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Boas chuvas permitem maior produtividade para soja no Paraná

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Previsão mostra continuidade da precipitação nos Estados do Sudeste, Goiás e Mato Grosso nos próximos dias. No Rio Grande do Sul a chuva ainda se mantém abaixo da média para o período.

O Paraná recebeu altos volumes de chuvas na última semana que beneficiaram as lavouras. O índice de vigor vegetativo (NDVI) está em patamar maior, em comparação com a temporada anterior, indicando um cenário muito mais favorável para a safra atual. De acordo com os dados do sensoriamento remoto realizado pela EarthDaily Agro, no momento a soja apresenta potencial produtivo 62,5% maior em relação ao registrado em 2022 (3,51 toneladas por hectare).

“A umidade elevada do solo em dezembro e janeiro dá suporte para essa expectativa, uma vez que permite o bom desenvolvimento das lavouras. Tanto o modelo europeu (ECMWF) quanto o americano (GFS) indicam que bons volumes de chuva devem continuar ocorrendo nos próximos dias, mantendo assim a umidade do solo”, ressalta Felippe Reis, analista de culturas da EarthDaily Agro.

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No Sudeste, as lavouras de soja em Minas Gerais apresentam boas condições e o NDVI registra boa dinâmica desde o primeiro terço do ciclo, diferente do que aconteceu na temporada 2018/2019, por exemplo, quando a produtividade ficou 7% abaixo do esperado. A expectativa é de alto volume de chuva a curto prazo, mantendo alta a umidade do solo. No coração da produção de soja em São Paulo, o NDVI está alto e indica bom potencial produtivo. Há previsão de chuvas para a região no curto prazo.

No Centro-Oeste,  Mato Grosso segue com NDVI alto, superior ao da temporada passada. A umidade do solo, com ótimo nível em boa parte da primeira quinzena do ano, deve apresentar leve queda nos próximos dias, em decorrência do menor volume de chuvas esperado para o curto prazo, mas será favorável para o trabalho de colheita no campo. No Mato Grosso do Sul, as lavouras também apresentam bom vigor vegetativo e a diferença entre o NDVI da temporada atual e o da safra anterior indica que a produtividade será significativamente maior em 2023. No norte do estado, o NDVI melhorou e a umidade do solo deve aumentar no curto prazo, permitindo a recuperação das lavouras nos próximos dias.

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No Rio Grande do Sul, a previsão é de volume de chuvas seguindo abaixo da média, mas será suficiente para aumentar a umidade do solo nos próximos dias. No entanto, quando se faz uma análise da safra de 2019/2020 (ano em que a produtividade foi baixa), identifica-se uma similaridade na curva da umidade do solo. O volume de chuvas ficou entre 17 mm e 40 mm no acumulado nos últimos 10 dias, conforme a região do estado, chegando a 70% abaixo da média, o que mantém o estresse hídrico na região.

 

Fonte: Ascom EarthDaily Agro

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AGRONEGÓCIO

Ponte desaba e expõe gargalos logísticos para o escoamento da safra

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O desabamento da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, no último domingo (22.12), trouxe à tona os problemas crônicos da infraestrutura logística brasileira. A estrutura, que conectava os municípios de Estreito (MA) e Aguiarnópolis (TO), desmoronou sobre o rio Tocantins, provocando uma tragédia com uma morte confirmada e pelo menos 14 pessoas desaparecidas. Caminhões que transportavam ácido sulfúrico e herbicidas também caíram no rio, levando as prefeituras a emitirem alertas sobre contaminação da água.

O acidente ocorre em um momento crítico para o agronegócio nacional. O Brasil deve alcançar uma safra recorde de 322,53 milhões de toneladas de grãos em 2024/25, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Este aumento de 8,2% em relação à safra anterior reflete o crescimento da produção de soja e milho, mas evidencia os desafios logísticos de um setor cada vez mais pressionado por gargalos estruturais.

A ponte Juscelino Kubitschek estava localizada na região do Matopiba, uma das áreas de maior crescimento do agronegócio no Brasil, englobando os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. Nos últimos dez anos, a produção de grãos na região aumentou 92%, saltando de 18 milhões de toneladas em 2013/14 para 35 milhões em 2024.

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Essa expansão, no entanto, tem sobrecarregado a infraestrutura local. O intenso tráfego de cargas pesadas, principalmente de fertilizantes e grãos, contribuiu para o desgaste da ponte, que já apresentava rachaduras e denúncias de negligência na manutenção.

Além de afetar a segurança da população, o desabamento representa um entrave significativo ao escoamento da safra. Os portos do Arco Norte, responsáveis por 35,1% das exportações de grãos em outubro de 2024, são fundamentais para o agronegócio brasileiro. A interdição da ponte pode impactar negativamente a logística de transporte para esses portos, aumentando custos e atrasos.

O transporte de fertilizantes também está em alta, com as importações alcançando 4,9 milhões de toneladas em outubro, um crescimento de 5,9% em relação ao mês anterior. Essa demanda reforça a necessidade de investimentos em infraestrutura para evitar colapsos como o ocorrido no rio Tocantins.

Entidades do agronegócio, como a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), destacam que episódios como este evidenciam a urgência de investimentos em infraestrutura. “O crescimento do agronegócio brasileiro depende diretamente de uma logística eficiente. A tragédia no rio Tocantins é um alerta para a necessidade de modernização das rotas de transporte e manutenção das estruturas existentes”, afirma a CNA em nota.

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O Ministério dos Transportes já anunciou a abertura de uma sindicância para investigar o desabamento e prometeu reconstruir a ponte em 2025. Enquanto isso, o setor agropecuário pede soluções imediatas, como rotas alternativas e a implementação de medidas para mitigar os impactos sobre a logística da safra.

Embora críticas à expansão do agronegócio tenham ganhado destaque após o acidente, é crucial equilibrar o debate. O setor é um pilar da economia nacional, responsável por 25% do PIB e por grande parte das exportações brasileiras. Investir em infraestrutura adequada e eficiente não é apenas uma questão de atender às demandas do agronegócio, mas de assegurar que o crescimento econômico venha acompanhado de segurança, sustentabilidade e benefícios para toda a sociedade.

O desafio agora é transformar essa tragédia em um ponto de virada, priorizando investimentos estratégicos que garantam a competitividade do agronegócio no mercado global, sem negligenciar a segurança das comunidades locais e a preservação ambiental.

Fonte: Pensar Agro

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