A primeira etapa do Circuito Brasileiro de Vôlei de Praia, realizada entre os dias 8 a 12 de março, em Maringá, marcou o calendário de competições no estado em 2023 e envolveu a população paranaense. Com jogos de alto nível, o público compareceu em bom número para acompanhar de pertinho grandes nomes do esporte nacional e ver os atletas da casa brigando pelo lugar mais alto do pódio, o que tornou a festa ainda mais especial.

Com duas competições simultâneas, Aberto e o Top 12, os jogos foram realizados em cinco quadras montadas na Vila Olímpica, Centro de Treinamento da Associação Maringaense de Vôlei de Praia (AMVP), e teve a presença de referências do vôlei nacional e mundial, como Ágatha Rippel, Rebecca Silva, Alison Mamute, Bárbara Seixas, Ana Patrícia, Duda Lisboa, Carolina Solberg, Evandro Gonçalves, entre outros.

Em um show à parte, a final do Top 12 (categoria com as 12 duplas melhores ranqueadas no Brasil) foi disputada por dois atletas paranaenses. Arthur Lanci, que faz dupla com Evandro (RJ), e Adrielson, dupla de Arthur Mariano que treina pela AMVP há quatro anos. Com jogadas espetaculares de ambos os lados, a torcida acompanhou uma grande partida digna de final conquistada por Arthur e Evandro que venceram a partida por 2 sets a 0. Após o ótimo desempenho na competição, as duas duplas embarcaram para o México para disputar o Circuito Mundial de vôlei de praia.

“Primeiro Open em Maringá, perto de casa, então foi uma alegria enorme poder ganhar a etapa aqui. Acredito que ficou na história e eu consegui deixar o meu nome. Estou muito feliz por dar esse presente para a minha família e deixar o povo de Maringá, o povo do nosso estado orgulhoso”, disse Arthur Lanci.

Formado nas categorias de base da AMVP, Arthur destacou a importância do projeto que formou vários atletas. “O trabalho que é realizado em Maringá é incrível. Eu só saí porque estou em uma corrida olímpica buscando a vaga para Paris, igual os meninos, por isso os jogos contra eles foram bem difíceis. Eles não chegaram na final à toa. Sou muito fã do Adrielson e do Arthur. Conheço o Adrielson desde pequeno, então fiquei muito feliz em fazer essa final com ele e poder ver a família dele”, comentou.

Sobre enfrentar um amigo na decisão, Lanci afirmou que a disputa se tornou ainda mais especial. “Como treinamos juntos desde molequinhos, tem aquela concorrência saudável de quem é o melhor, isso deixa o jogo melhor e mais bonito. Estou feliz por eles, por mim, mais por mim (risos). Mas ele chegou na final em um torneio muito difícil e isso é uma alegria.”

Para Adrielson, o sentimento é recíproco. “Foi muito bom jogar em casa. O apoio que recebi da família e dos amigos me fez jogar melhor. Quando eu soube que o Arthur Lanci estava na final fiquei feliz, pois estar disputando o lugar mais alto do pódio com ele é muito gratificante. O resultado não me deixou muito contente, mas como era o Arthur Lanci dá para amenizar”, brincou.

Reforço fora das quadras, família e amigos não desperdiçaram a chance de ver os anfitriões jogarem. “É sempre uma alegria quando a gente pode ver ele jogar. Geralmente as competições são fora, então é mais difícil. Para nós é um orgulho saber de toda trajetória, as dificuldades, as vitórias e ver onde ele está chegando. É muito emocionante ver nosso irmão jogar, pode ser o campeonato mais simples que for, mas ver ele entre os melhores deixa a gente muito orgulhoso. Quero ver ele nas Olímpiadas”, falou Wellen, irmã de Adrielson.

ESTRUTURA

Para o Secretário de Esportes de Maringá, e vice-presidente da FPV, Robson Xavier, a união de várias entidades foi o grande diferencial para a realização e sucesso do evento. “Foi a primeira vez que Maringá recebeu o Top 12. Já fizemos várias edições do Aberto e agora conseguimos reunir os dois. A união da Federação Paranaense de Voleibol, o Governo do Estado do Paraná, a Prefeitura de Maringá, Radius Clinica, Água Safira, Banco do Brasil pode proporcionar a população um evento desse tamanho. Sem a junção de todas essas entidades dificilmente conseguiríamos trazer um evento desse porte”, disse.

Envolvido diretamente com o vôlei de praia, Robson não escondeu o orgulho de ver os atletas que iniciaram a trajetória em Maringá se destacando nacionalmente. No final, ainda revelou para quem foi a torcida na etapa. “O Arthur Lanci é nossa ‘cria’. Além de ser nosso atleta, temos muito carinho por ele, faz parte da nossa família, mas Adrielson e Arthur Mariano estavam representando Maringá e o nosso estado. É uma satisfação muito grande ter os três na final, mas com certeza queria que Adrielson e Arthur Mariano ganhassem (risos)”.

Sobre os resultados conquistados, Robson complementou “Foi sensacional. Ano passado terminamos em 3º geral e este ano já largamos na frente estando entre as três duplas do Brasil. Além disso, os atletas já embarcam para o México para disputar o Mundial e começar a corrida olímpica. Poder ter esses atletas formados em Maringá nesse processo de buscar uma vaga olímpica mostra mais uma vez o nível do voleibol de praia do Paraná”.

O presidente da Federação Paranaense de Voleibol, Jandrey Vicentin, comentou sobre a estrutura física e organizacional que resultou no sucesso do evento. “Foi uma alegria receber depois de sete anos um evento que trouxe o melhor do vôlei de praia, com campeão olímpico, medalhistas, campeões mundiais na base, em uma cidade que respira esse esporte. A estrutura montada foi muito elogiada. Maringá já tem o Centro de Treinamento, um dos principais do Brasil, então somou com o aporte que a prefeitura fez para receber o evento, a parceria com o Governo do Estado que também acreditou dando a infraestrutura necessária para que a gente pudesse fazer uma festa coroada com a arquibancada cheia e com jogos de alto nível”.

Reconhecendo o trabalho realizado com o vôlei de praia dentro do estado, Jandrey parabenizou os atletas e técnicos pela dedicação, comprometimento e esforço diário das comissões que vem resultando em grandes conquistas, destacando os três finalistas do TOP 12 masculino. “É uma emoção de quem vive e sabe o desafio que é fazer um atleta. O Robson, que hoje é Secretário de Esportes, fez todos esses atletas quando estava com o técnico. Esse trabalho na verdade é coroação do investimento que é feito em Maringá e no Paraná. O nosso próprio Circuito também está valorizando, oferecendo oportunidades de competição e de crescimento técnico para vários atletas. Essa final aqui com certeza vai se replicar daqui alguns anos porque temos uma leva de grandes talentos que estão despontando na base em competições nacionais”, finalizou.

Por assessoria FPV