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Preços da soja em alta: mercado brasileiro sustenta crescimento mesmo com produtividade ameaçada

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O mercado brasileiro de soja segue uma trajetória de estabilidade e crescimento nos preços, impulsionado por uma demanda robusta, particularmente das indústrias de processamento. Este cenário é fortalecido mesmo diante das preocupações com uma possível redução na produtividade da próxima safra devido às irregularidades pluviométricas, especialmente nas áreas agrícolas do Centro-Oeste.

Segundo informações coletadas por especialistas do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), as perspectivas para a safra 2023/24 indicam um certo desafio climático. As chuvas, que não seguem um padrão uniforme, podem impactar negativamente a quantidade e a qualidade dos grãos produzidos, o que, por consequência, tende a sustentar os preços em níveis elevados.

Recentemente, as cotações do óleo de soja também experimentaram um crescimento significativo, alcançando valores que não eram vistos desde abril do ano corrente. Pesquisadores do Cepea apontam que este aumento é resultado de uma maior procura pelo produto no mercado nacional e de expectativas otimistas quanto ao incremento das exportações, especialmente para a Índia. O país asiático, reconhecido como o maior importador mundial de óleo de soja, tem demonstrado interesse em ampliar as importações provenientes do Brasil.

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Este contexto coloca o Brasil em uma posição estratégica no mercado internacional, especialmente em um momento em que o comércio global busca diversificar suas fontes de importação e reforçar a segurança alimentar.

A tendência de alta nos preços da soja e seus derivados reflete a dinâmica complexa entre a oferta e a demanda global, onde fatores climáticos adversos no Brasil podem ter repercussões significativas nos mercados internacionais. Produtores, exportadores e indústrias esmagadoras acompanham atentamente as atualizações climáticas e de mercado, adaptando suas estratégias para garantir a sustentabilidade e a rentabilidade de suas operações.

A situação atual exige vigilância e adaptação por parte dos agricultores brasileiros, que já demonstram resiliência frente às variações climáticas e volatilidade do mercado. Enquanto isso, a demanda constante por parte das indústrias e o potencial de crescimento nas exportações para a Índia sinalizam um horizonte promissor para o óleo de soja nacional, reforçando a importância do Brasil como um dos líderes globais no agronegócio da soja.

Fonte: Pensar Agro

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Na semana da Páscoa, indústria de chocolate enfrenta crise histórica

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A Páscoa de 2025 chega em meio à maior crise já registrada no mercado global de cacau. Com a cotação da amêndoa batendo recordes históricos, a indústria do chocolate enfrenta um cenário crítico: falta de matéria-prima, custo em alta e risco de desabastecimento. O preço do cacau acumula uma disparada de 189% só neste início de ano, somado a picos que chegaram a 282% no mercado internacional ano passado, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria da Alimentação (Abia).

O impacto dessa escalada já se reflete diretamente no setor produtivo brasileiro. No primeiro trimestre de 2025, a indústria processadora nacional recebeu apenas 17.758 toneladas de cacau, volume 67,4% menor em relação ao trimestre anterior, de acordo com a Associação Nacional das Indústrias Processadoras de Cacau (AIPC). É um dos piores desempenhos dos últimos anos.

Sem matéria-prima suficiente no mercado interno, o Brasil aumentou as importações para tentar garantir o abastecimento, trazendo 19.491 toneladas de cacau de fora — alta de quase 30% em relação ao mesmo período de 2024. Mesmo assim, a conta não fecha. A indústria terminou o trimestre com um déficit de 14.886 toneladas, o que acende o sinal de alerta sobre a sustentabilidade do setor.

Embora os chocolates da Páscoa já estejam nas lojas desde fevereiro — resultado de compras antecipadas feitas pela indústria — os reflexos da crise serão sentidos ao longo do ano. A defasagem entre a produção nacional e o volume processado mostra que o Brasil voltou a depender fortemente do mercado externo, num momento em que a oferta mundial também está em colapso.

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Gana e Costa do Marfim, que concentram mais de 60% da produção global, enfrentam quebras de safra causadas por pragas, mudanças climáticas e envelhecimento das lavouras. A menor oferta mundial reduziu os estoques ao menor nível em décadas, pressionando ainda mais os preços e criando um efeito cascata sobre todos os elos da cadeia.

No Brasil, a situação também é crítica. A Bahia, que responde por dois terços do cacau nacional, entregou apenas 11.671 toneladas às indústrias no primeiro trimestre — retração de 73% frente aos últimos três meses de 2024. Técnicos apontam que o clima instável prejudicou o florescimento e agravou a incidência de doenças como a vassoura-de-bruxa, exigindo mais investimento em manejo e controle.

Apesar da queda drástica na produção, o produtor baiano tem sido parcialmente compensado pelo preço elevado da amêndoa, que supera R$ 23 mil a tonelada. O custo dos insumos, por outro lado, já não sobe no mesmo ritmo, o que ajuda a preservar a renda do campo. Ainda assim, a insegurança climática e o risco sanitário mantêm o setor em alerta.

Na tentativa de segurar os preços ao consumidor, a indústria brasileira está buscando alternativas, como mudanças nas formulações, cortes de gramatura e reformulação de produtos. Chocolates com maior teor de cacau — que dependem mais diretamente da amêndoa — devem ser os mais afetados. Já produtos de linha popular podem manter preços mais estáveis, ainda que com porções menores.

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Mesmo assim, o consumidor já percebe reajustes nas gôndolas. O ovo de Páscoa, símbolo do período, está até 20% mais caro em relação ao ano passado, e a tendência é de novos aumentos caso a crise se prolongue.

O atual desequilíbrio entre oferta e demanda reforça a urgência de investimentos em produtividade no Brasil. O país, que já foi o segundo maior produtor de cacau do mundo, hoje precisa importar amêndoa para manter sua indústria funcionando. Com lavouras envelhecidas, baixa produtividade média e forte dependência de condições climáticas, a cadeia brasileira está vulnerável.

Segundo a AIPC, é necessário acelerar a renovação de pomares, incentivar o uso de clones mais produtivos e resistentes, e ampliar o acesso a crédito para pequenos e médios produtores. Também cresce a demanda por políticas públicas que favoreçam a expansão da cacauicultura na Amazônia, no Espírito Santo e em novas fronteiras agrícolas.

Enquanto isso, o chocolate — produto culturalmente associado à celebração e ao prazer — pode se tornar um item mais raro e caro na mesa dos brasileiros. A crise do cacau já não é um problema futuro. Ela está acontecendo agora, e a Páscoa de 2025 é a prova mais amarga disso.

Fonte: Pensar Agro

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