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Medidas de corte na Argentina evitam queda mais acentuada nos derivados de soja

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A queda farelo de soja em março foi de 3,6% frente a fevereiro. No mesmo período, o óleo de soja desvalorizou 6,6%.

 

O contrato de primeiro vencimento do farelo de soja em Chicago fechou com desvalorização no último mês após meses de alta. A queda em março foi de 3,6% frente a fevereiro, de acordo com as informações divulgadas no boletim de abril da Consultoria Agro do Itaú/BBA.

Nos primeiros dias de abril, o preço do farelo continuou em queda no mercado internacional, mas com ganhos após a divulgação do relatório do USDA onde o órgão reduziu sua estimativa de produção de soja da Argentina para 27 milhões de toneladas, menor valor em 23 anos.

Quanto à produção global de farelo, no último documento, o USDA reduziu somente a produção da Argentina, em dois milhões de toneladas, mantendo a relação estoque/uso em 6%.

De acordo com a Bolsa de Comércio de Rosário (BCR), a Argentina pode perder a posição de principal exportadora de farelo de soja para o Brasil no ciclo 2022/23. Segundo a bolsa, a estimativa de exportação argentina é de 20 milhões de toneladas do produto, abaixo dos níveis estimados pela bolsa para o Brasil (21 – 23 milhões de toneladas).

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Em linha, a Abiove aumentou a sua estimativa para a exportação de farelo de soja em 2023 de 20,7 para 21 milhões de toneladas, valor maior que o registrado em 2022.

Quanto ao óleo de soja, o preço no mercado internacional recuou pelo quarto mês consecutivo. O contrato de primeiro vencimento na bolsa de Chicago desvalorizou em 6,6% se comparado aos meses de fevereiro e março. A maior oferta de outros óleos vegetais no mercado global, devido ao aumento da oferta de óleo de palma, pode ter pressionado os preços externos do derivado da soja.

Ainda no mercado internacional, o USDA estima que as importações globais de óleo de soja totalizem 10,29 milhões de toneladas em 2022/23, menor valor desde 2017/18.

Mesmo com os baixos preços externos, o escoamento do óleo brasileiro foi de 654 mil toneladas no primeiro trimestre do ano.

Ainda assim, nos próximos meses, o consumo de óleo no mercado interno deve aumentar por conta da maior demanda para a produção de biodiesel, dado o aumento da mistura obrigatória para 12% a partir de abril/23.

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Fonte: Consultoria Agro do Itaú/BBA

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AGRONEGÓCIO

Ponte desaba e expõe gargalos logísticos para o escoamento da safra

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O desabamento da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, no último domingo (22.12), trouxe à tona os problemas crônicos da infraestrutura logística brasileira. A estrutura, que conectava os municípios de Estreito (MA) e Aguiarnópolis (TO), desmoronou sobre o rio Tocantins, provocando uma tragédia com uma morte confirmada e pelo menos 14 pessoas desaparecidas. Caminhões que transportavam ácido sulfúrico e herbicidas também caíram no rio, levando as prefeituras a emitirem alertas sobre contaminação da água.

O acidente ocorre em um momento crítico para o agronegócio nacional. O Brasil deve alcançar uma safra recorde de 322,53 milhões de toneladas de grãos em 2024/25, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Este aumento de 8,2% em relação à safra anterior reflete o crescimento da produção de soja e milho, mas evidencia os desafios logísticos de um setor cada vez mais pressionado por gargalos estruturais.

A ponte Juscelino Kubitschek estava localizada na região do Matopiba, uma das áreas de maior crescimento do agronegócio no Brasil, englobando os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. Nos últimos dez anos, a produção de grãos na região aumentou 92%, saltando de 18 milhões de toneladas em 2013/14 para 35 milhões em 2024.

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Essa expansão, no entanto, tem sobrecarregado a infraestrutura local. O intenso tráfego de cargas pesadas, principalmente de fertilizantes e grãos, contribuiu para o desgaste da ponte, que já apresentava rachaduras e denúncias de negligência na manutenção.

Além de afetar a segurança da população, o desabamento representa um entrave significativo ao escoamento da safra. Os portos do Arco Norte, responsáveis por 35,1% das exportações de grãos em outubro de 2024, são fundamentais para o agronegócio brasileiro. A interdição da ponte pode impactar negativamente a logística de transporte para esses portos, aumentando custos e atrasos.

O transporte de fertilizantes também está em alta, com as importações alcançando 4,9 milhões de toneladas em outubro, um crescimento de 5,9% em relação ao mês anterior. Essa demanda reforça a necessidade de investimentos em infraestrutura para evitar colapsos como o ocorrido no rio Tocantins.

Entidades do agronegócio, como a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), destacam que episódios como este evidenciam a urgência de investimentos em infraestrutura. “O crescimento do agronegócio brasileiro depende diretamente de uma logística eficiente. A tragédia no rio Tocantins é um alerta para a necessidade de modernização das rotas de transporte e manutenção das estruturas existentes”, afirma a CNA em nota.

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O Ministério dos Transportes já anunciou a abertura de uma sindicância para investigar o desabamento e prometeu reconstruir a ponte em 2025. Enquanto isso, o setor agropecuário pede soluções imediatas, como rotas alternativas e a implementação de medidas para mitigar os impactos sobre a logística da safra.

Embora críticas à expansão do agronegócio tenham ganhado destaque após o acidente, é crucial equilibrar o debate. O setor é um pilar da economia nacional, responsável por 25% do PIB e por grande parte das exportações brasileiras. Investir em infraestrutura adequada e eficiente não é apenas uma questão de atender às demandas do agronegócio, mas de assegurar que o crescimento econômico venha acompanhado de segurança, sustentabilidade e benefícios para toda a sociedade.

O desafio agora é transformar essa tragédia em um ponto de virada, priorizando investimentos estratégicos que garantam a competitividade do agronegócio no mercado global, sem negligenciar a segurança das comunidades locais e a preservação ambiental.

Fonte: Pensar Agro

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