O Governo do Paraná realizou nesta terça-feira, 21 de março, Dia Estadual pela Eliminação da Discriminação Racial, uma roda de conversas para celebrar e debater políticas públicas relativas ao tema. Representantes de comunidades tradicionais e de religiões de matrizes africanas participaram do encontro, promovido pela Secretaria da Mulher e Igualdade Racial (Semi) e Escola de Gestão do Paraná, no Palácio das Araucárias.
A secretária Leandre Dal Ponte lembrou que a pasta é um espaço coletivo, que acolhe as demandas e trabalha pelas minorias. Segundo ela, o trabalho nos primeiros meses visa construir uma base forte para que as políticas públicas absorvidas e criadas sejam duradouras. “É necessário ter uma base forte e sólida para que as políticas inclusivas aqui desenvolvidas frutifiquem nos próximos anos. Esse é um dia de lembrança e de batalha, que merece nosso reconhecimento”, afirmou.
Clemilda Santiago Neto, diretora de Igualdade Racial, Povos Indígenas e Comunidades Tradicionais da Semi, destacou que a criação da pasta é um marco histórico para o Paraná. “Todas essas pessoas sem visibilidade, sem acesso às políticas, agora estão sendo acolhidas pela nossa Secretaria, que pensa em ações para as mulheres não somente na perspectiva de gênero, mas que leva em conta toda a diversidade de mulheres”, afirmou.
“Ao entender que o racismo produz desigualdade, o Governo do Estado age para evitar a discriminação racial. Vamos criar políticas para que as pessoas, de forma igualitária, tenham acesso aos direitos que a Constituição Brasileira nos assegura”, completou.
Participaram do encontro, além das autoridades estaduais, o presidente do Fórum Paranaense das Religiões de Matriz Africana, Edward James S. Harrison; o representante dos Núcleos de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas do Instituto Federal do Paraná, Ramon Carvalho; o representante do grupo Tambores do Paraná, Eraldo Martins Torres, e representantes de tendas de Umbanda.
O Fórum Paranaense das Religiões de Matriz Africana entregou para o Estado um documento contendo demandas, intenções e compromissos para atender os povos de terreiro paranaenses. Segundo os representantes, o documento, denominado Carta Aberta dos Povos de Terreiro do Paraná, foi elaborado em diálogo com comunidades de matriz africana e indica intenção de ampliar e qualificar o diálogo entre o Estado e os povos.
Entre as demandas contidas no documento, está a criação de um Grupo de Trabalho para debater o ensino de cultura africana e afro-brasileira nas escolas. Outra demanda tenta patrimonializar a cultura de terreiro, seus espaços e signos, pu seja, reconhecer o seu interesse cultural e histórico.
CULTURA – Recentemente, o Museu Paranaense criou uma exposição emblemática e atualmente em cartaz, chamada “Ante ecos e ocos”, que apresenta a cultura afro-brasileira por meio de um recorte mais local, abrangendo as heranças africanas no Paraná, a partir de materiais que integram o acervo do museu.
Cinco pesquisadores – professores, curadores, acadêmicos e artistas – foram escolhidos para compor um extenso projeto de curadoria compartilhada. Por um ano, eles analisaram todo acervo do museu, as lacunas que podiam existir e propor novas narrativas, como coletar materiais que pudessem fazer parte do acervo documental do museu trazendo outras perspectivas e histórias.
Fonte: Governo do Paraná