NOVA AURORA

PARANÁ

Base para a biodiversidade: rede de pesquisadores descobre mais de 230 espécies

Publicado em

Após três anos de trabalho, iniciado em maio de 2023, o Novo Arranjo de Pesquisa e Inovação (Napi) Taxonline reuniu 50 coleções biológicas das áreas da Botânica, Zoológica e Microbiológicas. As coleções biológicas são a base para qualquer estudo em biodiversidade e aplicação biotecnológica.

Também foram descritas mais de 230 espécies novas de grupos diversos como insetos, bactérias, fungos, plantas, anelídeos, ascídeas e peixes (que não eram conhecidas pela ciência).

Criado a partir da Rede Paranaense de Coleções Biológicas, o novo arranjo Taxonline reúne pesquisadores e representantes de 18 instituições federais, estaduais e municipais. O resultado dos trabalhos e as sugestões de continuidade foram apresentados no workshop realizado nesta quinta-feira (22) na Fundação Araucária, em Curitiba.

Desde 2019, a Fundação Araucária (FA), em parceria com a Superintendência Geral de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti), passou a incorporar a construção estrutural de Novos Arranjos de Pesquisa e Inovação – atualmente, já são mais de 35 NAPIs implantados ou em construção no Paraná.

O objetivo dos NAPIs é conduzir a produção de conhecimento de forma colaborativa pelos pesquisadores paranaenses e de outras regiões, incitados por demandas prioritárias de desenvolvimento de setores estratégicos para o Estado.

De acordo com a articuladora do Napi Taxonline e professora da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Luciane Marinoni, todas as pesquisas e descobertas constam em banco de dados de acesso livre à sociedade armazenado no site www.taxonline.bio.br. São mais de 1,2 milhão registros já liberados de todas as coleções.

Ela explica que as coleções biológicas estão em todos os setores. “As coleções e as informações que estão nelas contidas dão condições para definirmos, por exemplo, o que são espécies exóticas e as que são invasoras ou não. Aquelas que podem causar danos à agricultura, por exemplo, e a partir disso definir as espécies que podem ser utilizadas para controle biológico destas espécies consideradas exóticas”, ressalta a pesquisadora.

Também é possível observar as espécies que estão em extinção ou não, além monitorar e prever mudanças climáticas, quais são os grupos que estão sofrendo com essas mudanças e o motivo.

“Podemos prever o que vai acontecer se tivermos mais impacto na biodiversidade. Também podemos monitorar, por exemplo, bacias sedimentares para definir onde há óleo e gás para serem buscados e utilizados para a população. Na biotecnologia as coleções também têm informações genéticas que são importantíssimas para a produção de medicamentos, cosméticos, entre outros”, destaca Luciane.

Leia Também:  Comitiva chinesa conhece sistema de defesa sanitária e visita frigoríficos paranaenses

Segundo Cláudia Czarneski, coordenadora-geral de Ecossistemas e Biodiversidade da Secretaria de Políticas e Programas Estratégicos do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), os trabalhos produzidos por esse Napi têm ajudado a fortalecer o desenvolvimento de políticas públicas na área de coleções.

“A gente sabe da importância das coleções científicas como fonte de informação, em alguns casos a única fonte de informação da biodiversidade, e a gente apoiar coleções significa estamos apoiando a pesquisa e a inovação”, disse Cláudia.

O formato da iniciativa dos Novos Arranjos de Pesquisa e Inovação foi elogiado pela pró-reitora de Pesquisa e Pós-graduação da Universidade Estadual de Londrina (UEL) Silvia Meletti.

“É uma iniciativa que direciona recursos para a universidade e que possibilita um trabalho multidisciplinar e interinstitucional que favorece desde a pesquisa básica até a ação extensionista. Isso é fundamental para a produção da ciência e a ciência está em todas as áreas. O fomento à produção científica é um investimento que se reverte para a sociedade quase que automaticamente”, argumenta.

COMBATE À COVID-19 – Por meio dos microorganismos é possível definir o que são organismos com potencial para doenças e uma nova pandemia, por exemplo. “Na pandemia do coronavírus, se a gente tivesse mais conhecimento dos microorganismos depositados em coleções biológicas nós teríamos poupado muitas vidas e tempo para a descoberta de vacinas”, explica a pesquisadora Luciane Marinoni.

Um dos importantes resultados alcançados pelos pesquisadores do Napi foi obtido no trabalho realizado junto ao Projeto da Rede Nacional Covid e Esgoto do MCTI, que conta com a participação das empresas de tratamento de água.

Vânia Aparecida Vicente professora da UFPR e uma das articuladoras do Napi, explica que a equipe tem trabalhado na quantificação da carga viral em águas residuais.

“A ideia é identificar o vírus e termos uma correlação efetiva entre carga viral aparecendo no esgoto com o número de casos quantificados à frente, uma semana a 15 dias posteriormente. Com essa experiência da Rede foram surgindo outros projetos e a gente vem adotando o mesmo modelo para avaliar a circulação de outros agentes de características emergentes ou reemergentes e, consequentemente, conseguir monitorar a circulação desses agentes na população de maneira geral”, comenta.

Gustavo Possetti, gerente de Pesquisa e Inovação da Sanepar, reforçou que a Companhia é parceira da inciativa dos novos arranjos de pesquisa e inovação e ressaltou a importância da participação do Napi na Rede Nacional Covid e Esgoto.

“Este foi um dos projetos mais importantes da Sanepar quando tivemos que reagir em um momento de pandemia, extremamente difícil. E quando se olha para atividades essenciais se torna ainda mais desafiador. Os profissionais do Napi junto aos da Sanepar e à Rede Nacional trouxeram uma contribuição significativa com a produção do conhecimento científico e sua aplicação”, explica Possetti.

Leia Também:  Estado publica edital da duplicação de 12,8 km entre Guaratuba e Santa Catarina

“Especificamente na microbiologia, nós entendemos que a epidemiologia baseada no esgoto pode trazer informações importantes para diferentes aplicações. Ter estes bancos de dados devidamente atualizados e publicados para que possam ser utilizados para a melhoria de processos e para o estabelecimento de políticas públicas é essencial para o nosso trabalho”, afirmou o gerente da Sanepar.

A equipe do Napi Taxonline tem contado com a colaboração de toda a estrutura laboratorial da UFPR para o desenvolvimento das diferentes plataformas de sequenciamento, em particular o Centro de Coleções de Culturas Microbiológicas da Rede Paranaense (CMRP) disponibiliza laboratórios de nível de biossegurança adequado para o desenvolvimento de etapas metodológicas.

Os pesquisadores do Napi estão organizando os bancos de dados e de material biológico como o grande Banco de RNA Viral do qual estão trabalhando na elucidação através de sequenciamento das linhagens que circularam durante o período pandêmico avaliado desde 2020.

ICMS ECOLÓGICO – Muitos municípios que não contam com indústrias instaladas ou outras formas de arrecadação de recursos têm no ICMS Ecológico uma importante fonte de arrecadação. Um dos exemplos é o município de Mato Rico, que passou de uma arrecadação de R$ 600 mil para quase R$ 4 milhões com o ICMS Ecológico.

O ICMS Ecológico é um instrumento de política pública que trata do repasse de recursos financeiros às cidades que abrigam em seus territórios Unidades de Conservação ou mananciais para abastecimento de municípios vizinhos.

As coleções biológicas oferecem dados importantes para a conservação e ampliação de áreas de conservação.

“As Unidades de Conservação além de conservarem as plantas e animais, a biodiversidade como um todo, ainda têm a questão do ICMS Ecológico que é pago aos municípios que mantêm essas áreas, e isso acaba influenciando diretamente a comunidade”, explica Marcelo Galeazzi Caxambu, professor do Departamento de Biodiversidade e Conservação da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR).

Ele acrescenta que estas Unidades de Conservação, através do ICMS Ecológico, acabam aportando recurso para o município que é usado em saúde, educação, beneficiando diretamente a sociedade.

Fonte: Governo PR

COMENTE ABAIXO:
Advertisement

PARANÁ

Em 2024, Governo do Paraná investiu mais de R$ 250 milhões em segurança alimentar

Published

on

By

Segurança alimentar é uma prioridade no Paraná e a Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (Seab) tem investido em iniciativas sólidas para garantir o acesso à alimentação de qualidade, promover a geração de renda e fortalecer a agricultura familiar. Ela acontece por meio dos programas Compra Direta, Restaurantes Populares, Hortas Urbanas, entre outros.

Em 2024, o Estado reforçou seu compromisso em combater a insegurança alimentar com ações estratégicas e integradas que beneficiaram mais de 500 mil famílias em situação de vulnerabilidade com um investimento de mais de R$ 250 milhões do Estado, promovendo também a sustentabilidade alimentar.

Para isso o Estado se guia pelo Plano de Segurança Alimentar e Nutricional 2024-2027, recém-publicado, que é o resultado de um esforço conjunto da Câmara Governamental Intersetorial de Segurança Alimentar e Nutricional (Caisan-PR) e do Conselho Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea-PR).

A publicação do plano reafirma o compromisso e a busca do Governo do Estado com a promoção do Direito Humano à Alimentação Adequada (DHAA) e com a construção de um sistema agroalimentar mais sustentável, que valorize os circuitos curtos de comercialização e respeite os hábitos alimentares da população paranaense. Esse novo plano abrange 9 eixos, com seus respectivos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), além de 83 metas e 170 ações relacionadas.

COMPRA DIRETA – O programa que visa adquirir gêneros alimentícios de cooperativas ou associações da agricultura familiar, para entregar diretamente à rede socioassistencial do Estado, beneficiou cerca de mil entidades filantrópicas do Paraná, atendendo 358,6 mil pessoas com o recebimento de alimentos diversificados. Essa ação promoveu também a geração de renda para aproximadamente 20,4 mil agricultores familiares de 179 associações e cooperativas do Estado, totalizando um investimento de R$ 60 milhões.

Leia Também:  Governo do Estado amplia prazo de concurso para escolher mascote da Ponte de Guaratuba

Os contratos assinados em 2024 finalizam em fevereiro de 2025 e uma nova chamada pública, que prevê a contratação de R$ 70 milhões em gêneros da agricultura familiar, está em fase final de planejamento.

LEITE DAS CRIANÇAS (PLC) – O programa que busca combater a desnutrição infantil, fornecendo diariamente 1 litro de leite enriquecido com vitaminas A, D e ferro quelato para crianças de 6 a 36 meses pertencentes a famílias em situação de vulnerabilidade social, em 2024 distribuiu aproximadamente 36,5 milhões de litros de leite de 4,5 mil produtores nos 1.291 pontos de distribuição espalhados pelo Estado, atendendo cerca de 100 mil crianças e totalizando um investimento de R$ 166 milhões.

O PLC é um programa intersecretarial, que conta com a participação da Seab, secretarias de Estado da Educação, da Justiça e Cidadania (Seju), e da Saúde (Sesa), além do monitoramento e fiscalização do Conselho Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional do Paraná (Consea-PR).

PROGRAMA AQUISIÇÃO DE ALIMENTOS (PAA) – O programa federal compra alimentos produzidos pela agricultura familiar e destina às pessoas em situação de insegurança alimentar e nutricional e àquelas atendidas pela rede socioassistencial, pelos equipamentos públicos de segurança alimentar e nutricional e pela rede pública e filantrópica de ensino. Entre a execução mista (com o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome) e a direta (com a Seab), estão sendo beneficiados 1.666 agricultores de 162 municípios, com recursos na ordem de R$ 17,9 milhões. O grande destaque do ano foi a estreia do PAA Indígena, que beneficiou comunidades de 24 municípios com as maiores concentrações populacionais, totalizando R$ 1,5 milhão de investimento.

Leia Também:  Dia da Biodiversidade: união do Estado com universidades amplia cuidado com a fauna silvestre

RESTAURANTES POPULARES – Em 2024 o programa de restaurantes que oferecem refeições saudáveis e acessíveis para a população vulnerável formalizou 4 convênios para a construção e implantação de restaurantes populares nos municípios de Pato Branco, Cianorte, Campo Mourão e Quedas do Iguaçu. Os convênios totalizaram um investimento de R$ 21,5 milhões (Seab + municípios) e beneficiaram diretamente cerca de 5.500 pessoas.

HORTAS URBANAS, CENTRAIS PÚBLICAS E FEIRAS, COZINHAS E PANIFICADORAS – Em 2024 foram formalizados 22 convênios que beneficiaram diretamente a população de 11 regionais. Os convênios totalizaram um investimento de 3,6 milhões (Seab + municípios) e devem beneficiar diretamente 38.838 pessoas.

SISTEMA NACIONAL DE SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL – Atualmente o Paraná é o Estado com maior número de adesões em números absolutos ao Sisan, com 319 municípios, que correspondem a 24,5% do total de 1.301 adesões nacionais. A iniciativa possibilita que os municípios tenham acesso facilitado a recursos e políticas públicas nacionais, além de demonstrar o compromisso crescente com o combate à fome.

Fonte: Governo PR

COMENTE ABAIXO:
Continuar lendo

PARANÁ

POLÍCIA

ENTRETENIMENTO

ESPORTES

MAIS LIDAS DA SEMANA