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Novos ataques da Rússia a Odessa faz cotações agrícolas dispararem em todo o planeta

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O ataque da Rússia ao porto de Odessa, localizado no Mar Negro, além de ter resultado em danos significativos à infraestrutura portuária, provocou sérios impactos no mercado mundial de grãos.

O porto de Odessa, é de extrema importância para a economia ucraniana e para o mercado mundial de grãos. Sua destruição impacta severamente a capacidade da Ucrânia de escoar sua produção agrícola e pode resultar em uma escassez significativa de grãos nos mercados internacionais.

Antes do conflito a Ucrânia respondia por 14% do mercado mundial de milho e 9% do trigo. Por outro lado, a Rússia, líder na produção de trigo, detinha 19% desse mercado. A guerra, que teve início em fevereiro de 2022, já havia causado um aumento médio de 20% nos preços dos grãos, conforme relatório da Organização das Nações Unidas (ONU).

O novo ataque, segundo o governo ucraniano afetou especificamente áreas ligadas ao armazenamento e exportação de produtos como trigo, milho e cevada.

Segundo o ministro da Agricultura, Mikola Solski, 60 mil toneladas de grãos foram perdidos no terminal de Tchornomorsk. O presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, afirmou no Telegram que “terroristas russos alvejaram de forma deliberada a infraestrutura do acordo dos grãos”.

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Segundo ele, “cada míssil é um golpe não só para a Ucrânia, mas para todas as pessoas do mundo que buscam uma vida normal e segura”.

As Forças Armadas de Kiev disseram ter abatido 37 dos projeteis lançados contra a região, tradicionalmente menos defendida do que outras áreas do país em guerra, como a capital, justamente por causa do acordo que estava em vigor desde julho de 2022.

Suspensão do Acordo de Grãos – Na segunda-feira (17.07), como o Pensar Agro noticiou (clique na linha azul para rever), o Kremlin havia anunciado que deixaria o acerto, mediado pela ONU e pela Turquia, porque os termos do acordo paralelo que facilitaria a sua exportação de grãos e fertilizantes não teriam sido respeitados integralmente.

O secretário-geral da ONU, o português António Guterres, então declarou esse instrumento nulo. Sem a Rússia no acordo, os comboios de navios a serviço dos exportadores ucranianos perdem a garantia de que não serão atacados no corredor marítimo até o estreito de Bósforo, que liga o mar Negro ao Mediterrâneo, na Turquia.

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Zelenski chegou a dizer que poderia seguir a exportação com proteção militar turca, mas isso colocaria forças navais da Otan (aliança militar ocidental) e da Rússia em posição de eventual confronto direto.

Moscou já havia dito que poderia retomar o acordo de grãos caso suas demandas fossem satisfeitas, mas mudou o tom nesta quarta. A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores disse que as regras vigentes do acordo paralelo, sobre produtos russos, obrigam um aviso prévio de três meses em caso de cancelamento por parte da ONU.

Fonte: Pensar Agro

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Alta no preço global de alimentos acende alerta e cria oportunidades para o agro brasileiro

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O Índice de Preços de Alimentos da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) subiu em abril e atingiu a média de 128,3 pontos, uma alta de 1% em relação a março. A elevação foi puxada principalmente pelos preços dos cereais, carnes e lácteos, o que acende um sinal de atenção — e também de oportunidade — para o agronegócio brasileiro, especialmente para os produtores de soja, milho, arroz, carnes e leite.

Mesmo com a alta, o índice segue 19,9% abaixo do pico histórico registrado em março de 2022, mas ficou 7,6% acima do nível de abril do ano passado. O movimento indica uma retomada gradual da demanda global por alimentos, em um cenário de estoques apertados, conflitos geopolíticos e variações cambiais. Para o Brasil, que é um dos maiores exportadores mundiais de grãos e carnes, esse movimento pode significar mais competitividade e maior rentabilidade para o setor.

O subíndice de preços dos cereais avançou 1,2% em abril. O trigo subiu com a menor oferta da Rússia e o câmbio mais favorável para exportadores. Já o milho foi impulsionado pela redução de estoques nos Estados Unidos e pela suspensão temporária de tarifas por parte daquele país. O arroz também subiu 0,8% no mês.

Esse cenário pode beneficiar diretamente os produtores brasileiros, que vêm enfrentando custos altos de produção, mas agora podem encontrar margens melhores nas exportações, principalmente se o dólar continuar em patamar elevado. Goiás, Mato Grosso e Paraná, grandes produtores de milho e soja, podem se aproveitar do momento para ampliar vendas externas, principalmente para a Ásia.

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O preço médio dos óleos vegetais caiu 2,3% em abril, puxado pela queda do óleo de palma. Mas o óleo de soja, importante para o Brasil, continuou subindo, sustentado pela demanda aquecida no mercado internacional. Isso mantém a soja brasileira em posição estratégica, principalmente considerando a boa produção esperada em estados como Mato Grosso, Goiás e Paraná.

O subíndice de preços da carne subiu 3,2% em abril. A carne suína liderou o avanço, com a Europa ampliando compras após liberação sanitária da Alemanha. A bovina também ganhou fôlego com demanda estável e oferta global apertada. No Brasil, destaque para a carne de frango, cujos preços subiram por causa da forte demanda interna e menor ritmo de abates durante os feriados de Páscoa.

Para os pecuaristas e integrados da avicultura, os números são positivos: mostram uma retomada no mercado global, com espaço para ampliação das exportações brasileiras, especialmente para mercados como China, União Europeia e países árabes.

Os preços dos lácteos subiram 2,4% em abril e estão quase 23% acima do patamar de um ano atrás. A manteiga alcançou seu maior valor histórico, puxada pela alta demanda por gordura láctea e estoques reduzidos na Europa. Queijos e leite em pó também subiram, com destaque para o mercado da Oceania.

Esse movimento pode representar boas oportunidades para os produtores de leite brasileiros, desde que consigam superar os desafios internos de custo de produção e logística. A alta internacional pode ajudar a pressionar os preços pagos ao produtor no mercado interno.

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Na contramão dos outros alimentos, o açúcar caiu 3,5% em abril e está quase 11% abaixo do valor de um ano atrás. A razão é, em parte, o próprio Brasil: a produção acima do esperado na segunda quinzena de março e a desvalorização do real ajudaram a derrubar os preços internacionais.

Ainda assim, o setor sucroalcooleiro segue competitivo e os bons níveis de produção nas regiões Centro-Sul e Nordeste devem manter o Brasil como o maior exportador global. A menor cotação do petróleo também contribui para a queda do açúcar, já que reduz o incentivo para destinar mais cana para o etanol.

O que o produtor precisa saber:

  • O cenário internacional sinaliza uma recuperação da demanda por alimentos, com reflexos diretos nos preços.

  • Soja, milho, carnes e lácteos estão em alta e oferecem boas oportunidades de exportação.

  • A volatilidade do câmbio, os estoques globais e a política comercial de países importadores ainda podem trazer incertezas.

  • A queda no açúcar mostra que o Brasil tem peso no mercado global — tanto para subir quanto para derrubar preços.

A mensagem para o produtor rural é clara: o mundo está voltando a comprar mais alimentos, e o Brasil — especialmente seu agro — está no centro desse movimento. Quem estiver bem preparado, com planejamento, gestão eficiente e acesso a mercados, poderá aproveitar o bom momento para crescer.

Fonte: Pensar Agro

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