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Lição de vida: professora da rede estadual enfrenta câncer de mama e dá aula de coragem

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“A coisa é séria, mas mês que vem eu estou de volta”. Foi dessa forma que Elizete Regina Burigo, 53, deu aos colegas do Núcleo Regional de Educação de Paranaguá a notícia de que estava com câncer de mama. Era julho de 2022 e, poucas horas depois de receber o diagnóstico, mal sentia o chão sob os pés tamanho o impacto da notícia dada pelo mastologista.

Hoje, passados oito meses do tratamento contra a neoplasia, Elizete se considera uma guerreira por vencer a doença e afirma que a luta valeu a pena. Agora, está preparada para dar quantas lições de coragem os alunos pedirem.

Na última reportagem da série do Mês da Mulher, a Secretaria de Estado da Educação e a Agência Estadual de Notícias contam mais uma história de força e superação, provando que, para além das dinâmicas em sala de aula, as mulheres que atuam na rede estadual dão também exemplos de coragem, determinação e perseverança.

Elizete atua na rede estadual há mais de duas décadas. No início de 2022, com pouco mais de três anos à frente da equipe pedagógica do Núcleo Regional de Paranaguá, vivia, segundo ela própria, um dos melhores momentos da vida. Compunha a equipe do programa “Presente na Escola”, que combate a evasão escolar nas instituições de ensino estaduais e tem o desafio de aumentar a frequência dos alunos em sala de aula.

“Como em todas as escolas, depois do período pandêmico a evasão de alunos despontou como um grande desafio para as entidades administrativas estudantis. A partir do intenso trabalho que desempenhamos por meio do NRE, nos primeiros oito meses depois da flexibilização do isolamento alcançamos um aumento de 15% na frequência às aulas nas escolas do Litoral. Tudo estava voltando aos eixos”, lembra.

A vida pessoal corria ainda melhor. “Minha filha mais nova tinha acabado de se casar e a ocasião foi celebrada com muita alegria por toda a família. Eu estava radiante. Até que, uma semana depois, meu filho mais velho anunciou a gestação da minha primeira neta. Era só felicidade”, afirma.

Poucas semanas depois, porém, o diagnóstico inesperado impactaria profundamente a saúde emocional de Elizete. “Meus colegas do Núcleo Regional de Educação de Paranaguá comentavam que eu estava magra demais. Quase todo o dia alguém vinha perguntar se estava tudo bem com a minha saúde. Decidi fazer o check-up e, durante a ecografia, a enfermeira identificou um nódulo grande. Poucos dias depois, num exame mais aprofundado, o mastologista confirmou que era mesmo câncer”, conta.

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Sozinha e receosa, Elizete conta que não se recorda de como retornou ao NRE de Paranaguá após a notícia. “Assim como todos os pacientes que são pegos de surpresa, na hora, eu fiquei no chão. Foi difícil para todo mundo. Lembro de chegar no Núcleo e dizer que eu precisaria de alguns dias, o que prova que eu não tinha ideia do tempo que levaria o tratamento”, lembra a professora, que contou com apoio total dos colegas para agendar exames em Curitiba e também para dar a notícia à família.

RECUPERAÇÃO – Depois da notícia, o que mais ela temia era a quimioterapia. “Quando os médicos disseram que eu teria que recorrer ao tratamento químico, foi um novo choque”, afirma. Após as primeiras sessões do tratamento, no entanto, Elizete percebeu que – apesar dos efeitos colaterais – ânimo e positividade não lhe faltavam.

“Eu não me sentia doente. Não tive medo de morrer. Vi que era possível viver a vida, apesar do tratamento. No entanto, algo ainda me amedrontava: a hora que meu cabelo começasse a cair”, conta.

Com o passar das sessões, Elizete tirou de letra o inevitável efeito colateral. “Depois de sofrer com a ideia de perder o cabelo, achei que raspar seria mesmo a melhor escolha. Encontrei forças e, de alguma forma, me convenci de que tudo aquilo iria passar”, comenta.

O processo foi longo, porém repleto de aprendizado. Segundo Elizete, a ansiedade inicial em apressar o processo foi substituída por doses diárias de esperança e paciência. “Eu via casos de mulheres que seguiam com a rotina de trabalho em pleno tratamento. São histórias admiráveis e relutei muito em me afastar do trabalho. Para mim, no entanto, essa foi a melhor decisão. Cada caso é um caso e, no meu, descansar e focar na recuperação foi importante”, diz.

Comuns entre pacientes de câncer, picos de pânico e depressão representam uma das partes mais difíceis no enfrentamento à doença. Segundo dados publicados pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca), cerca de 31% dos pacientes diagnosticados sofrem com transtornos depressivos associados ao quadro. Com Elizete não foi diferente.

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Mas ela afirma que recordar a trajetória profissional e pensar na neta recém-nascida foram o combustível de que precisava para persistir. “Todos os dias eu pensava em voltar ao trabalho. Ser educadora é fazer parte da história do aprendizado e da vida dos alunos. É a partir da sala de aula e do processo educacional que o estudante decide os rumos da vida e, para mim, integrar este processo é uma vocação. E minha missão não tinha acabado. Pensar nisso e na minha vida como avó foi o que me impulsionou a seguir em frente”, revela. 

Hoje, faltando pouco para o fim do tratamento, Elizete comemora. O quadro está limpo para uma nova história. Praticamente livre da rotina de quimioterapias e remédios fortes, a professora incentiva as mulheres a ficarem atentas à saúde. “Muita gente pensa que o câncer de mama só atinge mulheres mais velhas ou com antecedentes genéticos. Na verdade, a doença atinge mulheres de todas as idades, sendo apenas 5% dos casos decorrentes do fator genético”, alerta.

Neoplasia mais comum entre mulheres em todo o mundo, o câncer de mama acomete milhares de pessoas anualmente. Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), estima-se mais de 57 mil novos registros da doença a cada ano no Brasil. Segundo o instituto, mulheres a partir dos 50 anos são mais propensas a desenvolver a doença, porém isso tem mudado. Na última década o número de mulheres com menos de 35 anos acometidas pela neoplasia aumentou significativamente, representando cerca de 5% do total de novos casos.

“É importante cuidar da saúde sempre. E se a doença chegar, é preciso pensar que o tratamento passa, a vida continua e, no final, saímos melhores depois da tempestade”, finaliza. 

No fim das contas, depois das duas tempestades seguidas (pandemia e câncer), ela se sente preparada para voltar, assim como aqueles alunos que eventualmente deixaram os estudos. Nessa improvável prova de vida, sua nota foi 10.

Fonte: Governo PR

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Em 2024, Governo do Paraná investiu mais de R$ 250 milhões em segurança alimentar

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Segurança alimentar é uma prioridade no Paraná e a Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (Seab) tem investido em iniciativas sólidas para garantir o acesso à alimentação de qualidade, promover a geração de renda e fortalecer a agricultura familiar. Ela acontece por meio dos programas Compra Direta, Restaurantes Populares, Hortas Urbanas, entre outros.

Em 2024, o Estado reforçou seu compromisso em combater a insegurança alimentar com ações estratégicas e integradas que beneficiaram mais de 500 mil famílias em situação de vulnerabilidade com um investimento de mais de R$ 250 milhões do Estado, promovendo também a sustentabilidade alimentar.

Para isso o Estado se guia pelo Plano de Segurança Alimentar e Nutricional 2024-2027, recém-publicado, que é o resultado de um esforço conjunto da Câmara Governamental Intersetorial de Segurança Alimentar e Nutricional (Caisan-PR) e do Conselho Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea-PR).

A publicação do plano reafirma o compromisso e a busca do Governo do Estado com a promoção do Direito Humano à Alimentação Adequada (DHAA) e com a construção de um sistema agroalimentar mais sustentável, que valorize os circuitos curtos de comercialização e respeite os hábitos alimentares da população paranaense. Esse novo plano abrange 9 eixos, com seus respectivos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), além de 83 metas e 170 ações relacionadas.

COMPRA DIRETA – O programa que visa adquirir gêneros alimentícios de cooperativas ou associações da agricultura familiar, para entregar diretamente à rede socioassistencial do Estado, beneficiou cerca de mil entidades filantrópicas do Paraná, atendendo 358,6 mil pessoas com o recebimento de alimentos diversificados. Essa ação promoveu também a geração de renda para aproximadamente 20,4 mil agricultores familiares de 179 associações e cooperativas do Estado, totalizando um investimento de R$ 60 milhões.

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Os contratos assinados em 2024 finalizam em fevereiro de 2025 e uma nova chamada pública, que prevê a contratação de R$ 70 milhões em gêneros da agricultura familiar, está em fase final de planejamento.

LEITE DAS CRIANÇAS (PLC) – O programa que busca combater a desnutrição infantil, fornecendo diariamente 1 litro de leite enriquecido com vitaminas A, D e ferro quelato para crianças de 6 a 36 meses pertencentes a famílias em situação de vulnerabilidade social, em 2024 distribuiu aproximadamente 36,5 milhões de litros de leite de 4,5 mil produtores nos 1.291 pontos de distribuição espalhados pelo Estado, atendendo cerca de 100 mil crianças e totalizando um investimento de R$ 166 milhões.

O PLC é um programa intersecretarial, que conta com a participação da Seab, secretarias de Estado da Educação, da Justiça e Cidadania (Seju), e da Saúde (Sesa), além do monitoramento e fiscalização do Conselho Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional do Paraná (Consea-PR).

PROGRAMA AQUISIÇÃO DE ALIMENTOS (PAA) – O programa federal compra alimentos produzidos pela agricultura familiar e destina às pessoas em situação de insegurança alimentar e nutricional e àquelas atendidas pela rede socioassistencial, pelos equipamentos públicos de segurança alimentar e nutricional e pela rede pública e filantrópica de ensino. Entre a execução mista (com o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome) e a direta (com a Seab), estão sendo beneficiados 1.666 agricultores de 162 municípios, com recursos na ordem de R$ 17,9 milhões. O grande destaque do ano foi a estreia do PAA Indígena, que beneficiou comunidades de 24 municípios com as maiores concentrações populacionais, totalizando R$ 1,5 milhão de investimento.

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RESTAURANTES POPULARES – Em 2024 o programa de restaurantes que oferecem refeições saudáveis e acessíveis para a população vulnerável formalizou 4 convênios para a construção e implantação de restaurantes populares nos municípios de Pato Branco, Cianorte, Campo Mourão e Quedas do Iguaçu. Os convênios totalizaram um investimento de R$ 21,5 milhões (Seab + municípios) e beneficiaram diretamente cerca de 5.500 pessoas.

HORTAS URBANAS, CENTRAIS PÚBLICAS E FEIRAS, COZINHAS E PANIFICADORAS – Em 2024 foram formalizados 22 convênios que beneficiaram diretamente a população de 11 regionais. Os convênios totalizaram um investimento de 3,6 milhões (Seab + municípios) e devem beneficiar diretamente 38.838 pessoas.

SISTEMA NACIONAL DE SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL – Atualmente o Paraná é o Estado com maior número de adesões em números absolutos ao Sisan, com 319 municípios, que correspondem a 24,5% do total de 1.301 adesões nacionais. A iniciativa possibilita que os municípios tenham acesso facilitado a recursos e políticas públicas nacionais, além de demonstrar o compromisso crescente com o combate à fome.

Fonte: Governo PR

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