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Commodities representaram 64,5% do valor total das exportações brasileiras em 2023

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De janeiro a setembro deste ano, as exportações brasileiras foram impulsionadas por oito commodities que desempenharam um papel crucial na balança comercial do país.

Durante esse período, as vendas de complexo de soja, petróleo bruto e óleos combustíveis, minério de ferro, complexo de carnes, açúcar, milho, celulose e café totalizaram aproximadamente R$ 821,9 bilhões, o que representa cerca de 64,5% do valor total das exportações, atingindo a marca de aproximadamente R$ 1,273 trilhão.

Esse percentual é ligeiramente superior ao registrado no mesmo período de 2022, quando representou 63,5%, e equivale a quase duas vezes e meia os 26,3% dos nove primeiros meses do ano 2000. Esses dados são fornecidos pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex).

A comparação com o mesmo período do ano anterior revela que o aumento na fatia dessas commodities nas exportações em 2023 se deve, em grande parte, ao aumento nas vendas para a China.

Entre janeiro e setembro, as exportações para o país asiático, predominantemente compostas por produtos básicos, cresceram 10,8%, totalizando aproximadamente R$ 388,966 bilhões. Como resultado, a participação das vendas destinadas à China alcançou 30,5%, superando os 27,5% registrados no mesmo período de 2022.

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Por outro lado, o valor das exportações totais teve uma leve queda de 0,1% no acumulado do ano até setembro. Durante esse período, as vendas para os Estados Unidos e para a União Europeia (UE) diminuíram 4,5% e 11,4%, respectivamente. A parcela das vendas para os EUA caiu de 11% para 10,5%, enquanto a da UE passou de 15,3% para 13,6%.

Nos últimos vinte anos, o destaque desses produtos na pauta de exportação brasileira pode ser explicado pela crescente demanda da China por bens produzidos eficientemente no Brasil, enquanto a indústria nacional enfrenta desafios crônicos de competitividade. “É a China na veia”, resumiu o economista Livio Ribeiro, sócio da BRCG Consultoria e pesquisador associado do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre).

O economista-chefe da MB Associados, Sérgio Vale, enfatizou que a alta produtividade no setor agrícola possibilitou atender à crescente demanda chinesa. Além disso, a Vale, privatizada, foi capaz de fornecer o minério de ferro que os chineses buscavam, destacando-se como um dos principais exemplos de sucesso nesse contexto. As exportações de petróleo bruto, também com a China como principal destino, e de óleos combustíveis, impulsionadas pelo forte aumento na produção da commodity, contribuíram para esse cenário.

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Um dos riscos da concentração da pauta exportadora em poucas commodities é o desempenho ficar sujeito às oscilações de preços desses produtos, que podem passar por flutuações expressivas.

O movimento, porém, reflete as vantagens comparativas do Brasil na produção desses bens, que são quase todos muito demandados justamente pela China, a segunda maior economia do mundo. Mesmo com o crescimento econômico mais moderado na China nos últimos anos, o país continua a ser o principal destino para a maioria dessas commodities, com ampla margem de liderança em várias delas.

Com infirmações do Valor Econômico

Fonte: Pensar Agro

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Produtores cobram ações contra invasões e pedem mais segurança

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Produtores rurais de todo o Brasil acompanharam com atenção a audiência pública realizada no Senado Federal nesta semana, que colocou em pauta um tema sensível e urgente para o setor: as invasões de propriedades rurais e a falta de segurança jurídica no campo.

O encontro, promovido pela Comissão de Agricultura e Reforma Agrária, contou com a presença do ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, e teve como foco o impacto das ocupações recentes, especialmente as mobilizações do chamado “Abril Vermelho”.

Durante a audiência, senadores da Frente Parlamentar da Agropecuária destacaram que o direito à propriedade precisa ser respeitado e garantido pelo Estado, como determina a Constituição. Segundo os parlamentares, o cenário atual preocupa produtores rurais que, mesmo com título da terra e anos de trabalho, vivem sob constante ameaça de invasões.

Além disso, foi questionada a criação de novos assentamentos sem a devida revisão e regularização dos já existentes. De acordo com dados apresentados no debate, hoje há mais de 200 mil lotes vagos em assentamentos pelo país e cerca de 17 milhões de hectares que estão ociosos.

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Outro dado citado aponta mais de meio milhão de beneficiários do programa de reforma agrária com indícios de irregularidades. A cobrança dos parlamentares foi clara: antes de ampliar o número de assentamentos, é preciso organizar e dar transparência ao que já existe.

Por outro lado, o governo apresentou ações voltadas para a agricultura familiar, como o aumento de recursos no Plano Safra 2023/2024 e a criação do programa Desenrola Rural, que visa renegociar dívidas de pequenos agricultores. Também foi anunciada a meta de inclusão de mais de 300 mil famílias no programa de reforma agrária, com foco na redução de conflitos no campo.

Mesmo assim, os senadores reforçaram que nenhuma política pública pode avançar se a segurança jurídica for deixada de lado. A preocupação com os impactos das invasões vai além da posse da terra. Há prejuízos diretos à produção, ao abastecimento e ao acesso ao crédito rural, além do desestímulo ao investimento no setor agropecuário.

Outro ponto sensível abordado foi a situação da região amazônica, que concentra milhares de assentamentos e enfrenta desafios logísticos e fundiários ainda maiores. Lá, produtores relatam dificuldades com a documentação da terra, acesso a crédito, infraestrutura e assistência técnica.

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A audiência pública trouxe à tona um sentimento comum entre os produtores: é preciso garantir o direito de produzir com segurança e respeito à lei. O campo quer apoio, quer regularização fundiária e políticas eficientes, mas exige, acima de tudo, que o Estado atue com firmeza para coibir ações ilegais que colocam em risco o trabalho de quem alimenta o país.

Fonte: Pensar Agro

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