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Protestos bloqueiam BR-163 e trecho da Dutra após eleições

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Manifestantes apoiadores do presidente Jair Bolsonaro interditaram a BR-163 em seis pontos na região do Mato Grosso na manhã desta segunda-feira (31), após o resultado do segundo turno das eleições. A Via Dutra foi bloqueada em ambos os sentidos em trecho no Rio de Janeiro.

Conforme imagens que circulam nas redes sociais, os manifestantes teriam ateado fogo em pneus em trechos da BR-163 em Mato Grosso. A rodovia é considerada uma importante rota de transporte para produtos do agronegócio do Estado, uma vez que leva em direção aos portos do Arco Norte, como o de Miritituba, em Itaituba, no Pará.

A concessionária Rota do Oeste, que administra a rodovia, confirmou o fechamento nos seguintes pontos do estado: Nova Mutum, na altura dos kms 594 e 602; Lucas do Rio Verde, no km 691; Sorriso, km 746; e Sinop, no km 835. A empresa também citou bloqueio da BR-364 no km 395 e da Rodovia dos Imigrantes e no Trevo do Lagarto, km 524 da BR-070.

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De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), por volta das 10h, foram registrados “bloqueios e aglomerações” em 12 estados, incluindo o Distrito Federal, com 70 pontos no total. A Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA) informou que há 19 pontos de interdições em rodovias, dos quais seis no Mato Grosso, seis em Santa Catarina, 2 no Rio Grande do Sul, 2 no Paraná, um em Minas Gerais e um no Rio de Janeiro.

Em Barra Mansa, no Rio de Janeiro, há interrupção em ambos os sentidos da Via Dutra, rota de interligação do Estado com São Paulo, no km 281. A PRF de São Paulo também citou dois focos de manifestações mais cedo nas rodovias federais BR-153 e BR-116, porém disse que os trechos já foram liberados. 

Fonte: AgroPlus

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Ponte desaba e expõe gargalos logísticos para o escoamento da safra

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O desabamento da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, no último domingo (22.12), trouxe à tona os problemas crônicos da infraestrutura logística brasileira. A estrutura, que conectava os municípios de Estreito (MA) e Aguiarnópolis (TO), desmoronou sobre o rio Tocantins, provocando uma tragédia com uma morte confirmada e pelo menos 14 pessoas desaparecidas. Caminhões que transportavam ácido sulfúrico e herbicidas também caíram no rio, levando as prefeituras a emitirem alertas sobre contaminação da água.

O acidente ocorre em um momento crítico para o agronegócio nacional. O Brasil deve alcançar uma safra recorde de 322,53 milhões de toneladas de grãos em 2024/25, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Este aumento de 8,2% em relação à safra anterior reflete o crescimento da produção de soja e milho, mas evidencia os desafios logísticos de um setor cada vez mais pressionado por gargalos estruturais.

A ponte Juscelino Kubitschek estava localizada na região do Matopiba, uma das áreas de maior crescimento do agronegócio no Brasil, englobando os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. Nos últimos dez anos, a produção de grãos na região aumentou 92%, saltando de 18 milhões de toneladas em 2013/14 para 35 milhões em 2024.

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Essa expansão, no entanto, tem sobrecarregado a infraestrutura local. O intenso tráfego de cargas pesadas, principalmente de fertilizantes e grãos, contribuiu para o desgaste da ponte, que já apresentava rachaduras e denúncias de negligência na manutenção.

Além de afetar a segurança da população, o desabamento representa um entrave significativo ao escoamento da safra. Os portos do Arco Norte, responsáveis por 35,1% das exportações de grãos em outubro de 2024, são fundamentais para o agronegócio brasileiro. A interdição da ponte pode impactar negativamente a logística de transporte para esses portos, aumentando custos e atrasos.

O transporte de fertilizantes também está em alta, com as importações alcançando 4,9 milhões de toneladas em outubro, um crescimento de 5,9% em relação ao mês anterior. Essa demanda reforça a necessidade de investimentos em infraestrutura para evitar colapsos como o ocorrido no rio Tocantins.

Entidades do agronegócio, como a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), destacam que episódios como este evidenciam a urgência de investimentos em infraestrutura. “O crescimento do agronegócio brasileiro depende diretamente de uma logística eficiente. A tragédia no rio Tocantins é um alerta para a necessidade de modernização das rotas de transporte e manutenção das estruturas existentes”, afirma a CNA em nota.

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O Ministério dos Transportes já anunciou a abertura de uma sindicância para investigar o desabamento e prometeu reconstruir a ponte em 2025. Enquanto isso, o setor agropecuário pede soluções imediatas, como rotas alternativas e a implementação de medidas para mitigar os impactos sobre a logística da safra.

Embora críticas à expansão do agronegócio tenham ganhado destaque após o acidente, é crucial equilibrar o debate. O setor é um pilar da economia nacional, responsável por 25% do PIB e por grande parte das exportações brasileiras. Investir em infraestrutura adequada e eficiente não é apenas uma questão de atender às demandas do agronegócio, mas de assegurar que o crescimento econômico venha acompanhado de segurança, sustentabilidade e benefícios para toda a sociedade.

O desafio agora é transformar essa tragédia em um ponto de virada, priorizando investimentos estratégicos que garantam a competitividade do agronegócio no mercado global, sem negligenciar a segurança das comunidades locais e a preservação ambiental.

Fonte: Pensar Agro

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