14 de Abril de 2025
    NOVA AURORA

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    Licenciamento da Nova Ferroeste avança com a aprovação de estudo em terra indígena

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    A apresentação dos estudos da Nova Ferroeste para a comunidade da Terra Indígena Rio das Cobras, em Nova Laranjeiras, ajudou a acelerar o processo de licenciamento ambiental do projeto. A comunidade no Centro-Sul do Paraná está incluída no traçado da ferrovia que ligará Maracaju (MS) a Paranaguá, no Litoral do Paraná. Com o aval das lideranças, pactuado em ata, a Funai vai recomendar ao Ibama (Instituto Nacional dos Recursos Naturais Renováveis) a continuidade do processo.

    O som do apito do trem é velho conhecido dos moradores. A terra indígena estabelecida em 1913 abriga 11 aldeias, com mais de 3.200 habitantes, a maioria descendentes das etnias Kaingang e Guarani. Desde a construção da Ferroeste, na década de 1990, eles convivem com a circulação das locomotivas que passam a menos de dois quilômetros da área. Essa proximidade foi fator determinante para a Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas) estabelecer como regra a realização do Estudo de Componente Indígena no licenciamento ambiental do projeto.

    “Com a aprovação pelos indígenas, a Funai pode dar a sua anuência para a emissão da licença prévia com relação ao componente indígena”, declarou Rodrigo Bulhões Pedreira, coordenador da Funai. Segundo ele, o órgão considera que o empreendimento é viável do ponto de vista da preservação das tradições da comunidade. “A próxima fase será o detalhamento de cada um dos programas junto à comunidade. Serão definidas metas e indicadores para saber se estão dando certo”, complementou. 

    O diálogo com a comunidade da Terra Indígena Rio das Cobras sobre o projeto teve início em 2021, quando a Funai definiu a área a ser estudada pelo Governo do Estado, indicando, ainda, a maneira que os trabalhos deveriam ser conduzidos. Todas as etapas tiveram participação da comunidade indígena.

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    Uma equipe multidisciplinar, formada por biólogos, economistas e antropólogos fez entrevistas e realizou oficinas em uma série de encontros, quando os moradores discutiram a convivência com o trem e os impactos no cotidiano das aldeias. Termos técnicos foram traduzidos para as línguas indígenas para compreensão plena do conteúdo pelos participantes.

    “A gente tem que entender que tanto para o Guarani quanto para o Kaingang o português é uma segunda língua, então fizemos um trabalho com os professores bilíngues para esse projeto”, detalhou o antropólogo da Fipe, contratada para o estudo, Paulo de Goes.

    APRESENTAÇÃO – O estudo da Fipe avaliou as condições do meio físico, biótico e socioeconômico. Foram estudadas as possibilidades de desenvolvimento de processos erosivos e assoreamento de cursos d’água, contaminação de solos, águas superficiais e subterrâneas, bem como alteração na qualidade do ar. O risco do aumento nos níveis de ruído e vibração também foi levantado.

    De acordo com o estudo, no entanto, a interferência em quase todos os aspetos será bem pequena. Ainda assim foram propostos 23 programas de controle e monitoramento em todas essas frentes, inclusive de promoção do desenvolvimento econômico.

    O cacique Angelo Rufino afirmou que o trabalho levou em consideração os anseios dos moradores. “Todos foram chamados e ouvidos, isso foi muito importante para as pessoas que estão aqui. Todas as aldeias vão ficar contentes”, disse. “ A comunidade tem convivência com o trem que passa perto do limite da nossa região, sempre escutamos o barulho. Esses programas apresentados contemplaram a nossa cultura, a nossa tradição do artesanato, o resultado foi como a gente esperava”.

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    LICENCIAMENTO DO IBAMA – O licenciamento ambiental da Nova Ferroeste teve início em 2021 com a realização do Estudo de Impacto Ambiental, protocolado junto ao Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis). Em maio de 2022 representantes do órgão federal realizaram visitas técnicas e comandaram sete audiências públicas para discutir o impacto ambiental de Maracaju (MS) a Paranaguá (PR) e o ramal de Cascavel a Foz do Iguaçu. O Governo trabalha agora em melhorias do projeto para dar seguimento ao licenciamento.

    NOVA FERROESTE – O projeto da nova ferrovia vai expandir a atual Ferroeste, que cruza liga os municípios de Cascavel (Oeste) e Guarapuava (região Central), a Maracaju e Paranaguá, com ramais para Foz do Iguaçu e Cascavel, num total de 1.567 quilômetros. O investimento estimado é de R$ 35,8 bilhões. O leilão para executar o empreendimento será realizado na B3. O vencedor vai executar as obras e operar a malha ferroviária por 99 anos.

    Fonte: Governo do Paraná

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    Com adesão de 92 municípios, Rota Turística Caminhos do Peabiru avança nova etapa

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    O programa Rota Turística Caminhos do Peabiru tem a adesão formal de 92 municípios paranaenses. O trabalho de estruturação da rota começa justamente com a adesão dos municípios, iniciativa prevista na Lei Estadual nº 21.046, sancionada em 2022 pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior. A lei reconhece a Rota Transcontinental Caminhos do Peabiru como Patrimônio de Natureza Cultural Imaterial Paranaense. 

    Os municípios receberão oficinas de capacitação para elaboração de mapa; pesquisa cientifica nas áreas antropológica, sociológica, histórica e geográfica; e consulta pública junto à comunidade local. Ele será executado em seis etapas pela Secretaria do Turismo (Setu) e Paraná Projetos, vinculado à Secretaria do Planejamento, e também respeita as determinações do Decreto Estadual nº 8.025/2024, que instituiu o Programa Rota Turística Caminhos do Peabiru com o objetivo de implementar e manter essa rota histórica.

    Essa iniciativa conecta o Paraná de Leste a Oeste, incentivando o uso consciente das trilhas, a valorização das comunidades locais e o fortalecimento dos corredores ecológicos. “

    Trata-se de uma rota importantíssima para o Estado, pois conta uma história, mostrando também nossa cultura e alavancando o turismo. A adesão dos municípios surpreendeu a todos, pois foi acima da expectativa”, destacou o secretário do Turismo, Leonaldo Paranhos.

    “Este projeto transformará um patrimônio cultural em motor de crescimento econômico, social e ambiental, por meio do turismo sustentável, preservação ambiental e valorização das comunidades locais”, complementou o secretário de Estado do Planejamento, Ulisses Maia.

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    ASSESSORIA ESPECIALIZADA – Os municípios que aderiram ao projeto receberão assessoria de equipe especializada pela Fundação de Apoio ao desenvolvimento Científico da Universidade Estadual de Maringá (FADEC-UEM) para a elaboração das etapas de planejamento e implementação da trilha.

    A diretora de Gestão, Sustentabilidade e Qualificação do Turismo da Setu, Tatiana Nasser, ressalta a participação da assessoria técnica para que o projeto executivo seja feito de maneira correta pelos municípios que aderiram à Rota. “É muito importante que a elaboração do projeto executivo esteja de acordo com a legislação para que a sinalização turística possa ser incluída no Paraná + Infra”, disse.

    O Paraná + Infra é um programa da Secretaria do Turismo, que tem o objetivo de qualificar a infraestrutura turística, melhorar a qualidade dos produtos turísticos e contribuir para a expansão do setor no estado do Paraná, principalmente com fomento.

    O arquiteto da Paraná Projetos, Renato Barbizan, explica que serão realizadas ações integradas que incluem o Plano de Comunicação, o Plano de Ação por Região Turística, o desenvolvimento de um site e um aplicativo, e a formulação do Plano Funcional de Sinalização por trecho local, com a devida especificação técnica dos materiais e equipamentos.

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    “Também estão previstas a organização de um banco de imagens georreferenciadas por município e região, a identificação de áreas críticas de intervenção por meio de relatórios específicos e a realização de pesquisas científicas aprofundadas nos campos da antropologia, sociologia, história e geografia, consolidando uma abordagem territorial e culturalmente fundamentada para a implantação da rota”, disse.

    ROTA TURÍSTICA – Caminhos do Peabiru é uma rota histórica de mais de 3 mil anos que atravessa o Paraná e vai até o Peru, conectando o Oceano Atlântico ao Pacífico. A rota é uma rede de trilhas que, somente no Paraná, totalizam 2,2 mil quilômetros e compreendem mais de 700 sítios arqueológicos. No Estado, os caminhos vão de Paranaguá a Foz do Iguaçu e foram usados por diferentes povos indígenas, como os Guarani, Kaingang e Xetá, e posteriormente por exploradores europeus, jesuítas e incas.

    Os caminhos serviam tanto para o comércio e comunicação entre aldeias quanto para fins religiosos, traçando o percurso do sol e seguindo a orientação da Via Láctea. 

    Fonte: Governo PR

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