O Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) é o maior repassador de recursos para projetos de inovação por meio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) de todo o Brasil. Essa linha do governo federal fomenta ciência, tecnologia e inovação. De acordo com um balanço apresentado em um encontro com parceiros do Inovacred, o BRDE captou e liberou para os três estados do Sul, de 2013 até de 2023, 43,4% do volume total operado em todo o País pelos agentes financeiros da Finep. Os 610 projetos totalizam R$ 901 milhões nesse período.
No Paraná, 215 projetos beneficiados com recursos do Finep, via BRDE, tiveram apoio de R$ 363 milhões. Esses recursos foram investidos em projetos de agronegócio sustentável, convênios com empresas, eficiência energética, energias limpas renováveis, gestão de resíduos e reciclagem, inovação e modernização, além de indústria e comércio sustentáveis. De 2019 a 2023 foram 76 contratos dessa linha, no valor total de R$ 248,4 milhões.
O presidente do BRDE, Wilson Bley Lipski, lembrou que há um ano a linha Finep Inovacred teve um novo enquadramento para empresas que atingem até R$ 300 milhões de faturamento anual, ampliando sua cobertura. “Ampliamos o crédito para médias e grandes empresas com esse perfil financeiro, possibilitando expandir recursos para projetos de inovação, que atuam nas áreas de geração de energia, softwares, nutrição especial e uma série de ações que promovem o desenvolvimento social e econômico da Região Sul”, disse.
Essas conexões acontecem por meio do macroprogarma Mais Inovação é BRDE, no qual o banco apoia projetos de inovação via Finep ou outras linhas. O objetivo é fortalecer parcerias e atuar de forma articulada e conjunta com entes públicos e privados responsáveis pela promoção do desenvolvimento científico, tecnológico e educacional da Região Sul.
Podem ser financiados desenvolvimento de novos produtos, processos ou serviços, bem como o aprimoramento dos já existentes; investimentos fixos na modernização das instalações de empresa inovadora; aquisição, no mercado interno, de softwares e serviços correlatos desenvolvidos no Brasil; gastos com matéria-prima e materiais de consumo, gastos com equipe e treinamentos, serviços de consultoria entre outros.
A SL Alimentos, de Mauá da Serra, na região Norte do Paraná, é um grande exemplo desse apoio. Ela firmou contrato com o BRDE por meio da linha Finep Inovacred, no valor de R$ 8,2 milhões, para o projeto de fabricação de substitutos Plant-Based para carne animal, orçado em R$ 10,3 mi. A empresa atua no fornecimento de ingredientes e produtos finais para os principais conglomerados alimentícios do mundo e é hoje um dos maiores moinhos de cereais integrais de toda a América Latina, além de liderar o segmento de aveia para a alimentação humana no Brasil.
Os recursos do financiamento para esse projeto serão destinados a ampliação da sua realidade produtiva, com a inauguração de uma moderna linha de fabricação de produtos finais análogos de carne, feitos com proteínas vegetais, como hambúrgueres, almôndegas, linguiças e carne moída. Assim como acontece em sua unidade destinada à produção de bebidas vegetais à base de aveia, o incremento fortalece a sua presença no mercado B2B.
“A SL vai atingir um novo nicho de mercado, o de produtos finais baseados em proteínas vegetais, enquanto a empresa parceira neste segmento vai aproveitar o nosso expertise industrial”, destaca o diretor de Pesquisa, Inovação e Sustentabilidade da SL, Thomaz Setti.
“Nesse esforço de substituição de produtos animais por produtos baseados em plantas, além de cumprir nossa missão de oferecer alimentos saudáveis, queremos contribuir para a segurança das gerações futuras, adicionando de forma firme e progressiva a sustentabilidade em todas as nossas estratégias. Afinal, integramos uma rede preocupada com o hoje, o amanhã e o futuro do planeta”, afirmou a CEO do grupo de empresas, Roberta Meneghel.
O processo chamado de carnes Plant-Based é criado a partir da proteína texturizada de feijão de origem nacional, em substituição gradativa às tradicionais proteínas de ervilha e soja, pelo método dry (maturação a seco em refrigeração monitorada para o preparado adequado).
Fonte: Governo PR