NOVA AURORA

PARANÁ

Encontro em Londrina formaliza rede de pesquisa que vai combater enfezamento do milho

Publicado em

Representantes de entidades que se dedicam à pesquisa agropecuária estão reunidos em Londrina para formalizar e discutir detalhes de uma rede de parceiros com o objetivo de realizar estudos sobre o complexo do enfezamento do milho – doença que envolve a cigarrinha-do-milho, transmissora de vírus, e bactérias que podem reduzir drasticamente a produção. O encontro começou nesta quarta (26), na sede do IDR-Paraná (Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – Iapar-Emater), e prossegue nesta quinta (27).

Além do IDR-Paraná, estão envolvidas na iniciativa a Adapar (Agência de Defesa Agropecuária do Paraná), as universidades estaduais de Londrina (UEL), do Norte do Paraná (UENP), de Ponta Grossa (UEPG), do Centro-Oeste (Unicentro), Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), UniCesumar, Embrapa Milho e Sorgo, Embrapa Cerrados e as cooperativas Coamo, Cocamar, Copacol e Integrada.

“Nosso objetivo é integrar os parceiros e financiadores da rede, estabelecer as estratégias de integração e, também, mecanismos para divulgar os resultados das pesquisas que serão realizadas para a comunidade acadêmica e, principalmente, para os produtores”, afirmou a diretora de pesquisa e inovação do IDR-Paraná, Vania Moda Cirino.

O secretário de Agricultura e Abastecimento, Norberto Ortigara, disse que o enfezamento é um novo problema e a estratégia tecnológica está para ser desenvolvida para que se aprenda a conviver e superá-lo. “Buscar cultivares tolerantes ou, no mínimo, encontrar o melhor manejo”, afirmou Ortigara, em participação do encontro por videoconferência.

O projeto cooperativo se dá no âmbito da Rede Paranaense da Agropesquisa e Formação Aplicada, criada pela Secretaria de Agricultura e do Abastecimento e a Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti) com o objetivo de estruturar redes de inteligência e fomentar o trabalho compartilhado de pesquisa agropecuária no Paraná.

A cooperação envolve doze projetos de pesquisa agronômica, abrangendo a avaliação – no campo e em ambiente controlado – da tolerância de cultivares de milho disponíveis no mercado, o monitoramento de populações de cigarrinha-do-milho e, ainda, o seu controle com inseticidas sintéticos e biológicos.

Leia Também:  Paraná representa 39% dos R$ 2 bilhões contratados pelo BRDE de janeiro a abril

Também por videoconferência, o secretário de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Aldo Nelson Bona, destacou a importância de utilizar a estratégia de colaboração entre instituições. “Tudo o que temos de bom em termos de ativos tecnológicos deve estar cada vez mais conectado com as demandas da sociedade. Nessa parceria, governo, academia e sociedade se articulam para resolver os problemas do cotidiano por meio do conhecimento”, disse.

O investimento previsto nesta iniciativa é de R$ 3,8 milhões, recurso proveniente do Governo do Estado, por meio da Fundação Araucária — entidade de apoio ao desenvolvimento científico e tecnológico vinculada à Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná; e do Senar-PR (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural). A duração dos projetos é de três anos.

PROBLEMA – A doença envolve um inseto, a cigarrinha-do-milho (Dalbulus maidis), que transmite o vírus da risca e as bactérias fitoplasma e espiroplasma, também conhecidas como molicutes. Por isso, os técnicos a denominam “complexo” do enfezamento. A cigarrinha se contamina ao sugar a seiva de plantas infectadas e transmite os patógenos quando se alimenta novamente em lavouras sadias. Ela pode voar em um raio de 30 quilômetros, mas, transportada por correntes de ar, pode alcançar distâncias maiores.

A infecção das plantas ocorre no período que vai da emergência até cerca de 35 dias, embora os sintomas, que são manchas vermelhas ou amarelas nas bordas das folhas ou em formato de riscas (que revela a presença do vírus) e pouco desenvolvimento, se manifestem com a lavoura já em fase de pendoamento e formação de grãos.

Ivan Bordin, pesquisador do IDR-Paraná responsável pela coordenação do trabalho cooperativo, explica que a estimativa de perdas causadas exclusivamente pela doença é uma tarefa complexa. “Há outras doenças e a questão climática envolvida. Mas, na última safra, observamos casos de produtores que utilizaram cultivares altamente suscetíveis semeadas em época desfavorável que perderam 100% da colheita”, apontou.

Leia Também:  Com agentes retraídos, ritmo de negócios do milho é lento

O complexo do enfezamento foi primeiramente detectado no Oeste do Paraná há cerca de 20 anos, em ocorrências esporádicas e localizadas. A partir de 2017 começaram a aumentar os relatos de sua presença nas lavouras.

Na safra 2019-2020, extensionistas e técnicos da Adapar realizaram coletas de plantas, cigarrinhas e tigueras (plantas remanescentes de safra anterior) em diferentes regiões produtoras do Estado, e o IDR-Paraná confirmou a presença do vírus da risca e das bactérias fitoplasma e espiroplasma.

RECOMENDAÇÕES – Até o momento, as principais recomendações para lidar com a doença são o uso de cultivares tolerantes e vistorias constantes no período que vai da emergência das plantas até o estágio de oito folhas, com o objetivo de avaliar a presença da cigarrinha e a necessidade de seu controle com inseticidas químicos ou biológicos.

Também se recomenda o uso de sementes tratadas e a semeadura simultânea em uma mesma região para evitar a chamada “ponte verde”, que é a existência de lavouras em diferentes etapas de desenvolvimento e, com isso, oferta de alimentos e estímulo à migração das cigarrinhas e ao reinício do ciclo de contaminação de cultivos. A eliminação de tigueras (ou plantas guaxas) do terreno é importante para interromper o ciclo da cigarrinha e dos patógenos.

PRESENÇAS – Participam do encontro, pelo IDR-Paraná, Rafael Fuentes Llanillo (diretor de Integração), Altair Sebastião Dorigo (diretor de Negócios) e Cristovon Videira Ripol (gerente regional em Londrina); Luiz Márcio Spinosa, diretor de Ciência, Tecnologia e Inovação da Fundação Araucária; e Débora Grimm, diretora técnica do Senar-PR, além de pesquisadores e representantes de todas as entidades envolvidas na nova rede de pesquisas.

Fonte: Governo PR

COMENTE ABAIXO:
Advertisement

PARANÁ

Ganhando o Mundo: últimos intercambistas começam a chegar com mala cheia de experiências

Published

on

By

O Natal será com a família reunida e com diversas histórias para compartilhar para 27 alunos que voltaram do intercâmbio nos Estados Unidos nesta segunda-feira (23), dentro do programa Ganhando o Mundo. Eles desembarcaram no Aeroporto Internacional Afonso Pena, em São José dos Pinhais, na Grande Curitiba, onde foram recebidos com muita emoção por pais e familiares depois de quatro meses estudando na América do Norte. Outros alunos devem chegar em janeiro.

Foram mil estudantes de escolas públicas paranaenses que tiveram a oportunidade de realizar um intercâmbio com as despesas pagas pelo Governo do Estado, após uma seleção que envolveu mais de 12 mil candidatos. A edição de 2025 será ainda maior e levará 1,2 mil alunos para cinco países de língua inglesa (Austrália, Canadá, Irlanda, Nova Zelândia e Reino Unido). Durante seis meses, os jovens farão curso equivalente ao Ensino Médio no Brasil.

O chefe do Departamento de Intercâmbios da Secretaria de Estado da Educação (Seed), Marlon de Campos, destacou que a edição do Ganhando o Mundo deste ano foi um sucesso. “Todo o processo está sendo incrível. Foi o primeiro ano que nós tivemos mil alunos viajando, 950 deles já retornaram no primeiro semestre, e agora o restante está voltando”, ressaltou.

“Eles voltam com uma cabeça completamente mudada, muito mais atenciosos com a sua família, com a sua escola, com o seu espaço. Quando eles viajam e experienciam uma oportunidade tão diferente, não só da língua, mas também cultural e acadêmica, eles ampliam os seus horizontes e isso faz com que se tornem líderes”, acrescentou.

EXPERIÊNCIA DE VIDA — Entre as intercambistas que chegaram nesta segunda-feira está Isabella Parra Hass, de 16 anos, estudante do Colégio Estadual Rio Branco, em Rio Branco do Ivaí, no Norte do Estado. Para ela, a principal conquista com o intercâmbio foi tornar-se uma pessoa mais independente. “Foi uma das melhores experiências da minha vida. Vivi coisas que eu nunca imaginaria viver, conheci pessoas incríveis e me tornei uma pessoa tão madura, independente, que eu nunca imaginei que eu conseguiria”, explicou.

Ela conta que pôde vivenciar a cultura americana na prática. “Fui líder de torcida e também gerente do time de basquete feminino. Foi muito legal vivenciar a cultura deles, do esporte, mas mais do que isso, saber que você consegue fazer algo quando realmente se quer muito. Uma oportunidade incrível que nunca imaginei que poderia ter e que graças ao Ganhando o Mundo consegui realizar um dos meus maiores sonhos”, disse, com os olhos ainda com lágrimas após encontrar os pais.

Leia Também:  Fim de semana tem Beach Tennis e vivências inclusivas do paradesporto no Litoral

A família viajou cerca de 350 quilômetros para receber a filha, pouco para uma distância que já foi continental. “A gente viveu junto esse intercâmbio. Ela lá e eu acompanhando daqui, nos falando todos os dias, dando força nas horas das dificuldades e sorrindo, acreditando que tudo ia dar certo”, afirmou Maria Inez Parra Hass, mãe de Isabella.

“Agradeço ao Governo do Estado por esse intercâmbio, por esse projeto. Ela gostou muito da escola, construiu muitas amizades, foi muito bem recebida pela família e agora esse presente de Natal que estamos está recebendo com a chegada dela”.

Para Pedro Moreira Silva, 16 anos, do Colégio Estadual Arcângelo Nandi, de Santa Terezinha de Itaipu, no Oeste, o que mais lhe chamou sua atenção foi a cultura do esporte nos colégios americanos. “Eu não teria oportunidade de fazer um intercâmbio se não fosse por esse programa, para estudar numa verdadeira high school. Uma das coisas mais legais foi o esporte que pratiquei, participando do time de futebol americano, que foi incrível, e um pouco de wrestling”, ressaltou.

Outro destaque foi o aprimoramento da língua. “O meu inglês melhorou muito, o que vai me ajudar a ter um bom emprego. Fora isso, aprendi coisas novas, como comidas típicas de lá e que vou cozinhar para a minha família, além da neve, porque lá é bem gelado”, disse.

A mãe de Pedro, Katyussa Maiara Moreira, contava os minutos para chegada do filho, acompanhada do marido e da filha mais nova. “Começa a bater aquela ansiedade. A gente fala que não vai ficar nervosa, mas não tem como. É um orgulho como mãe saber que ele conquistou isso, que chegou onde chegou e só tenho muito a agradecer a Deus e ao Governo do Estado”, salientou.

“Ele se desenvolveu muito bem. No começo foi difícil, mas todo dia conversava com ele pelo WhatsApp, então estava longe, mas perto ao mesmo tempo. E agora ter ele aqui junto no Natal, poder passar o Ano-Novo era uma coisa que a gente queria muito”, celebrou o pai, Rodimar Silva.

Quem também vai ter muita história para contar é Amanda Samiria, de 16 anos, do Colégio Estadual Joaquim de Oliveira Franco, de Mandirituba, na Região Metropolitana de Curitiba. Ela foi recebida pelos pais e amigos no saguão do aeroporto. “Ao mesmo tempo que apertava o coração, eu sabia que aquilo ia ser para o meu bem. Toda a independência, maturidade e responsabilidade que eu ganhei com esse programa foi incrível, uma oportunidade de estar vivendo em um outro país, de morar com uma outra família, com uma cultura totalmente diferente da minha”, comentou.

Leia Também:  Hemepar promove encontro anual para discutir avanços e o planejamento de ações

“Ao mesmo tempo que o coração está apertado por eu ter deixado minha segunda família lá nos Estados Unidos, também está muito alegre de reencontrar todo mundo, de ver o quanto eu sou amada aqui e o quanto tudo valeu a pena. Já tenho planos para compartilhar tudo o que eu aprendi, que eu não vou deixar só para mim, mas sim dividir com os outros, contar como foi a minha experiência para inspirar outras pessoas a também participarem”, acrescentou.

GANHANDO O MUNDO – Iniciado como projeto-piloto em 2022, o Ganhando o Mundo levou 100 estudantes para o Canadá, na América do Norte, naquele ano. Na segunda edição, outros 100 alunos tiveram a experiência de conhecerem uma outra cultura, desta vez com destino a Nova Zelândia, na Oceania.

Em 2023, o programa passou a incluir professores, com 96 docentes enviados para o Canadá e a Finlândia, países referências em educação. No mesmo ano, mais 40 alunos estudaram por um semestre letivo na França. Já em 2024, o número de intercambistas cresceu dez vezes, chegando a mil alunos que viajaram para países de língua inglesa, como Canadá, Nova Zelândia, Inglaterra, Austrália e Estados Unidos. Além disso, 100 diretores de colégios estaduais embarcaram no meio do ano para um intercâmbio de duas semanas no Chile.

A próxima edição, em 2025, será ainda maior. Mais de 1,2 mil alunos da rede estadual terão como destino cinco países de língua inglesa (Austrália, Canadá, Irlanda, Nova Zelândia e Reino Unido). Durante seis meses, os jovens farão curso equivalente ao Ensino Médio no Brasil.

Também em 2025 acontecerá a primeira edição do programa voltada aos alunos de 1ª série dos cursos técnicos em agropecuária, agrícola, florestal, operações de máquinas florestais e agronegócio, matriculados nos centros de educação profissional. Cem estudantes vão para Iowa, nos Estados Unidos, estado líder em tecnologia agrícola e coração do corn belt (cinturão agrícola forte em produção de milho e um dos principais pólos agrícolas do mundo).

Fonte: Governo PR

COMENTE ABAIXO:
Continuar lendo

PARANÁ

POLÍCIA

ENTRETENIMENTO

ESPORTES

MAIS LIDAS DA SEMANA