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Com mais de 20 anos, Paraná tem a companhia de dança master mais longeva do Brasil

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“A dança não tem limite se você não quiser que ela tenha”. Assim, Júlio Mota, bailarino do Centro Cultural Teatro Guaíra há 40 anos, define o trabalho desenvolvido no G2 Cia de Dança, a única companhia pública estatal no Brasil totalmente dedicada a bailarinos na fase da maturidade artística. O trabalho multifacetado da companhia é o destaque desta semana da série “Paraná, o Brasil que dá certo”.

A criação do G2 Cia de Dança foi oficializada no final de 1999 por bailarinos que antes participavam do corpo de baile do Teatro Guaíra, ficou num período de incubação e passou a existir efetivamente em 2000. A originalidade e a qualidade da proposta do trabalho paranaense foram reconhecidas com o Prêmio Estímulo da APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) por suas apresentações no Centro Cultural São Paulo. É um dos mais importantes do cenário nacional de arte.

Um artigo publicado na Universidade de São Paulo (USP) pela pesquisadora Ana Cristina Echevenguá Teixeira, sobre a organização profissional de bailarinos com idade em torno de 40 anos nas companhias públicas de dança brasileiras mostra que, no Brasil, além do Balé Teatro Guaíra (BTG), apenas duas companhias colocaram em prática esse perfil: a Cia. 2 do Balé da Cidade de São Paulo (BCSP/1968), criada em 1999 e extinta em 2009, e a BTCA 2 do Balé Teatro Castro Alves (BTCA-BA/1981), fundada em 2004 e extinta em 2007.

Ou seja, com quase 23 anos de atuação contínua, a companhia do Paraná desenvolve um trabalho que vai muito além da dança – e das linhas geográficas do Paraná. 

Entre os espetáculos ao longo dessa trajetória estiveram “O Tombo”, que investiga o desequilíbrio das situações e dos movimentos e que chegou a abrir o Festival das Três Fronteiras, na Argentina; “O Voo do Poeta”; “Um Dia Fora do Tempo”; e “La Cena”, três histórias que, interligadas, compõem uma lenda urbana que retrata reviravoltas da vida, levemente inspirada em “O Quebra Nozes”, e que chegou ao Nordeste brasileiro.

Graças aos longos anos dedicados a espetáculos no Guairão e em outros palcos, hoje o grupo utiliza toda a bagagem técnica e cultural adquirida para atuar também fora de cena. Além de bailarinos, os integrantes se definem como pesquisadores, criadores e intérpretes em diversas vertentes da dança. “Não somos meros reprodutores de uma coreografia criada por um coreógrafo contratado. Somos co-criadores. A gente elabora, experimenta, ajuda a compor e dá efetivamente corpo e vida aos personagens e às coreografias que são criadas”, afirma Mota.

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O bailarino foi um dos idealizadores da companhia e conta que, após uma ida para a Inglaterra em 1996 para fazer um curso de formação de coreógrafo, se deparou com esse formato e decidiu então trazer o modelo para o Teatro Guaíra com o objetivo de usufruir de competências técnicas e artísticas dos bailarinos próximos à aposentadoria.

“Já vínhamos conversando sobre a possibilidade de alargar o horizonte criativo dentro do Balé Teatro Guaíra, não só apenas dançando o repertório dos coreógrafos que eram convidados, mas para que nós tivéssemos a oportunidade de efetivamente explorar a questão da pesquisa que já fazíamos nos workshops e nas oficinas coreográficas”, explica.

Com a criação do grupo, composto por profissionais com as mais diversas especialidades, os bailarinos passaram a desenvolver propostas mais criativas, trabalhar em conjunto com autores coreógrafos, além de atuar em outras frentes, como figurinistas, cenógrafos, entre outras atividades.

Segundo Júlio, a proposta inovadora foi muito bem recebida, já que profissionais da dança, de maneira quase unânime, iniciavam a carreira preocupados com o futuro da profissão em idades mais avançadas. “Muitos bailarinos, chegando numa determinada idade, continuavam tendo uma grande qualidade artística, mas começavam a ter algumas limitações físicas para dançar alguns repertórios”, afirma.

Por conta disso, a criação da companhia abriu novos caminhos. “Estamos ajudando a expandir esse horizonte de possibilidades. Para as novas gerações, é começar uma coisa pensando que ela não tem prazo de validade tão curto”, acrescenta.

Hoje em dia, fruto dessa inspiração, há dois movimentos crescentes em relação a companhias de dança privadas que desejam dar uma atenção especial a bailarinos que estão perto de se aposentar, dentro da onda da chamada economia prateada, voltada à longevidade das pessoas: a extensão da carreira de quem iniciou na profissão há mais tempo e também a adesão daqueles que nunca dançaram, mas têm o desejo de iniciar mais tarde.

DIFERENCIAIS – Para Júlio, um dos diferenciais do G2 Cia de Dança é a vasta experiência de cada um nas mais diferentes áreas, além da formação adquirida durante a trajetória na companhia. “Passamos por um processo formativo muito variado. Trabalhamos com vários coreógrafos de técnicas e estéticas diferentes, desde o balé clássico à dança moderna. Temos um repertório muito vasto, consistente, porque a gente trabalha tecnicamente”, afirma.

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Ricardo Garanhani, bailarino há mais de 30 anos no Teatro Guaíra, endossa a opinião do colega de casa e ainda ressalta que as limitações físicas que chegaram com a idade não interferem na vontade de continuar desenvolvendo um bom trabalho. “O corpo pode ter limitações, mas a cabeça tá com toda aquela experiência, toda aquela motivação. Descobrimos formas de aproveitar isso e manter um trabalho de qualidade e criativo”, ressalta.

Mesmo atuando em outras frentes, o grupo também tem boa parte da rotina dedicada ao condicionamento físico, o que auxilia os bailarinos em novos pontos da vida: saúde e bem-estar. Os encontros diários consistem em aquecimentos individuais — para dar conta das especificidades de cada um após anos de trabalhos extenuantes — que podem variar entre pilates, corrida ou musculação, e até mesmo exercícios direcionados para os espetáculos.

Segundo Ana Silva, bailarina do BTG, o processo de redescoberta do potencial corporal foi transformador para todo o grupo, já que cada um tinha anos de experiência em áreas específicas. É o que eles passam aos novos integrantes.

“Tivemos que nos despir de uma história de 25, 30 anos para ver que de repente esses corpos poderiam dançar e se movimentar, não necessariamente usando toda a técnica. Ela existe, mas nesse processo que ainda é novo a gente vê esses corpos tendo uma outra leitura e uma outra postura que é muito interessante”, enfatiza.

“Quando nós criamos o grupo, chamávamos pessoas para introduzir novas técnicas porque foi uma transição muito difícil. Tínhamos corpos muito presos a formas e linhas. Tivemos que desconstruir esses corpos”, acrescenta Grazianni Canali, bailarino da casa há 39 anos.

Além disso, a convivência de anos no balé também contribuiu para a sinergia do grupo durante o desenvolvimento de espetáculos. “Cenicamente, ou qualquer coisa que aconteça em relação a falha técnica, até mesmo da técnica corporal, a gente já sabe o que fazer”, ressalta Clionise de Barros, bailarina do Teatro Guaíra há bons 30 anos.

Paraná tem a única companhia pública de dança master do Brasil

Foto: Centro Cultural Teatro Guaíra

FUTURO – O objetivo do G2 é ser uma companhia de dança de alto nível, com profissionais maduros e experientes. Além disso, futuramente, a ideia é aumentar o número de integrantes. “Tem muitos bailarinos que chegam aos 40 anos e não podem mais continuar dançando clássicos, mas têm muito material e muita qualidade artística para contribuir num grupo como este”, afirma Grazianni Canali. Ele ainda destaca que o trabalho já vem sendo notado. “Somos a única companhia e temos consciência que fazemos um bom trabalho. Temos esse feedback do público”, ressalta.

Mota enxerga ainda mais longe. Quer que o G2 contribua para a construção de uma memória que sirva de legado para as próximas gerações. “É uma companhia pública, então deixar esse acesso aberto para pesquisa, para cursos de dança, teatro, não só aqui do Estado, mas do Brasil inteiro e da América latina, vai ser muito importante para o futuro”, completa.

“Construímos um público para o Balé Teatro Guaíra e depois um público para o G2. E isso é uma coisa extremamente importante para a disseminação da arte e o favorecimento da cultura de uma maneira geral. Se você tem projetos que são exitosos nesse sentido, é muito importante que eles tenham continuidade”, arremata.

SÉRIE – “Paraná, o Brasil que dá certo” é uma série de reportagens da Agência Estadual de Notícias. Serão apresentadas iniciativas da administração pública estadual que são referência para o Brasil em suas áreas. A primeira abordou o sistema estadual de transplante de órgãos.

Confira o vídeo: 

Fonte: Governo do Paraná

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PARANÁ

Em 2024, Governo do Paraná investiu mais de R$ 250 milhões em segurança alimentar

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Segurança alimentar é uma prioridade no Paraná e a Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (Seab) tem investido em iniciativas sólidas para garantir o acesso à alimentação de qualidade, promover a geração de renda e fortalecer a agricultura familiar. Ela acontece por meio dos programas Compra Direta, Restaurantes Populares, Hortas Urbanas, entre outros.

Em 2024, o Estado reforçou seu compromisso em combater a insegurança alimentar com ações estratégicas e integradas que beneficiaram mais de 500 mil famílias em situação de vulnerabilidade com um investimento de mais de R$ 250 milhões do Estado, promovendo também a sustentabilidade alimentar.

Para isso o Estado se guia pelo Plano de Segurança Alimentar e Nutricional 2024-2027, recém-publicado, que é o resultado de um esforço conjunto da Câmara Governamental Intersetorial de Segurança Alimentar e Nutricional (Caisan-PR) e do Conselho Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea-PR).

A publicação do plano reafirma o compromisso e a busca do Governo do Estado com a promoção do Direito Humano à Alimentação Adequada (DHAA) e com a construção de um sistema agroalimentar mais sustentável, que valorize os circuitos curtos de comercialização e respeite os hábitos alimentares da população paranaense. Esse novo plano abrange 9 eixos, com seus respectivos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), além de 83 metas e 170 ações relacionadas.

COMPRA DIRETA – O programa que visa adquirir gêneros alimentícios de cooperativas ou associações da agricultura familiar, para entregar diretamente à rede socioassistencial do Estado, beneficiou cerca de mil entidades filantrópicas do Paraná, atendendo 358,6 mil pessoas com o recebimento de alimentos diversificados. Essa ação promoveu também a geração de renda para aproximadamente 20,4 mil agricultores familiares de 179 associações e cooperativas do Estado, totalizando um investimento de R$ 60 milhões.

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Os contratos assinados em 2024 finalizam em fevereiro de 2025 e uma nova chamada pública, que prevê a contratação de R$ 70 milhões em gêneros da agricultura familiar, está em fase final de planejamento.

LEITE DAS CRIANÇAS (PLC) – O programa que busca combater a desnutrição infantil, fornecendo diariamente 1 litro de leite enriquecido com vitaminas A, D e ferro quelato para crianças de 6 a 36 meses pertencentes a famílias em situação de vulnerabilidade social, em 2024 distribuiu aproximadamente 36,5 milhões de litros de leite de 4,5 mil produtores nos 1.291 pontos de distribuição espalhados pelo Estado, atendendo cerca de 100 mil crianças e totalizando um investimento de R$ 166 milhões.

O PLC é um programa intersecretarial, que conta com a participação da Seab, secretarias de Estado da Educação, da Justiça e Cidadania (Seju), e da Saúde (Sesa), além do monitoramento e fiscalização do Conselho Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional do Paraná (Consea-PR).

PROGRAMA AQUISIÇÃO DE ALIMENTOS (PAA) – O programa federal compra alimentos produzidos pela agricultura familiar e destina às pessoas em situação de insegurança alimentar e nutricional e àquelas atendidas pela rede socioassistencial, pelos equipamentos públicos de segurança alimentar e nutricional e pela rede pública e filantrópica de ensino. Entre a execução mista (com o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome) e a direta (com a Seab), estão sendo beneficiados 1.666 agricultores de 162 municípios, com recursos na ordem de R$ 17,9 milhões. O grande destaque do ano foi a estreia do PAA Indígena, que beneficiou comunidades de 24 municípios com as maiores concentrações populacionais, totalizando R$ 1,5 milhão de investimento.

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RESTAURANTES POPULARES – Em 2024 o programa de restaurantes que oferecem refeições saudáveis e acessíveis para a população vulnerável formalizou 4 convênios para a construção e implantação de restaurantes populares nos municípios de Pato Branco, Cianorte, Campo Mourão e Quedas do Iguaçu. Os convênios totalizaram um investimento de R$ 21,5 milhões (Seab + municípios) e beneficiaram diretamente cerca de 5.500 pessoas.

HORTAS URBANAS, CENTRAIS PÚBLICAS E FEIRAS, COZINHAS E PANIFICADORAS – Em 2024 foram formalizados 22 convênios que beneficiaram diretamente a população de 11 regionais. Os convênios totalizaram um investimento de 3,6 milhões (Seab + municípios) e devem beneficiar diretamente 38.838 pessoas.

SISTEMA NACIONAL DE SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL – Atualmente o Paraná é o Estado com maior número de adesões em números absolutos ao Sisan, com 319 municípios, que correspondem a 24,5% do total de 1.301 adesões nacionais. A iniciativa possibilita que os municípios tenham acesso facilitado a recursos e políticas públicas nacionais, além de demonstrar o compromisso crescente com o combate à fome.

Fonte: Governo PR

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