AGRONEGÓCIO
Competitividade no agro é a soma de produtividade e proteção ambiental
Publicado em
14 de março de 2023por
Tadeu Itajubá
O deputado federal Pedro Lupion, presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), ressaltou a força do agronegócio no Congresso Nacional, uma vez que a bancada conta com 302 deputados federais e 40 senadores. Para ele, a guerra principal a ser vencida pelo setor é a narrativa. “Tanto o Marco Legal dos Defensivos Agrícolas como o Green Deal são questões de narrativa. Por isso, precisamos trabalhar em conjunto para superar esse desafio”, disse. A seu ver, o agro está mais forte do que nunca e o governo precisa ouvir o setor. “Devemos construir pontes para avançar nos temas importantes ao agro”, pontuou.
O evento contou com o painel “O Futuro do Agronegócio Brasileiro”, moderado por Carvalho, que salientou a preocupação em abrir novos mercados para os produtos agropecuários e agroindustriais brasileiros para não haver dependências. “A verdade é que muitos países começam a mostrar impressionantes ganhos de renda, como no Oriente Médio e no Norte da África”, explicou. Ele lembrou que a globalização foi importante para o desenvolvimento socioeconômico de todos os continentes, mas que hoje há a volta do velho, com o ressurgimento de forças unilaterais.
Por isso, a ABAG, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), juntamente com organizações agropecuárias da Argentina, Paraguai e Uruguai, estão planejando organizar um Road Show pelas principais capitais europeias, levando dados, fatos e roadmaps, que comprovem as diferenças entre a agricultura tropical e temperada e a produção sustentável dos países que compõem o Mercosul. “O Green Deal traz um componente que pode trazer a divisão entre nós, do Mercosul. A integração com o Itamaraty será extremamente importante para termos sucesso nessa iniciativa”, explicou Carvalho.
O embaixador Fernando Pimentel, diretor do Departamento de Política Comercial do Ministério das Relações Exteriores, afirmou a ação é importante, porque os europeus são definidores de padrão. Mas, asseverou que a iniciativa precisa ser baseada em informações transparentes. Em sua participação no painel, ele ressaltou que o sistema multilateral está em transformação. “Os grandes países que contribuíram muito para globalização estão em dúvida se este sistema atualmente é bom para eles, o que coloca em xeque seu engajamento. Por isso, vemos o crescimento do protecionismo e de uma política forte de subsídios nos Estados Unidos e na Europa”.
Em sua avaliação, a questão ambiental tem alimentado o protecionismo em algumas regiões, principalmente na Europa, que está trabalhando há mais de 20 anos o tema. Comentou também que o Brasil precisa de regras estáveis no comércio global, mas o sistema multilateral está frágil. A boa notícia, segundo Pimentel, é que o agro brasileiro tem uma grande capacidade de adaptação, inovação e superação de desafios.
Sergio Vale, sócio-diretor da MB Associados, avaliou que o mundo está em uma configuração bipolar, entre China e Estados Unidos e que essa situação deve permanecer e ganhar força. “É uma oportunidade para o agro, porque continuará a vender nos próximos anos. Por isso, será um caminho positivo, mesmo em um cenário crítico”. Falou ainda sobre a importância da diversidade de compradores e comentou que 80% do crescimento populacional nos próximos anos está na África, e que o Sudeste Asiático vem crescendo economicamente.
Para Vale, mais importante é evitar erros domésticos na economia e na política fiscal. Outro ponto citado foi que o agro precisa também melhorar a comunicação para o mercado em geral que desconhece a importância do setor para o país. De acordo com ele, o Brasil cresceu ano passado por causa do agro. “Se este ano o país ter uma elevação de 1% no PIB, esse volume virá integralmente do agro”, destacou.
O painel também pontuou a inovação como alavanca para a produtividade e competitividade, por meio da participação de João Comério, diretor do Comitê de Inovação da ABAG, que comentou sobre a capacidade brasileira de inovar. No setor de celulose, por exemplo, o papel para embalagem era produzido por países do Hemisfério Norte, usando fibras longas. “Nosso país desenvolveu tecnologia para produzir esse papel com fibras curtas”. Também ressaltou que o agro brasileiro tem trabalhado fortemente a questão da governança, ao se preocupara com a profissionalização dentro as empresas, mas também nas propriedades rurais.
Antes do painel, Comércio apresentou o Position Paper: Visão da Inovação e da Competitividade do Agronegócio, que desenha a conjuntura, os desafios e as mudanças no cenário de inovação e competitividade do agronegócio.
Ainda durante o evento em celebração dos 30 anos da ABAG, Carlo Lovatelli, ex-presidente da entidade, foi homenageado por sua contribuição para o desenvolvimento do agro brasileiro e da própria ABAG, trabalhando temas como preservação da Amazônia, sustentabilidade, internacionalização e o conceito e benefícios dos biocombustíveis. “O Brasil tem tudo para ir para frente. Por isso, precisamos vender melhor nosso peixe, e Itamaraty é muito importante nesse processo. Afinal, nosso país merece e o produtor rural, merece ainda mais. Estou muito honrado com essa homenagem”, discursou.
O ex-Ministro Roberto Rodrigues, que também foi presidente da ABAG, mencionou que a história da FPA e da ABAG se misturam. Para ele, com o passar do tempo, as ideias vão se convergindo para uma posição integrada e comum.
A ABAG também anunciou a formação de um Conselho Consultivo, com expoentes do agronegócio para a definição de estratégias para o setor. Esse Conselho é formado por Rodrigues, Lovatelli, Marcello Brito, ex-presidente da ABAG, e Christian Lohbauer, presidente executivo da CropLife Brasil.
Mecânica Comunicação Estratégica
AGRONEGÓCIO
Guerra comercial e clima nos EUA criam cenário de alerta para o mercado mundial de grãos
Published
6 horas agoon
8 de abril de 2025By

A nova safra de grãos dos Estados Unidos começou em meio a um dos momentos mais turbulentos dos últimos anos para os mercados globais, pressionados pela guerra comercial deflagrada pelo presidente norte-americano Donald Trump. No último sábado (05.04), entrou em vigor o chamado “tarifaço” que impôs e barreiras a produtos de 57 países (até ilhas onde só moram pinguins foram afeitadas), acirrando tensões com grandes parceiros comerciais, incluindo a China. O impacto ainda está sendo digerido pelo mercado, mas já se sabe que essas medidas vão alterar o fluxo global de comércio, especialmente no setor agrícola, com reflexos importantes para o Brasil.
Ao mesmo tempo em que os mercados reagem às novas tarifas, o plantio nos Estados Unidos começou com ritmo semelhante ao do ano passado. Segundo o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), até o último domingo (3), os produtores haviam plantado 2% da área destinada ao milho, o mesmo patamar observado em 2024. O Texas lidera os trabalhos de campo, com 59% da área já semeada, mantendo o mesmo desempenho da safra anterior. Outros estados, que juntos representam 92% da produção norte-americana, ainda têm avanço tímido, com números de um dígito.
Apesar do bom começo, o clima é hoje o principal ponto de atenção. A primavera norte-americana tem sido marcada por extremos: fortes enchentes em regiões importantes de produção e seca persistente em outras. Estados como Arkansas e Kentucky registraram mais de 250 milímetros de chuva em apenas cinco dias, o que deverá atrasar o avanço do plantio. Em contrapartida, áreas do Corn Belt mais a oeste, como Iowa, Illinois e Minnesota, ainda sofrem com falta de umidade adequada no solo.
O Drought Monitor, sistema oficial que monitora a seca nos EUA, indica que várias regiões-chave seguem em situação delicada. Para os próximos dias, a previsão aponta chuvas acima da média para o oeste dos EUA e precipitações mais regulares no centro do país, o que pode ajudar na recomposição da umidade do solo, mas também aumentar os riscos de atraso nas lavouras já afetadas pelas inundações.
Em meio a esse cenário climático desafiador, o mercado internacional observa com atenção os desdobramentos da guerra comercial. A imposição de tarifas tende a reduzir a competitividade dos produtos norte-americanos em várias frentes, o que pode favorecer o Brasil na conquista de novos mercados, principalmente em produtos como soja, milho e carne.
No entanto, no caso específico do milho, o impacto das tarifas ainda é limitado. As exportações norte-americanas seguem firmes, com mais de 35,5 milhões de toneladas embarcadas até agora, um crescimento de 30% em relação ao mesmo período do ano passado. Isso mostra que, apesar da tensão comercial, o milho dos EUA continua competitivo e com boa demanda global.

Imagem: assessoria
Especialistas explicam que o milho está sendo menos afetado pelas tarifas do que a soja, por exemplo, que tem um mercado mais centralizado e dependente de acordos bilaterais. A soja tende a sentir mais os efeitos da guerra comercial, enquanto o milho deverá ser mais influenciado, neste momento, pelo clima nos Estados Unidos. O chamado “weather market” — mercado climático — ganha força nas próximas semanas, à medida que o desenvolvimento das lavouras se torna o principal fator de influência nos preços.
Para o presidente do Instituto do Agronegócio(IA), Isan Rezende (foto), o atual cenário representa uma combinação de risco e oportunidade. Se por um lado a instabilidade global exige cautela nas decisões comerciais, por outro, a disputa entre os EUA e seus parceiros abre espaço para o país ampliar sua presença no comércio mundial de grãos.
“O produtor rural deve acompanhar de perto tanto os desdobramentos da guerra comercial quanto as atualizações sobre o clima no Meio-Oeste americano, já que esses dois fatores serão determinantes para o comportamento dos preços nas próximas semanas. O produtor brasileiro deve estar preparado para oscilações, mas também otimista. A demanda mundial por alimentos continua firme, e o Brasil está bem posicionado para suprir essa necessidade. Com estratégia e planejamento, temos tudo para sair fortalecidos dessa reconfiguração global”, recomendou Rezende.
“O tarifaço imposto pelos Estados Unidos cria uma ruptura importante nas cadeias globais de comércio, e o agronegócio brasileiro precisa estar atento às oportunidades que isso pode gerar. Com os americanos perdendo competitividade em alguns mercados, o Brasil tem chance de avançar, principalmente na exportação de milho, soja e carnes”.
Para Isan, apesar do bom ritmo inicial do plantio nos EUA, o clima tem se mostrado bastante desafiador. “Isso pode afetar o desempenho da safra americana e, consequentemente, abrir mais espaço para o nosso produto lá fora. Mas é preciso acompanhar com cautela, porque o mercado está extremamente volátil. Esse novo cenário geopolítico e climático exige do Brasil agilidade e inteligência comercial. Precisamos fortalecer nossos acordos bilaterais, diversificar destinos e consolidar nossa posição como fornecedor confiável, aproveitando a janela deixada pelos Estados Unidos”, comentou Isan Rezende.
Fonte: Pensar Agro

Maior índice desde 2018: PCPR soluciona 76% dos homicídios ocorridos em Curitiba em 2024

PCPR prende casal em flagrante por tráfico de drogas em Ortigueira

PCPR prende três suspeitos em flagrante por golpe da falsa herança em Guarapuava

Boletim Investimento em Foco destaca robustez dos dados econômicos do Paraná

Atrativos do Paraná são destaques em publicações turísticas no Brasil e no Exterior
PARANÁ


Boletim Investimento em Foco destaca robustez dos dados econômicos do Paraná
O Escritório de Investimento do Centro Integrado de Gestão e Governança do Paraná (CIG-PR) lançou nesta segunda-feira (07) a nova...


Maior índice desde 2018: PCPR soluciona 76% dos homicídios ocorridos em Curitiba em 2024
A Polícia Civil do Paraná (PCPR) solucionou 76% dos homicídios e feminicídios que ocorreram em Curitiba ao longo de 2024....


Prato Cheio 2025: nova pesquisa busca percepção dos alunos sobre a alimentação das escolas
Já está disponível para os estudantes a Pesquisa Prato Cheio 2025. O levantamento, que é promovido pelo Departamento de Nutrição...
POLÍCIA


PCPR prende casal em flagrante por tráfico de drogas em Ortigueira
A Polícia Civil do Paraná (PCPR) prendeu em flagrante um casal, de 29 e 39 anos, pelos crimes de tráfico...


Maior índice desde 2018: PCPR soluciona 76% dos homicídios ocorridos em Curitiba em 2024
A Polícia Civil do Paraná (PCPR) solucionou 76% dos homicídios e feminicídios que ocorreram em Curitiba ao longo de 2024....


PCPR prende três suspeitos em flagrante por golpe da falsa herança em Guarapuava
A Polícia Civil do Paraná (PCPR) prendeu em flagrante três homens, de 38, 47 e 62 anos, suspeitos de envolvimento...
ENTRETENIMENTO


Arthur Aguiar reúne família e amigos para celebrar anos 60 anos da mãe: ‘Especial’
Arthur Aguiar, de 36 anos, compartilhou nas redes sociais nesta terça-feira (8), um vídeo celebrando o aniversário da mãe, Katia...


Jojo Todynho compra mansão no Rio e celebra: ‘Presença constante de Deus’
Jojo Todynho, de 28 anos, está de mudança. A cantora anunciou nesta terça-feira (8), que comprou um novo imóvel, considerado...


Lumena Aleluia eleva temperatura na web ao posar sem roupa: ‘Como veio ao mundo’
Aos 33 anos, Lumena Aleluia, não vê conflito entre seu vasto currículo acadêmico e sua decisão de explorar sua própria sensualidade. Com três pós-graduações,...
ESPORTES


Santos empata em 2 a 2 com Bahia e sofre vaias na Vila Belmiro
O Santos segue sem vitória no Campeonato Brasileiro após empatar em 2 a 2 com o Bahia neste domingo, na...


Cuiabá estreia na Série B com vitória de 1 a 0 sobre Volta Redonda
O Cuiabá estreou sua participação na Série B do Campeonato Brasileiro com uma vitória por 1 a 0 diante do...


Flamengo vence o Vitória no Barradão pela segunda rodada do Brasileirão
Neste domingo, o Flamengo saiu vitorioso ao vencer o Vitória por 2 a 1, em partida válida pela segunda rodada...
MAIS LIDAS DA SEMANA
-
POLÍTICA PR6 dias ago
“Governo do Paraná libera dados sensíveis à fundação contratada sem licitação”, alerta líder da Oposição
-
POLÍTICA PR6 dias ago
Questão indígena merece tratamento prioritário diz deputado Goura (PDT) em seminário na OAB-PR
-
POLÍTICA PR6 dias ago
Deputado Cobra Repórter (PSD) apresenta projeto para reforçar segurança e qualidade do transporte escolar no Paraná
-
PARANÁ4 dias ago
Ratinho Junior autoriza promoções e progressões para 51 mil servidores estaduais