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Acordo de exportação de grãos no Mar Negro é prorrogado por 120 dias

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Após conversas entre o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, o ministro de Defesa da Rússia, Hulusi Akar, o presidente da Turquia, Recep Tayip Erdogan, e o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, o acordo de exportação de grãos no Mar Negro será prorrogado e ficará em vigor pelos quatro meses de inverno.

Conforme um funcionário turco de alto escalão, o acordo será mantido por 120 dias, podendo sofrer “novos ajustes” à frente. O acordo deve ser prorrogado a partir do dia 19 de novembro.

Segundo a diplomacia russa, “a parte russa autoriza a extensão técnica da ‘Iniciativa do Mar Negro’, sem qualquer mudança, em seus termos e alcance.”

A Iniciativa de Grãos do Mar Negro é de extrema importância na luta global contra a crise alimentar, uma vez que garante o abastecimento e segurança alimentar, bem como a navegação segura de exportação de grãos, alimentos e fertilizantes da Ucrânia. Desde o verão, cerca de 500 navios e mais de 11 milhões de toneladas de cereais e produtos alimentares foram distribuídos mundialmente. 

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Moscou havia se retirado temporariamente do acordo, no final de outubro, depois de denunciar o uso “para fins militares”, por parte da Ucrânia, do corredor humanitário. Agora, com a extensão do referido acordo, após negociações intensas sob mediação da ONU, as mais de 10 milhões de toneladas de grãos que seguem bloqueadas em silos na Ucrânia poderão ser embarcadas.

Estes cereais são indispensáveis para estabilizar os preços nos mercados internacionais e para abastecer as populações mais vulneráveis ao risco de fome.

Na cúpula do G20, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, disse ser “a favor da continuação do acordo de grãos, mas também somos a favor de garantir que os grãos fornecidos sob o combinado vão especificamente para os países que precisam deles, ao invés do países ocidentais e europeus, como acontece atualmente”.

Fonte: AgroPlus

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AGRONEGÓCIO

Ponte desaba e expõe gargalos logísticos para o escoamento da safra

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O desabamento da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, no último domingo (22.12), trouxe à tona os problemas crônicos da infraestrutura logística brasileira. A estrutura, que conectava os municípios de Estreito (MA) e Aguiarnópolis (TO), desmoronou sobre o rio Tocantins, provocando uma tragédia com uma morte confirmada e pelo menos 14 pessoas desaparecidas. Caminhões que transportavam ácido sulfúrico e herbicidas também caíram no rio, levando as prefeituras a emitirem alertas sobre contaminação da água.

O acidente ocorre em um momento crítico para o agronegócio nacional. O Brasil deve alcançar uma safra recorde de 322,53 milhões de toneladas de grãos em 2024/25, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Este aumento de 8,2% em relação à safra anterior reflete o crescimento da produção de soja e milho, mas evidencia os desafios logísticos de um setor cada vez mais pressionado por gargalos estruturais.

A ponte Juscelino Kubitschek estava localizada na região do Matopiba, uma das áreas de maior crescimento do agronegócio no Brasil, englobando os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. Nos últimos dez anos, a produção de grãos na região aumentou 92%, saltando de 18 milhões de toneladas em 2013/14 para 35 milhões em 2024.

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Essa expansão, no entanto, tem sobrecarregado a infraestrutura local. O intenso tráfego de cargas pesadas, principalmente de fertilizantes e grãos, contribuiu para o desgaste da ponte, que já apresentava rachaduras e denúncias de negligência na manutenção.

Além de afetar a segurança da população, o desabamento representa um entrave significativo ao escoamento da safra. Os portos do Arco Norte, responsáveis por 35,1% das exportações de grãos em outubro de 2024, são fundamentais para o agronegócio brasileiro. A interdição da ponte pode impactar negativamente a logística de transporte para esses portos, aumentando custos e atrasos.

O transporte de fertilizantes também está em alta, com as importações alcançando 4,9 milhões de toneladas em outubro, um crescimento de 5,9% em relação ao mês anterior. Essa demanda reforça a necessidade de investimentos em infraestrutura para evitar colapsos como o ocorrido no rio Tocantins.

Entidades do agronegócio, como a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), destacam que episódios como este evidenciam a urgência de investimentos em infraestrutura. “O crescimento do agronegócio brasileiro depende diretamente de uma logística eficiente. A tragédia no rio Tocantins é um alerta para a necessidade de modernização das rotas de transporte e manutenção das estruturas existentes”, afirma a CNA em nota.

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O Ministério dos Transportes já anunciou a abertura de uma sindicância para investigar o desabamento e prometeu reconstruir a ponte em 2025. Enquanto isso, o setor agropecuário pede soluções imediatas, como rotas alternativas e a implementação de medidas para mitigar os impactos sobre a logística da safra.

Embora críticas à expansão do agronegócio tenham ganhado destaque após o acidente, é crucial equilibrar o debate. O setor é um pilar da economia nacional, responsável por 25% do PIB e por grande parte das exportações brasileiras. Investir em infraestrutura adequada e eficiente não é apenas uma questão de atender às demandas do agronegócio, mas de assegurar que o crescimento econômico venha acompanhado de segurança, sustentabilidade e benefícios para toda a sociedade.

O desafio agora é transformar essa tragédia em um ponto de virada, priorizando investimentos estratégicos que garantam a competitividade do agronegócio no mercado global, sem negligenciar a segurança das comunidades locais e a preservação ambiental.

Fonte: Pensar Agro

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