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Com aperto na fiscalização, aves silvestres são classe mais atendida no CAFS de Guarapuava

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A similaridade dos casos chamou a atenção de Pitanga, cidade da região central do Paraná. Em menos de uma semana, entre os dias 4 e 8 de maio e 8 de maio, uma coruja-do-diabo e uma coruja-orelhuda, ambas feridas, foram resgatas por técnicos do Instituto Água e Terra (IAT) e encaminhadas para internamento no Centro de Apoio à Fauna Silvestre (CAFS) de Guarapuava.

Ocorrência que reforça uma estatística cruel: dos 762 animais que deram entrada do complexo veterinário entre outubro de 2020 e maio deste ano, 538 eram aves – 70% do total. O IAT é responsável pelo gerenciamento dos CAFS no Estado. Em Guarapuava a estrutura funciona dentro da Universidade Estadual do Centro-Oeste do Paraná (Unicentro).

Para a médica veterinária do setor de Fauna do IAT, Tassia Mariane Merisio, são três os principais motivos que deram origem ao salto no número de aves resgatadas na região central do Estado: rigor na fiscalização com o aumento apreensão policial contra o tráfico de animais; entrega voluntária a partir da posse irregular do animal e sensibilização da população para denunciar irregularidades.

A predominância de aves no CAFS chamou a atenção da acadêmica de Ciências Biológicas da Unicentro, Cássia Carolina de Oliveira Leite. Ela elaborou o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) em torno do tema – tese apresentada e defendida com sucesso em março deste ano. De acordo com o trabalho, 804 aves que sofreram algum tipo de violência ou acidente foram encaminhadas ao CAFS de Guarapuava entre 2018 a 2022.

Dessas, aponta Cássia no TCC, 302 chegaram com algum comprometimento de saúde, sendo que 89% apresentaram ferimentos por projéteis, atropelamento, corte e fratura nas asas e em membros pélvicos e politraumatismo. Apenas no ano passado, 204 aves deram entrada no CAFS de Guarapuava, um aumento de 132% em relação a 2018 (88 casos), quando a bióloga começou a pesquisa.

“Há duas problemáticas: a primeira é que o ser humano, por vaidade, tira a ave do seu habitat natural. A segunda é que as aves são indicadoras de qualidade ambiental, além de dispersar sementes e ajudar a preservar o meio ambiente”, explicou Cássia.

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“Diversas espécies são muito visadas, seja pela beleza das penas ou pela beleza do canto, o que impacta diretamente no tráfico”, diz Tassia Mariane, veterinária do IAT. “Há casos, por exemplo, dos papagaios que despertam interesse pela habilidade de vocalizarem e por repetirem as nossas falas, isso é um chamariz para o crime”, afirma.

Coordenador do CAFS de Guarapuava, o professor Rodrigo Antônio Martins de Souza destacou que a parceria entre o CAFS e IAT, formalizada em 2021, também possibilitou ampliar o atendimento a animais de uma maneira geral, especialmente aves. “A partir do convênio, nós pudemos receber os animais que são resgatados para além do Batalhão da Polícia Ambiental-Força Verde, com participação do próprio IAT e também da população civil”, reforçou.

RISCO DE EXTINÇÃO – De acordo com o TCC de Cássia, sete espécies de aves classificadas com risco de extinção em nível nacional foram tratadas pelo CAFS: Tatuató Pintado (Accipiter poliogaster), Gavião-pombo-pequeno (Amadonastur lacernulatus), Papagaio-verdadeiro (Amazona aestiva), Papagaio-de-peito-roxo (Amazona vinacea), Araçari-banana (Pteroglossus bailloni), Ema (Rhea Americana) e Coruja-listrada (Strix hylophila).

Já em nível estadual as espécies que correm mais risco são: Tauató-pintado (Accipiter poliogaster), Papagaio-de-peito-roxo (Amazona vinacea), Araçari-banana (Pteroglossus bailloni), Murucututu (Pulsatrix perspicillata) e Ema (Rhea americana). “O comércio ilegal e tráfico de aves é uma atividade que existe há muito tempo no Brasil e precisa ser combatida. Os números reforçam isso”, afirma a bióloga.

PROTEÇÃO – Em 2022, cerca de 6,9 mil animais silvestres foram resgatados, atendidos ou destinados adequadamente pelos escritórios regionais do IAT, para os cinco Centros de Apoio aos Animais Silvestres (CAFS) e para o Centro de Triagem e Atendimento de Animais Silvestres (CETAS). No mesmo ano, o Estado regulamentou a responsabilidade para o atendimento de ocorrências envolvendo o tema nos perímetros urbanos e periurbanos, com a Resolução Conjunta Sedest/IAT nº 13/2022.

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Além da unidade de Guarapuava, existem a CAFS em Curitiba, cuja parceria funciona com a prefeitura; em Londrina, em parceria com a Universidade Estadual de Londrina (UEL); em Cascavel, com a Univel Centro Universitário, e em Maringá, com a Universidade Estadual de Maringá. Já o CETAS fica em Ponta Grossa, uma parceria com o Instituto Klimionte.

CRIME AMBIENTAL – Desde 2011 o Instituto Água e Terra passou a ser responsável por toda gestão e o controle da fauna silvestre em cativeiro, além de dar suporte para as ações de fiscalização, apreensão, reabilitação, monitoramento da fauna vitimada pelo comércio ilegal, tráfico, cativeiro irregular e de maus-tratos; assim como visa a conservação da fauna silvestre presente na região.

De acordo com a o artigo 29 da Lei de Crimes Ambientais (nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998), é proibido “matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente, ou em desacordo com a obtida”, com pena prevista de seis meses a um ano, além da multa.

COMO AJUDAR – Ao avistar animais machucados, ou vítimas de maus-tratos, tráfico ilegal ou cativeiro irregular, entrar em contato com a Ouvidoria do Instituto Água e Terra, ou com Batalhão de Polícia Ambiental Força Verde, da Polícia Militar do Paraná.

Se preferir, o cidadão pode ligar para o Disque Denúncia 181. Informe de forma objetiva e precisa a localização e o que aconteceu com o animal. Quanto mais detalhes sobre a ocorrência, melhor será a apuração dos fatos e mais rapidamente as equipes conseguem fazer o atendimento.

CONFIRA GRÁFICO

Aves IAT

Fonte: Governo PR

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Equipes comerciais da Sanepar farão atendimento em bairros de Ponta Grossa neste sábado

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A Sanepar fará neste sábado (12) uma nova força-tarefa para atendimento aos clientes em Ponta Grossa. Com postos de atendimento descentralizados em praças públicas localizadas nos bairros de Oficinas, Uvaranas, Jardim Carvalho, Nova Rússia, Ronda e Contorno, a Companhia estará à disposição da população, das 9h às 16h, para esclarecer dúvidas, solicitar serviços, atualizar os dados de cadastro e solicitar a inscrição no Programa Água Solidária.

O gerente Comercial da Sanepar na Região Sudeste, Valdinei Chimborski Lopes, explica que as equipes estarão em locais estratégicos para atendimento dos moradores. “Esta ação é uma forma de aproximar a Sanepar da população, que muitas vezes não dispõe de tempo para ir até a Central de Relacionamento da Sanepar em dias e horários comerciais, dando a oportunidade de ampliar o nosso atendimento e facilitar a vida do nosso cliente, repetindo a ação muito bem-sucedida que realizamos em março”, enfatiza.

Desde o fim de março, clientes de Ponta Grossa estão sendo beneficiados pela tarifa zerada. Esse processo irá até o próximo dia 17 de abril. A suspensão da cobrança é válida para clientes de todas as categorias. Os cortes por inadimplência também continuarão suspensos até maio. Orientações sobre estas e outras situações poderão ser esclarecidas pelas equipes comerciais nos bairros.

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Para a realização da força-tarefa de atendimento neste sábado, o efetivo comercial da Sanepar em Ponta Grossa está recebendo reforços de profissionais da empresa vindos das cidades de Curitiba, Londrina e Telêmaco Borba. Para o atendimento, é importante que os clientes estejam munidos da fatura de água (impressa ou digital), documentos pessoais e documento do imóvel.

ÁGUA SOLIDÁRIA – Para solicitar a inscrição no Programa Água Solidária, é necessária a apresentação da fatura, IPTU atual do imóvel, RG e CPF dos moradores ou certidão de nascimento para menores de 18 anos, Carteira de Trabalho e último contracheque e, para aposentados, o extrato do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) do último salário. Usuário cadastrado em algum benefício dos governos federal, estadual ou municipal deverá apresentar o último extrato contendo o valor recebido.

CANAIS OFICIAIS – Além da força-tarefa deste sábado, em caso de dúvidas, os atendimentos continuarão disponíveis pelos canais oficiais da Sanepar. Clientes de Ponta Grossa também contam com canais exclusivos: telefone 42 2102-4600 e o formulário disponível no site.

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Continuam disponíveis ainda os demais Canais Oficiais de Atendimento da Sanepar: telefone 0800 200 0115, pelo e-mail atendimentoaocliente@sanepar.com.br, WhatsApp (41) 99544-0115 e Aplicativo Sanepar Mobile.

Serviço:

Pontos especiais de atendimento no sábado (12/04), das 09 às 16 horas:

Oficinas – Praça Vila Cipa – Rua Thaumaturgo de Azevedo

Uvaranas – Próximo ao CRAS Jardim Paraíso – Rotatória João Pedro da Silva

Jardim Carvalho – Parque Monteiro Lobato – Rua João Shaia, frente ao 163

Nova Rússia – Praça do Terminal – Rua General Rondon, final da rua

Ronda – Praça Hulda Roedel – Rua República do Peru

Contorno – Praça do Jardim Canaã – Rua Nercindo Gonçalves Santos

Fonte: Governo PR

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