúmulo de lixo, entulhos, restos de madeiras, evitar o crescimento de mato e retirando periodicamente as folhas e frutos de árvores dos quintais de forma que não se acumulem no chão, o quintal sem mato, folhas e frutos faz com que baixe a umidade no solo e não tenha abrigo e alimento para o molusco, condições ideais de controle do caramujo;
ii. Após a retirada de folhas e frutos (mangas, goiabas e outras), se faz necessário a poda regular de árvores que necessitarem, de forma que os raios de sol incidam sobre o solo, mantendo o local menos úmido possível;
iii. Outra medida preventiva adotada é a pulverização de cal nas beiras dos muros onde o animal costuma aparecer, pois ao entrar em contato com a cal o molusco desidrata e queima;
iv. Vizinhos também devem fazer os mesmos procedimentos para que o controle realmente se torne efetivo;