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Merendeira venezuelana faz sucesso no comando da cozinha de escola da rede estadual

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“Saco vazio não para em pé” é um chavão. Quando o assunto é a vida estudantil, “saco vazio não aprende nada”. Resolver esse problema é parte do papel fundamental das merendeiras, cozinheiras e auxiliares de cozinha da rede estadual de ensino. Elas são as “tias da merenda”. 

Esse é o caso da merendeira Fedora Vargas (45), que saiu de seu país para ser um dos braços fortes da merenda da rede escolar. Diariamente ao entrar na Escola Estadual Maria Pereira Martins, no bairro Barreirinha, em Curitiba, ela desempenha o papel de protagonista no comando da cozinha, atividade que exerce com alegria e amor genuínos.

“Numa escola todo mundo é importante, mas a ‘tia da merenda’ tem lugar especial no coração dos alunos. A gente conquista pelo estômago”, brinca.

No Mês da Mulher, a Secretaria de Estado da Educação e a Agência Estadual de Notícias estão homenageando figuras femininas importantes do ensino público, evidenciando histórias de mulheres cujos impactos vão muito além das salas de aula. Os dois primeiros textos contaram as trajetórias de uma diretora e uma professora.

Até chegar à rede estadual, Fedora atravessou momentos turbulentos. Nascida na Venezuela, a merendeira veio com a família para o Brasil em 2017, buscando melhores oportunidades na vida, logo após uma das inúmeras crises do país vizinho.

“A situação lá era muito difícil e não víamos perspectivas de melhora. A decisão de sair da Venezuela foi dolorosa. Deixamos tudo para trás e trouxemos a nossa vida todinha em apenas oito malas. Não foi simples. Hoje, porém, sabemos que foi o melhor”, afirma.

A família permaneceu em Manaus, no Amazonas, por dois anos. Devido a inúmeras dificuldades de adaptação na região Norte, logo despontou o desejo por nova mudança. “Foram anos desafiadores. Como grande parte dos imigrantes, no princípio, tivemos dificuldades devido à falta de informações, aprendizado do idioma e acesso aos serviços”, relembra.

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Foi então que, por intermédio de uma conhecida, uma segunda mudança – desta vez para Curitiba – aconteceria em 2019. “Foi aqui que finalmente as coisas começaram a entrar nos eixos e também onde consegui minha primeira oportunidade de trabalho como merendeira”, diz.

Sua primeira missão à frente das cozinhas da rede estadual foi no Colégio Estadual da Guarda Mirim do Paraná, no bairro Ahú, onde ingressou por meio de um contrato terceirizado.

“Na Venezuela eu trabalhava no ramo do turismo e, quando cozinhava, eram porções só para família. Foi um desafio aprender a cozinhar para um batalhão de gente”, afirma a merendeira que, hoje, prepara as refeições de cerca de 900 alunos.

“Parece muita coisa, mas quando a fila da cantina começa a se formar, a gente sabe que acaba ligeiro”, ressalta. Segundo Fedora, arroz, feijão, carne e salada são os favoritos dos estudantes. Mas algumas das suas especialidades também conquistaram o paladar paranaense. “Os alunos gostam muito do risoto de frango, que na Venezuela chamamos de galinhada, e também do peixe de forno”.

O talento e dedicação de Fedora ao trabalho logo lhe renderam bons frutos também na Escola Estadual Maria Pereira Martins, no bairro Barreirinha. “Hoje eu tenho liberdade para comandar totalmente a cozinha”, conta.

Segundo Cristiane Diniz, diretora da instituição, Fedora se destaca não apenas pelas habilidades culinárias, mas também pelo amor com que desempenha seu papel. “Ela ama o que faz e isso é nítido porque o carinho dedicado no preparo das refeições se reflete no sabor”, elogia.

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Dividindo o tempo entre os cuidados com a família e o trabalho, Fedora reconhece a influência que a profissão exerce em sua vida doméstica. “Servindo na escola eu entendi que o aprendizado e a boa nutrição estão intimamente relacionados e que aprender fica muito mais fácil depois de uma boa refeição”, afirma.

A lição, segundo Fedora, marca também a vida de muitos estudantes. “Nestes quatro anos de escola, diversos alunos se formaram e seguiram suas vidas. Mesmo assim, se encontro um ou outro na rua, eles me cumprimentam com saudades. No fim, não temo afirmar que como ‘tia da cantina’ a gente marca a vida dos alunos quase tanto quanto os professores”, diz.

MAIS MERENDA – Desde o ano passado, os mais de 1 milhão de alunos da rede estadual de ensino recebem três refeições por dia. O Mais Merenda oferece um lanche na entrada e outro na saída de cada turno, além da merenda regular que já é dada nos intervalos das aulas. 

No Estado, 192 cooperativas vendem seus alimentos para a merenda da rede estadual, beneficiando cerca de 25 mil famílias de produtores. O investimento em alimentação previsto para todo o ano é de cerca de R$ 500 milhões.

Fonte: Governo do Paraná

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Ganhando o Mundo: últimos intercambistas começam a chegar com mala cheia de experiências

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O Natal será com a família reunida e com diversas histórias para compartilhar para 27 alunos que voltaram do intercâmbio nos Estados Unidos nesta segunda-feira (23), dentro do programa Ganhando o Mundo. Eles desembarcaram no Aeroporto Internacional Afonso Pena, em São José dos Pinhais, na Grande Curitiba, onde foram recebidos com muita emoção por pais e familiares depois de quatro meses estudando na América do Norte. Outros alunos devem chegar em janeiro.

Foram mil estudantes de escolas públicas paranaenses que tiveram a oportunidade de realizar um intercâmbio com as despesas pagas pelo Governo do Estado, após uma seleção que envolveu mais de 12 mil candidatos. A edição de 2025 será ainda maior e levará 1,2 mil alunos para cinco países de língua inglesa (Austrália, Canadá, Irlanda, Nova Zelândia e Reino Unido). Durante seis meses, os jovens farão curso equivalente ao Ensino Médio no Brasil.

O chefe do Departamento de Intercâmbios da Secretaria de Estado da Educação (Seed), Marlon de Campos, destacou que a edição do Ganhando o Mundo deste ano foi um sucesso. “Todo o processo está sendo incrível. Foi o primeiro ano que nós tivemos mil alunos viajando, 950 deles já retornaram no primeiro semestre, e agora o restante está voltando”, ressaltou.

“Eles voltam com uma cabeça completamente mudada, muito mais atenciosos com a sua família, com a sua escola, com o seu espaço. Quando eles viajam e experienciam uma oportunidade tão diferente, não só da língua, mas também cultural e acadêmica, eles ampliam os seus horizontes e isso faz com que se tornem líderes”, acrescentou.

EXPERIÊNCIA DE VIDA — Entre as intercambistas que chegaram nesta segunda-feira está Isabella Parra Hass, de 16 anos, estudante do Colégio Estadual Rio Branco, em Rio Branco do Ivaí, no Norte do Estado. Para ela, a principal conquista com o intercâmbio foi tornar-se uma pessoa mais independente. “Foi uma das melhores experiências da minha vida. Vivi coisas que eu nunca imaginaria viver, conheci pessoas incríveis e me tornei uma pessoa tão madura, independente, que eu nunca imaginei que eu conseguiria”, explicou.

Ela conta que pôde vivenciar a cultura americana na prática. “Fui líder de torcida e também gerente do time de basquete feminino. Foi muito legal vivenciar a cultura deles, do esporte, mas mais do que isso, saber que você consegue fazer algo quando realmente se quer muito. Uma oportunidade incrível que nunca imaginei que poderia ter e que graças ao Ganhando o Mundo consegui realizar um dos meus maiores sonhos”, disse, com os olhos ainda com lágrimas após encontrar os pais.

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A família viajou cerca de 350 quilômetros para receber a filha, pouco para uma distância que já foi continental. “A gente viveu junto esse intercâmbio. Ela lá e eu acompanhando daqui, nos falando todos os dias, dando força nas horas das dificuldades e sorrindo, acreditando que tudo ia dar certo”, afirmou Maria Inez Parra Hass, mãe de Isabella.

“Agradeço ao Governo do Estado por esse intercâmbio, por esse projeto. Ela gostou muito da escola, construiu muitas amizades, foi muito bem recebida pela família e agora esse presente de Natal que estamos está recebendo com a chegada dela”.

Para Pedro Moreira Silva, 16 anos, do Colégio Estadual Arcângelo Nandi, de Santa Terezinha de Itaipu, no Oeste, o que mais lhe chamou sua atenção foi a cultura do esporte nos colégios americanos. “Eu não teria oportunidade de fazer um intercâmbio se não fosse por esse programa, para estudar numa verdadeira high school. Uma das coisas mais legais foi o esporte que pratiquei, participando do time de futebol americano, que foi incrível, e um pouco de wrestling”, ressaltou.

Outro destaque foi o aprimoramento da língua. “O meu inglês melhorou muito, o que vai me ajudar a ter um bom emprego. Fora isso, aprendi coisas novas, como comidas típicas de lá e que vou cozinhar para a minha família, além da neve, porque lá é bem gelado”, disse.

A mãe de Pedro, Katyussa Maiara Moreira, contava os minutos para chegada do filho, acompanhada do marido e da filha mais nova. “Começa a bater aquela ansiedade. A gente fala que não vai ficar nervosa, mas não tem como. É um orgulho como mãe saber que ele conquistou isso, que chegou onde chegou e só tenho muito a agradecer a Deus e ao Governo do Estado”, salientou.

“Ele se desenvolveu muito bem. No começo foi difícil, mas todo dia conversava com ele pelo WhatsApp, então estava longe, mas perto ao mesmo tempo. E agora ter ele aqui junto no Natal, poder passar o Ano-Novo era uma coisa que a gente queria muito”, celebrou o pai, Rodimar Silva.

Quem também vai ter muita história para contar é Amanda Samiria, de 16 anos, do Colégio Estadual Joaquim de Oliveira Franco, de Mandirituba, na Região Metropolitana de Curitiba. Ela foi recebida pelos pais e amigos no saguão do aeroporto. “Ao mesmo tempo que apertava o coração, eu sabia que aquilo ia ser para o meu bem. Toda a independência, maturidade e responsabilidade que eu ganhei com esse programa foi incrível, uma oportunidade de estar vivendo em um outro país, de morar com uma outra família, com uma cultura totalmente diferente da minha”, comentou.

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“Ao mesmo tempo que o coração está apertado por eu ter deixado minha segunda família lá nos Estados Unidos, também está muito alegre de reencontrar todo mundo, de ver o quanto eu sou amada aqui e o quanto tudo valeu a pena. Já tenho planos para compartilhar tudo o que eu aprendi, que eu não vou deixar só para mim, mas sim dividir com os outros, contar como foi a minha experiência para inspirar outras pessoas a também participarem”, acrescentou.

GANHANDO O MUNDO – Iniciado como projeto-piloto em 2022, o Ganhando o Mundo levou 100 estudantes para o Canadá, na América do Norte, naquele ano. Na segunda edição, outros 100 alunos tiveram a experiência de conhecerem uma outra cultura, desta vez com destino a Nova Zelândia, na Oceania.

Em 2023, o programa passou a incluir professores, com 96 docentes enviados para o Canadá e a Finlândia, países referências em educação. No mesmo ano, mais 40 alunos estudaram por um semestre letivo na França. Já em 2024, o número de intercambistas cresceu dez vezes, chegando a mil alunos que viajaram para países de língua inglesa, como Canadá, Nova Zelândia, Inglaterra, Austrália e Estados Unidos. Além disso, 100 diretores de colégios estaduais embarcaram no meio do ano para um intercâmbio de duas semanas no Chile.

A próxima edição, em 2025, será ainda maior. Mais de 1,2 mil alunos da rede estadual terão como destino cinco países de língua inglesa (Austrália, Canadá, Irlanda, Nova Zelândia e Reino Unido). Durante seis meses, os jovens farão curso equivalente ao Ensino Médio no Brasil.

Também em 2025 acontecerá a primeira edição do programa voltada aos alunos de 1ª série dos cursos técnicos em agropecuária, agrícola, florestal, operações de máquinas florestais e agronegócio, matriculados nos centros de educação profissional. Cem estudantes vão para Iowa, nos Estados Unidos, estado líder em tecnologia agrícola e coração do corn belt (cinturão agrícola forte em produção de milho e um dos principais pólos agrícolas do mundo).

Fonte: Governo PR

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