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Caderninho de Matemática criado por professora do Paraná facilita a vida de alunos de todo o Brasil

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Usando um caderno quadriculado e canetinhas coloridas, a professora Caroline Cardoso, de Curitiba, produz conteúdo de matemática básica para os 57 mil seguidores da página online do seu projeto, o Caderninho de Matemática. Caroline escreve e desenha à mão páginas que explicam, com exemplos, conceitos e operações matemáticas estudados do 6º ao 9º ano do ensino fundamental — como geometria espacial, expressões algébricas, unidades de medida e frações.

Ela iniciou carreira na rede estadual de ensino há 15 anos, como professora no Colégio Emílio de Menezes, na Capital. Hoje trabalha na Secretaria da Educação como técnica do programa Formadores em Ação, de formação continuada de professores.

Criada em uma família de professores, Caroline se apaixonou pela Matemática ao longo de sua trajetória acadêmica, que inclui um curso técnico em Edificações, uma graduação em Tecnologia em Construção Civil e, posteriormente, licenciatura em Matemática. Mas foi apenas em 2020, em decorrência da pandemia, que nasceria o Caderninho de Matemática, com o intuito de auxiliar os alunos que estavam estudando em casa.

“Fiquei muito ansiosa, pois estava trabalhando conteúdos de 7º ano e sabia que os alunos teriam muita dificuldade para entender a regra de sinais estudando sozinhos”, conta a professora. Carolina decidiu, então, criar vídeos curtos, mostrando a resolução de exercícios numa folha de caderno. Criou também um canal no YouTube para facilitar o envio dos links aos estudantes.

Os vídeos foram cada vez mais compartilhados (até fora da rede estadual), o projeto cresceu e ganhou também uma página no Instagram, com as fotos das páginas do caderninho quadriculado. “Os vídeos foram levados para muitos lugares e, como eu não aparecia, era fácil para o professor replicar para as turmas”, explica Caroline.

Professores ao redor do País começaram a utilizar as imagens e os vídeos do Caderninho de Matemática e adaptá-los às suas realidades. A professora da rede estadual do Paraná chegou a enviar materiais físicos de seu projeto para alunos de uma tribo indígena do Amazonas e conta que uma escola do mesmo estado transformou as folhas do Caderninho em cartazes, que foram colados nas paredes da instituição.

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Outro exemplo é a professora Amanda Muniz Sarti Fernandes, de Saquarema (RJ), que adaptou o conteúdo do projeto de acordo com a realidade das escolas onde trabalha. Em um colégio particular, ela fez impressões coloridas de fanzines sobre operações, números primos, números inteiros e símbolos matemáticos. Cada aluno do 6º e do 7º ano ganhou uma impressão para consultar durante os momentos de estudo e de tarefa de casa.

Já em uma escola municipal onde Amanda também trabalha, ela imprimiu materiais de potenciação, raiz quadrada e tábua pitagórica em forma de cartaz, para fixá-los nas paredes das salas de aula. “Uma forma de os alunos terem um contato diário com a tabuada e conseguirem memorizar, assimilar melhor e ter uma forma de consulta rápida, bem visual”, diz.

Mães e pais também aproveitaram o conteúdo para estudar em casa com seus filhos. É o caso da professora Leilyanne Silva de Morais, de Juazeiro do Norte (CE). Sua filha, Tereza, de 11 anos, não conseguiu se adaptar facilmente às aulas remotas durante a pandemia. Depois, no retorno presencial, acabou acumulando dúvidas sobre matemática básica.

“Então, saí imediatamente buscando material didático para facilitar a aprendizagem dela, principalmente tabuada e frações”, conta Leilyanne. “Foi com o material da Carol que a minha filha conseguiu entender e operar a multiplicação rapidamente”.

Tereza, agora no 6º ano do ensino fundamental, ganhou até uma impressão colorida da tabuada pitagórica feita por Caroline, que ela colou em seu caderno de Matemática e à qual recorre sempre que tem dúvidas. “Os posts dela são riquíssimos”, comenta Leilyanne. “Eles têm aquela quantidade de informações e, ao mesmo tempo, de uma maneira organizada, muito bem pensada didaticamente”.

Hoje, Caroline estima que a maior parte de seu público (aproximadamente metade) seja de professores, enquanto 25% seria de alunos e outros 25% de pais e público em geral. No Brasil, o conteúdo tem tido um bom alcance em São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Fortaleza e Manaus. Já no Exterior, os posts chegam também a países como Portugal, Angola e Argentina.

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CONEXÃO COM A SALA – Por trás de cada folha, existe bastante planejamento: é preciso estabelecer uma ligação com a sala de aula, pensando, por exemplo, em qual conteúdo está sendo trabalhado na escola em cada época do ano. As cores e elementos gráficos também têm uma razão para serem incorporados: manter a atenção de estudantes que têm alguma dificuldade de aprendizagem.

“Muitos professores têm alunos com dificuldade de aprendizagem, e quando a gente trabalha com cores e organização, a gente chama mais a atenção. Então, é uma forma de fixar a atenção do aluno na folha”, explica Caroline.

Defensora do caderno quadriculado, a professora acredita que ele é essencial para as aulas de matemática, pois ajuda na organização do cálculo, na melhora da caligrafia e na agilidade para os desenhos de geometria. “Volta e meia trago esse tema para incentivar o processo da escrita”, afirma.

Caroline também é autora de caderninhos temáticos, utilizados para recomposição da aprendizagem (quando é preciso que alunos ou turmas retomem conteúdos já estudados anteriormente) e para estudantes com dificuldade de aprendizagem. Agora, a professora pretende usar o Caderninho de Matemática como objeto de estudo de seu Programa de Desenvolvimento Educacional (o PDE, projeto de formação continuada oferecido pela Secretaria da Educação do Paraná) e, posteriormente, publicar livros.

MULHERES NA MATEMÁTICA – Além do Caderninho de Matemática, Caroline participa do projeto Matemática por Elas. A iniciativa conta com 16 professoras de todo o Brasil que produzem conteúdos temáticos com o objetivo de fomentar a participação de meninas e mulheres na área de Exatas.

FORMADORES EM AÇÃO – Ela também apresentou o projeto Caderninho de Matemática a professores da rede estadual do Paraná em 1º de março, em Foz do Iguaçu, na abertura do Encontro Formadores em Ação 2023 — um evento destinado a professores participantes do programa de formação continuada oferecido pela Secretaria da Educação do Paraná. O programa consiste em grupos de estudo liderados por professores da rede estadual (professores formadores) e destinados a docentes da mesma disciplina ou área do conhecimento (professores cursistas). 

Fonte: Governo do Paraná

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Decreto isenta de ICMS biogás, biometano e combustível sustentável de avião no Paraná

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O governador Carlos Massa Ratinho Junior assinou nesta segunda-feira (05) o Decreto nº 9.817 que concede isenção sobre o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) em operações para aquisições de bens destinados à fabricação de combustível sustentável de aviação (SAF, na sigla em inglês), biometano, biogás, metanol e CO2. 

Além disso, o decreto também concede a isenção do ICMS na aquisição de máquinas, equipamentos, aparelhos e componentes para geração de energia a partir do biogás, como bombas de ar ou de vácuo, compressores de ar ou de outros gases e ventiladores; coifas aspirantes, contadores de gases. As duas medidas buscam tornar o Paraná mais competitivo na atração de negócios em energia renovável, alavancando o desenvolvimento estadual.

O decreto internaliza os convênios 161/2024 e 151/2021, aprovados pelo Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) durante o Encontro Nacional dos Secretários da Fazenda em dezembro. Com a regulamentação, as isenções já estão em vigor. 

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De acordo com o secretário estadual da Fazenda, Norberto Ortigara, a ideia é justamente estimular investimentos em combustíveis sustentáveis no Paraná, colocando o Estado em posição de destaque no cenário nacional. “Queremos consolidar o Paraná como uma referência e um polo na produção de novas energia e incentivos fiscais, como a isenção do ICMS, são formas de pavimentar esse caminho, estimulando investimentos no setor”, explica.

Um dos objetivos da iniciativa, aponta Ortigara, está em tornar o biometano economicamente viável. “O Paraná já é o maior produtor de proteína animal do Brasil, então queremos aproveitar o potencial que já existe aqui para fomentar a cadeira de biogás e biometano. Temos potencial para sermos uma Arábia Saudita do combustível renovável”, diz. “É usar dejetos de animais para gerar energia e, com as novas isenções, facilitamos o caminho para tornar o Estado ainda mais sustentável”.

SUSTENTABILIDADE – Os esforços do Paraná em se tornar referência na produção de combustíveis sustentáveis a partir do reaproveitamento do potencial agrícola não se limita apenas à isenção do ICMS. Embora a medida assinada pelo governador estimule ainda mais o setor, o Estado já aposta na geração de energia renovável também por meio de outros programas, como o Paraná Energia Rural Renovável (RenovaPR).

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Executado pelo IDR-Paraná, ele incentiva os produtores rurais a produzir sua própria energia ou combustível. O Estado também subsidia os juros dos empréstimos usados pelos produtores para a implantação de projetos de energia renovável, por meio do Banco do Agricultor Paranaense.

Segundo levantamento do Centro Internacional de Energias Renováveis (Cibiogás), o Paraná lidera com folga o número de plantas de biogás na região Sul, com 426 unidades instaladas, 348 delas da agropecuária. Em Santa Catarina são 126 plantas e no Rio Grande do Sul 84. O Paraná foi responsável com 53% do volume de geração de biogás na região no ano passado, com 461 milhões de metros cúbicos normais. .

Fonte: Governo PR

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