A segunda fase do Poliniza Paraná começou oficialmente neste sábado (04), em Tunas do Paraná, na Região Metropolitana de Curitiba. O Parque Estadual de Campinhos foi a primeira Unidade de Conservação (UC) a receber o programa, referência nacional em sustentabilidade.
Ação que vai se estender para outros nove complexos ambientais de oito municípios diferentes ao longo deste ano. O investimento do Governo do Estado na compra e instalação das colmeias foi de R$ 72 mil.
Ainda durante o evento, o Instituto Água e Terra (IAT), órgão vinculado à Secretaria de Estado do Desenvolvimento Sustentável (Sedest), formalizou com a prefeitura do município o Termo de Cooperação para gestão compartilhada do local. A medida vai permitir que o parque passe a funcionar também aos fins de semana.
“É mais uma alternativa de turismo de natureza que passamos a ofertar para a população. Buscamos no IAT que as Unidades de Conservação sejam também alternativas econômicas e de geração de renda. Além disso, com a instalação das colmeias, permitimos que as abelhas façam o serviço ambiental de polinizar nossas florestas”, afirmou o diretor-presidente do IAT, Everton Souza.
Até o ano passado, destacou ele, o programa ficava concentrado em Parques Urbanos. A nova etapa busca, entre outras iniciativas, aumentar a polinização das espécies nativas do Bioma da Mata Atlântica. “Vamos fazer em várias unidades de conservação do Estado, ampliando esse programa tão importante para o meio ambiente”.
O Poliniza Paraná consiste na construção de jardins com colmeias para criação de abelhas nativas sem ferrão, com o objetivo de promover a conservação da biodiversidade por meio da polinização – processo que garante maior qualidade e produtividade a frutos e grãos. Integra o programa Paraná Mais Verde e foi inspirado nos “Jardins de Mel”, da Prefeitura de Curitiba.
“O Parque Estadual de Campinhos é o que recebe mais escolas, mais estudantes, um polo de educação ambiental que recebe o Poliniza Paraná como mais uma ferramenta de ensino e de sustentabilidade”, disse o diretor de diretor de Patrimônio Natural do IAT, Rafael Andreguetto.
As abelhas são responsáveis por aproximadamente 90% da polinização das espécies nativas do Bioma da Mata Atlântica e 70% do total das plantas cultivadas e utilizadas na alimentação humana. Atraídas pelo cheiro e pelas cores, as abelhas voam de flor em flor, colhem o pólen e promovem a reprodução cruzada dessas plantas. Além disso, garantem produção de frutos de melhor qualidade e com maior número de sementes.
EXPANSÃO – O Poliniza Paraná começou no ano passado. O programa está em Parques Urbanos de Brasilândia do Sul, Campo Mourão, Kaloré, Maringá, Marumbi, São João e Sapopema.
Nesta nova fase serão incorporados ao programa, além do Parque Estadual de Campinhos, a Estação Ecológica Ilha do Mel e Parque Estadual Ilha do Mel, ambos em Paranaguá; Parque Estadual Serra da Baitaca e Floresta Estadual Metropolitana, em Piraquara; Parque Estadual do Guartelá, em Tibagi; Parque Estadual Vila Velha, em Ponta Grossa; Monumento Natural Estadual Salto São João, em Prudentópolis; Parque Estadual Lago Azul, em Campo Mourão; e o Parque Estadual do Monge, na Lapa.
A ação é um dos meios de se alcançar as metas definidas nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU), principalmente no que se refere ao objetivo 15 – Vida Terrestre.
PRÊMIO – No ano passado, o sucesso do projeto garantiu o 2º lugar no 9º Prêmio A3P, na categoria “Destaque da Rede A3P” (Programa Agenda Ambiental na Administração Pública, do Ministério do Meio Ambiente). O Prêmio reconhece o mérito de iniciativas de organizações da administração pública do País na promoção e realização de melhores práticas de sustentabilidade.
COOPERAÇÃO – A assinatura do Termo de Cooperação para gestão compartilhada do Parque Estadual de Campinhos vai permitir a reestruturação da Unidade de Conservação, possibilitando a abertura aos finais de semana. A proposta também prevê a implementação de estrutura necessária para que motor homes possam pernoitar no parque.
Andreguetto explicou que a gestão compartilhada é um instrumento que visa a melhoria da qualidade e eficácia na gestão das Unidades de Conservação. Atualmente, disse ele, existem quatro acordos semelhantes: Bosque João Paulo II, em Curitiba; Parque Estadual Vale do Codó, em Jaguariaíva; Monumento Natural Salto São João, em Prudentópolis; e Parque Estadual Vitório Piassa, em Pato Branco.
“Unidade de Conservação não pode ficar fechada. Ela tem de ser cuidada, conservada e preservada. Uma mudança de visão bem importante”, destacou o diretor.
Além de Campinhos, há outros três termos em andamento: Floresta Estadual Metropolitana, em Piraquara; Parque Estadual do Rio da Onça, em Matinhos; e Parque Estadual de Ibicatu, em Centenário do Sul.
PARQUE – O Parque Estadual de Campinhos foi criado em 1960 com o objetivo principal de proteção das Grutas do Conjunto Jesuítas/Fada, que representam um dos monumentos naturais de maior importância do patrimônio espeleológico paranaense. Com uma área de 336,98 hectares, o local abrange parte dos municípios de Tunas do Paraná e Cerro Azul, na Região Metropolitana de Curitiba.
“Com essa iniciativa o Governo mostra que está olhando para o Vale do Ribeira. Vai abrir as portas do turismo em nossa cidade”, afirmou o prefeito de Tunas do Paraná, Marco Antônio Baldão.
A região apresenta um relevo montanhoso, com altitude média em torno de 900 metros, constituído por rochas do grupo Açungui. Também denominada de Província Espeleológica do Vale do Ribeira, a região tem alta concentração de cavernas e feições de relevo calcário.
O parque passa funcionar diariamente, incluindo os fins de semana, das 9h às 17h, com entrada na caverna até as 14:30. O acesso é gratuito.
Fonte: Governo do Paraná